segunda-feira, 7 de julho de 2014

Coluna Bate Pronto (08/07)




Pela primeira vez se enfrentando numa fase semifinal da Copa do Mundo, Brasil e Alemanha estarão em campo hoje, 17 horas, no Mineirão, para a definição do primeiro finalista. São as seleções mais tradicionais em Copas, juntas, com mais de 200 jogos realizados. Incrivelmente regular em Mundiais, a ponto de ter se tornado o primeiro país a chegar a quatro semifinais consecutivas, a Alemanha estará com força máxima, apostando na compactação de sua equipe, conhecida pelo pragmatismo e futebol burocrático, porém, extremamente eficiente, que o fez chegar à classificação frente à França, 1 x 0. O mexicano Marco Rodriguez, que ignorou a mordida de Luizito Suarez em Chielini na polêmica partida entre Uruguai e Itália, será o árbitro do confronto de hoje.

O contestado time de Felipão, que eliminou dois sul-americanos no `mata-mata´ - Chile e Colômbia (2 x 1) -, terá novidades no confronto, com a entrada de Dante, na zaga, e Willian – é o único dos 23 convocados que nunca começou uma partida com a camisa da seleção -, no ataque. Há realmente muitas dúvidas sobre qual será o comportamento do time, após a perda de seu principal atleta, Neymar.

Mesmo desconfiada com a real chance de ficar fora da decisão da Copa, após os desfalques de Thiago Silva e Neymar, a torcida brasileira também tem motivos para acreditar na classificação frente à poderosa Alemanha. Acontece que, desde que o atual sistema de disputa do mundial foi adotado, na Copa do México, em 1986, o Brasil, sempre que esteve nas semifinais, acabou decidindo o título. Foi assim nos EUA/94, França/98 e no Japão-Coréia/2002. Por outro lado, os germânicos, em igual período, chegaram a cinco semifinais, em 1986, 1990 (Itália), 2002, 2006 (Alemanha) e 2010 (África do Sul). Mas nas duas últimas acabaram eliminados por Itália e Espanha, acabando por decidir o 3º lugar, fato que não ocorre com os brasileiros desde 1978. Foram vice-campeões em 1986/2002 e levantaram a taça em 1990.

Mais um ponto favorável: o Brasil não perde uma partida semifinal desde 1938. Na ocasião, foi derrotado pela Itália, que se tornaria campeã, posteriormente. Um tabu de 76 anos.

No retrospecto entre ambos, o Brasil leva imensa vantagem. Nos 21 jogos até hoje, em apenas quatro os alemães saíram vencedores – 12 resultados positivos do Brasil. Nos seis jogos realizados no Brasil, nunca a seleção foi derrotada. E nos cinco confrontos oficiais, são quatro vitórias brasileiras e um empate. No último encontro, em 2011, ainda com Mano Menezes como treinador, a Alemanha venceu por 3 x 2, em amistoso.

Outro aspecto que não pode ser desprezado: a incrível estrela de Felipão. O treinador está em seu terceiro Mundial e em todos, chegou às semifinais, sendo que em 2002, levantou o pentacampeonato. Quatro anos depois levou Portugal ao 4º lugar na Alemanha e agora, com o Brasil, mesmo aos `trancos e barrancos´, novamente tem a chance de estar numa decisão. Aliás, o gaúcho se tornou o treinador com mais vitórias em Copas, 14 ao total, superando o até então imbatível, Mário Jorge Lobo Zagallo.

O segundo finalista sairá da partida entre Argentina e Holanda, amanhã, 17 horas, no Itaquerão. `Los Hermanos´, que voltam a uma semifinal após 24 anos – venceu a Bélgica, 1 x 0 -, terão o desfalque de Angel Di Maria, com uma contusão muscular, mas poderão ter o retorno de Sérgio Aguero. A Holanda, que foi o único time classificado nos pênaltis nas quartas de finais – empatou sem gols com a Costa Rica, vencendo por 4 x 3 nas cobranças de tiros livres -, é a seleção entre as quatro que restam que nunca venceu uma copa. Foi vice-campeã em 1974/78/10. Nos oito jogos diante da Argentina, venceu quatro, empatou três e perdeu somente um, justamente na decisão da Copa de 78, na Argentina, para os donos da casa. Nas últimas cinco edições da Copa, chegou a três semifinais. Aliás, desde a Copa de 70 não chegavam às semis, dois europeus e dois sul-americanos e nunca os quatro melhores de um Mundial alcançaram às semifinais sem que todos tenham passado por prorrogações, tabu quebrado no Brasil.

Faryd Mondragon, atleta mais velho a atuar numa partida em Copa do Mundo, aos 43 anos, confirmoui que vai se aposentar do futebol. O anúncio foi feito após a eliminação da Colômbia pelo Brasil. Muito ligado ao Deportivo Cáli, ele ainda atuou em algumas equipes europeias, como Zaragoza-ESP, Metz-FRA, Galatasaray-TUR e Colônia-ALE. Ao entrar na partida em que sua equipe goleou o Japão, 4 x 1, quebrou o recorde mundial que pertencia ao camaronês Roger Milla.

Fonte: Jornal Comarca de Garça