quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sete promessas não cumpridas no estádio do Corinthians




Por Ricardo Perrone - UOL


A Odebrecht fez a entrega das chaves do estádio do Corinthians ao clube num gesto simbólico, pois os trabalhos em Itaquera vão continuar. A cerimônia aconteceu fora do prazo estipulado, mas é só uma das metas não cumpridas em relação à arena. Foram pelo menos sete promessas não concretizadas. Veja abaixo:
1 – Entrega
Em seu site, a Odebrecht Arenas registrou que a obra seria entregue em dezembro de 2013. O cronograma foi prejudicado principalmente pelos acidentes que provocaram três mortes e interdições na obra.
Reprodução do site da Odebrecht Arenas com previsão de entrega do estádio do Corinthians para dezembro de 2013
Reprodução do site da Odebrecht Arenas com previsão de entrega do estádio do Corinthians para dezembro de 2013
2 – Inauguração
O plano era inaugurar o estádio em janeiro de 2014. O Corinthians já disputaria o Campeonato Paulista lá. Agora, o primeiro jogo oficial marcado para a arena é contra o Flamengo, no próximo dia 27, mas é provável que o clube transfira a partida para o Pacaembu. Isso porque precisa ter os alvarás na mão até dez dias antes do jogo, data limite para mudanças. É difícil que consiga os documentos até quinta-feira.
3 – Orçamento
Em reunião no Cori (Conselho de Orientação do Corinthians), em setembro de 2010, Luis Paulo Rosenberg, assegurou que o teto para o custo do estádio era de R$ 335 milhões. Depois, a estimativa passou a ser de R$ 820 milhões e agora já ultrapassou R$ 1 bilhão. Hoje vice-presidente do clube, mas afastado do projeto, Rosenberg, assim como os demais dirigentes alvinegros, culpa as exigências da Fifa pelo gasto acima do previsto.
Cópia de ata de reunião no Conselho de Orientação do Corinthians em 9 de setembro de 2010
Cópia de ata de reunião no Conselho de Orientação do Corinthians em 9 de setembro de 2010
4 – Batismo
No dia 6 de fevereiro de 2012, em sabatina promovida pelo UOL e pela Folha de S.Paulo, Andrés Sanchez disse que “depois que o novo presidente ganhar [a eleição no clube que aconteceu cinco dias após a declaração], em 30, 40 dias sai o naming rights”. Depois de mais de dois anos da promessa, o negócio ainda não saiu.
5 – Teste
O último planejamento apresentado pelo clube à Fifa previa um teste no estádio no próximo domingo. Seria uma festa para 20 mil torcedores com ex-jogadores em campo. Mas os alvarás necessários não foram obtidos e a cerimônia foi adiada. A nova data ainda não havia sido oficializada pelo clube até a publicação deste post.
6 –  Mão no bolso
A diretoria corintiana cansou de dizer para conselheiros do clube que não colocaria um centavo em obras exigidas pela Fifa se só fossem utilizadas durante a Copa do Mundo. Conseguiu se livrar das arquibancadas provisórias, bancadas pela Ambev numa ação do Governo do Estado.  Mas, recentemente, Andrés afirmou que o Corinthians vai pagar as estruturas complementares, com custo avaliado em R$ 60 milhões. São estruturas em volta do estádio, principalmente para as áreas de mídia e segurança. Elas serão desmontadas depois do Mundial.
7 – Petrobras
Também ao Cori, a diretoria afirmou que tentaria repassar os custos da remoção de dois dutos da Petrobras que passavam pelo terreno para a empresa. Porém, teve que se comprometer a bancar a despesa, avaliada em R$ 10 milhões, depois de o Ministério Público Federal se posicionar contra a companhia pagar a conta.