Pela
primeira vez se enfrentando numa fase semifinal da Copa do Mundo, Brasil e
Alemanha estarão em campo hoje, 17 horas, no Mineirão, para a definição do
primeiro finalista. São as seleções mais tradicionais em Copas, juntas, com
mais de 200 jogos realizados. Incrivelmente regular em Mundiais, a ponto de ter
se tornado o primeiro país a chegar a quatro semifinais consecutivas, a
Alemanha estará com força máxima, apostando na compactação de sua equipe,
conhecida pelo pragmatismo e futebol burocrático, porém, extremamente
eficiente, que o fez chegar à classificação frente à França, 1 x 0. O mexicano
Marco Rodriguez, que ignorou a mordida de Luizito Suarez em Chielini na
polêmica partida entre Uruguai e Itália, será o árbitro do confronto de hoje.
O
contestado time de Felipão, que eliminou dois sul-americanos no `mata-mata´ -
Chile e Colômbia (2 x 1) -, terá novidades no confronto, com a entrada de
Dante, na zaga, e Willian – é o único dos 23 convocados que nunca começou uma
partida com a camisa da seleção -, no ataque. Há realmente muitas dúvidas sobre
qual será o comportamento do time, após a perda de seu principal atleta,
Neymar.
Mesmo
desconfiada com a real chance de ficar fora da decisão da Copa, após os
desfalques de Thiago Silva e Neymar, a torcida brasileira também tem motivos
para acreditar na classificação frente à poderosa Alemanha. Acontece que, desde
que o atual sistema de disputa do mundial foi adotado, na Copa do México, em
1986, o Brasil, sempre que esteve nas semifinais, acabou decidindo o título.
Foi assim nos EUA/94, França/98 e no Japão-Coréia/2002. Por outro lado, os
germânicos, em igual período, chegaram a cinco semifinais, em 1986, 1990
(Itália), 2002, 2006 (Alemanha) e 2010 (África do Sul). Mas nas duas últimas
acabaram eliminados por Itália e Espanha, acabando por decidir o 3º lugar, fato
que não ocorre com os brasileiros desde 1978. Foram vice-campeões em 1986/2002
e levantaram a taça em 1990.
Mais
um ponto favorável: o Brasil não perde uma partida semifinal desde 1938. Na
ocasião, foi derrotado pela Itália, que se tornaria campeã, posteriormente. Um
tabu de 76 anos.
No
retrospecto entre ambos, o Brasil leva imensa vantagem. Nos 21 jogos até hoje,
em apenas quatro os alemães saíram vencedores – 12 resultados positivos do
Brasil. Nos seis jogos realizados no Brasil, nunca a seleção foi derrotada. E
nos cinco confrontos oficiais, são quatro vitórias brasileiras e um empate. No
último encontro, em 2011, ainda com Mano Menezes como treinador, a Alemanha venceu
por 3 x 2, em amistoso.
Outro
aspecto que não pode ser desprezado: a incrível estrela de Felipão. O treinador
está em seu terceiro Mundial e em todos, chegou às semifinais, sendo que em
2002, levantou o pentacampeonato. Quatro anos depois levou Portugal ao 4º lugar
na Alemanha e agora, com o Brasil, mesmo aos `trancos e barrancos´, novamente
tem a chance de estar numa decisão. Aliás, o gaúcho se tornou o treinador com
mais vitórias em Copas, 14 ao total, superando o até então imbatível, Mário
Jorge Lobo Zagallo.
O
segundo finalista sairá da partida entre Argentina e Holanda, amanhã, 17 horas,
no Itaquerão. `Los Hermanos´, que voltam a uma semifinal após 24 anos – venceu
a Bélgica, 1 x 0 -, terão o desfalque de Angel Di Maria, com uma contusão
muscular, mas poderão ter o retorno de Sérgio Aguero. A Holanda, que foi o
único time classificado nos pênaltis nas quartas de finais – empatou sem gols
com a Costa Rica, vencendo por 4 x 3 nas cobranças de tiros livres -, é a seleção
entre as quatro que restam que nunca venceu uma copa. Foi vice-campeã em
1974/78/10. Nos oito jogos diante da Argentina, venceu quatro, empatou três e
perdeu somente um, justamente na decisão da Copa de 78, na Argentina, para os
donos da casa. Nas últimas cinco edições da Copa, chegou a três semifinais.
Aliás, desde a Copa de 70 não chegavam às semis, dois europeus e dois
sul-americanos e nunca os quatro melhores de um Mundial alcançaram às
semifinais sem que todos tenham passado por prorrogações, tabu quebrado no
Brasil.
Fonte: Jornal Comarca de Garça