Por Wanderley `Tico´ Cassolla
A Copa do Mundo de futebol
está chegando. Faltam apenas 68 dias. No próximo 12 de junho será dado o
pontapé inicial: Brasil x Croácia, na Arena São Paulo (Itaquera), no primeiro
dos 64 jogos previstos, que apontará a melhor seleção do planeta. Apesar dos
vários problemas enfrentados (principalmente quanto ao término das novas
arenas), a torcida é para que tudo corra satisfatoriamente, e o Brasil realize
uma grande copa. No que depender do torcedor será uma das melhores e mais
alegre, sem sombras de dúvidas.
Em se falando de Copa do
Mundo, dois garcenses tiveram o privilégio de disputar três edições: o goleiro Waldir
Peres e o lateral Roberto Carlos. Ambos integraram grandes seleções brasileiras
que marcaram época. Enquanto o lateral somente nasceu em nossa cidade, o
“guapo” aprendeu a jogar bola nos times amadores e no Garça.
WALDIR PERES: Ainda
garoto começou no Corintinha, do presidente Luiz Conessa, em seguida foi para o Paulistinha. No ano de 1968 assinou contrato profissional com o Garça, cujo presidente era
João Bento. Logo de cara o primeiro título: campeão da então 2ª divisão
paulista. Na época não havia tanta divulgação dos jogadores do interior nos
grandes clubes da capital. Os “olheiros” eram os árbitros que vinham apitar. Num
amistoso contra a Ferroviária, de Araraquara, o dirigente Ilzo Nery, viu o
Garça vencer por 1 a 0. Neste jogo Waldir Peres fechou o gol. Não deu outra: o convite da Ponte
Preta para um período de avaliação. No mês de junho de 1970 era contratado pela
macaca campineira.
Depois a consagrada carreira: da Ponte Preta para o
São Paulo, Seleção Brasileira, América do Rio, Corinthians, Guarani, Portuguesa
de Desportos, Santa Cruz, novamente a Ponte Preta, onde encerrou a carreira no
ano de 1989. No São Paulo forma 11 anos e 611 jogos, com 296 vitórias, 193 empates e 122 derrotas.
Também foi o goleiro com maior série de tempo (694 minutos) sem sofrer gol no
Campeonato Brasileiro, marca superada apenas por Rogério Ceni, com 988 minutos invicto.
Foram 190 gols que balançaram a rede de Waldir Peres no gol tricolor. A
consagração no São Paulo
foi no campeonato Brasileiro de 1977, na famosa disputa no
Mineirão, diante do Atlético Mineiro. A
decisão foi para os pênaltis e Waldir Peres mostrou mais uma vez porque tinha a
fama de bom goleiro, garantindo o primeiro titulo são-paulino.
Pela seleção brasileira, disputou as Copas de 74 (Alemanha), 78 (Argentina) e 82 (Espanha). Esta última como titular (foto),
no memorável time montado por Telê Santana, até hoje considerado um dos melhores
de todos os tempos, que tinha Sócrates, Zico, Falcão, Júnior, Éder, Toninho
Cerezo, Oscar, Batista e outras feras. No total Waldir Peres atuou em 30
partidas, com 25 vitórias, quatro empates, uma derrota e 20 gols sofridos. Além
disso, conquistou os títulos da Copa Rio Branco, da Copa Roca e da Taça do
Atlântico. Teve a menor média de gols sofridos entre os que atuaram em Copas do
Mundo. No total, foram 10 convocações para a Seleção Brasileira. Recordamos
uma das formações do Garça, da temporada l968/69. Em pé da esquerda para direita: Ari Lima, Osmar Silvestre, Coquinho, Luizão,
Waldir Peres e Dadi; Agachados: Jorginho, Rogerinho, Zé Carlos Coelho, Crisante e Mário
Cézar. O detalhe é a vasta cabeleira do
então jovem goleiro, que mudou bastante, conforme pode se ver em foto recente
ao lado do Celso Ramos. Hoje o Waldir Peres, juntamente com a irmã Maria Izabel
e os conterrâneos Bidiu e Celso Ramos, estará em nossa cidade revendo os amigos e recordando os bons
momentos vividos em Garça.