Lê Sheik e a sua inconfundível forma de dirigir o Casinha de Lata/Emplac |
Leandro
de Oliveira da Silva é um jovem esportista que sempre esteve envolvido com o
futebol/futsal. Já comandou time no Campeonato Amador, na Copinha de Futsal e,
nos últimos três anos, na principal competição do salonismo garcense. Com
opiniões fortes que sempre devem ser ouvidas, principalmente pelo fato de
sempre serem bem fundamentadas, o conhecido Lê Sheik, 31, foi o comandante do
Casinha de Lata/Emplac, time que se tornou campeão inédito do salonismo de
nossa cidade. O `Comarca´ esteve conversando com ele sobre a conquista recente.
Reproduzimos abaixo uma esclarecedora entrevista que explicita qual foi o
grande segredo da equipe durante a temporada.
JCG – Um time vencedor
começa na concepção de seu elenco. Você acha que `levou sorte´ em ter como seus
comandados, os atletas campeões de 2014?
LS – Sim , sem
dúvidas, pois em nossa equipe, apenas o goleiro Gustavo não entrou em quadra,
nas duas finais, e mesmo assim, estava sempre conosco.
JCG – Quando começou o
Campeonato, 16 times participantes,
alguns tradicionais sendo apontados como favoritos, imaginava que
poderia acontecer tudo isso com o Casinha de Lata/Emplac?
LS – Nossa equipe
sempre visou jogar as semifinais, sempre falávamos em estarmos entre os quatro. Quando vencemos a semi, que paramos
pra pensar em tudo que planejamos e queríamos
e quando fomos pra jogar a final, sabíamos que seria muito difícil de
sermos campeões. Mas sempre acreditamos em nós. Nosso vestiário sempre foi
confiante. Antes da primeira final, na hora de ver o modo que íamos jogar, eu
falei que se fizéssemos tudo certo, sairíamos com o placar de 4 a 1 ou 5 a 2
pra nós, portanto o placar alto de 4 a 0, não foi surpresa pra nós. Eu esperava
sofrer um gol deles, pois a equipe é muito boa e experiente. Por isso quando
chegamos na final, esperávamos sim sermos campeões.
JCG – Qual foi o ponto
forte de sua equipe durante a temporada? E o que mais lhe deu trabalho durante
o Campeonato?
LS – O ponto forte que
nós destacamos, creio que sempre foi a união, a amizade, o respeito, a vontade
de sempre fazer o nosso melhor. Mesmo quando perdíamos, éramos os mesmos. Havia
cobrança entre nós, porém, sempre no respeito com cada um. Ninguém nunca
resolvia nada sozinho, sempre fomos equipe. Já o ponto fraco foram alguns
jogadores descontentes por ficarem no banco, sem espírito de equipe, que
acabaram saindo. Porém, nunca deixamos isso nos atrapalhar. E também não
podemos nos esquecer dos juízes, né! Algumas vezes percebíamos maldade contra
nossa equipe. E não podemos esquecer que fomos estrear nosso uniforme somente
no meio do campeonato, pois alguns patrocinadores não cumpriram com data, como
até hoje estamos sem receber de alguns...
Instruindo os atletas em pedido de tempo no primeiro jogo da decisão frente ao Carrossel |
JCG – Por que você acha
que os quatro melhores times da fase de classificação foram eliminados logo na
rodada inicial do `mata-mata´?
LS – Futebol não tem
lógica. O jogo se iniciou com 5 jogadores de cada lado, e às vezes a vontade
supera qualidade (nomes). Os 4 primeiros colocados deveriam ter vantagens, já
que não tiveram, os jogos ficam em abertos, de igual pra igual.
JCG – Na decisão, você
foi flagrado várias vezes acompanhando os jogos agachado. Era alguma
superstição?
LS – Sim, muitos ganham,
na sorte, outros na competência, e outros na fé. Cada um tem que usar o
que sabe a seu favor. Sempre é feita a vontade de Deus!
JCG – No jogo decisivo,
primeiro tempo da prorrogação, explodiu uma grande confusão. Você temeu que o
jogo pudesse não prosseguir a partir daquele momento?
LS – Sim. Eu mesmo não
queria continuar jogando, sempre quis retirar nossa equipe de quadra. Foi muito
desonroso o motivo da confusão. Pedi aos árbitros e ao mesário pra lerem o
regulamento, onde os mesmos também se recusaram. Foi onde nossa equipe reunida decidiu
que íamos jogar.
Sua atuação durante a temporada foi muito elogiada por todos |
JCG – Há alguma
orientação aos atletas quando se decide uma temporada inteira nos pênaltis?
LS – Sim, passamos
confiança, tanto ao Gabriel, quanto aos batedores, pois sabíamos que do outro
lado teriam pessoas experientes e calmos. Dois de nossos jogadores pediram pra
sair, pois não batiam pênaltis e aí decidimos quem bateria o 1º, o 2º e o
decisivo.
JCG – Percebemos que
todos os atletas tem um carinho muito grande por você. Não vimos nenhuma
reclamação direcionada, muito menos gestos e ou algo parecido. Qual o segredo
para ter o comando total sobre os atletas?
LS – Sim e isso é
muito bom , pois você sempre tem a alegria em vestiário, banco e
dentro de quadra. Você sempre tem que dialogar com todos, pedir desculpas
quando não usam todos os jogadores. Creio que o diálogo é fundamental pra se
ter uma ótima relação com todos.
Massagista também? Lá estava Lê Sheik, atendendo o ótimo goleiro Gabriel |
JCG – Você esperava que
aparecesse tanta gente para comemorar o título na festa do time?
LS – Por parte não,
ainda mais pelo horário, pois fui sair do ginásio após a meia noite. Tínhamos
marcado um pagodinho após o jogo e nem pudemos fazer pelo horário e por
respeito aos vizinhos. E por parte sim, pois sabíamos que o ginásio, na
maioria, estava ao nosso favor, sempre torcendo e nos apoiando. Time de amigos,
que sempre trazem mais uns amigos e assim se faz a festa de campeão.
JCG – O que mais te
emocionou: a defesa do Gabriel, o pênalti do Nôr ou o momento que você recebeu
o troféu?
LS – Difícil de
responder, pois são momentos únicos. Cada momento é uma sensação e emoção
diferente...São únicos.
JCG – E para a próxima temporada,
terá dificuldade para manter o elenco que, certamente, será muito assediado
pela concorrência?
LS - Não, pois quando se
é campeão, você não quer sair, e antes mesmo da final, já havíamos
conversado sobre nossa equipe e ficou decidido que só sairia quem
quisesse, pois em nosso grupo, sempre decidimos juntos e decidimos ficar, pois
todos se gostam. Esse elenco não foi formado por mim, e sim pelo Nôr e o Adonírio.
Eu apenas entrei pra ajudar e colaborar com todos.
Saindo para o abraço, após pênalti convertido por Mauro Nôr |
Consagração: momento de glória ao receber o troféu na premiação |