sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O homem que levou o Casinha de Lata/Emplac ao título inédito da Copa de Futsal garcense


Lê Sheik e a sua inconfundível forma de dirigir o Casinha de Lata/Emplac
Leandro de Oliveira da Silva é um jovem esportista que sempre esteve envolvido com o futebol/futsal. Já comandou time no Campeonato Amador, na Copinha de Futsal e, nos últimos três anos, na principal competição do salonismo garcense. Com opiniões fortes que sempre devem ser ouvidas, principalmente pelo fato de sempre serem bem fundamentadas, o conhecido Lê Sheik, 31, foi o comandante do Casinha de Lata/Emplac, time que se tornou campeão inédito do salonismo de nossa cidade. O `Comarca´ esteve conversando com ele sobre a conquista recente. Reproduzimos abaixo uma esclarecedora entrevista que explicita qual foi o grande segredo da equipe durante a temporada.

JCG – Um time vencedor começa na concepção de seu elenco. Você acha que `levou sorte´ em ter como seus comandados, os atletas campeões de 2014?
LS – Sim , sem dúvidas, pois em nossa equipe, apenas o goleiro Gustavo não entrou em quadra, nas duas finais, e mesmo assim, estava sempre conosco.

JCG – Quando começou o Campeonato, 16 times participantes,  alguns tradicionais sendo apontados como favoritos, imaginava que poderia acontecer tudo isso com o Casinha de Lata/Emplac?
LS – Nossa equipe sempre visou jogar as semifinais, sempre falávamos em estarmos entre os  quatro. Quando vencemos a semi, que paramos pra pensar em tudo que planejamos e queríamos  e quando fomos pra jogar a final, sabíamos que seria muito difícil de sermos campeões. Mas sempre acreditamos em nós. Nosso vestiário sempre foi confiante. Antes da primeira final, na hora de ver o modo que íamos jogar, eu falei que se fizéssemos tudo certo, sairíamos com o placar de 4 a 1 ou 5 a 2 pra nós, portanto o placar alto de 4 a 0, não foi surpresa pra nós. Eu esperava sofrer um gol deles, pois a equipe é muito boa e experiente. Por isso quando chegamos na final, esperávamos sim sermos campeões.

JCG – Qual foi o ponto forte de sua equipe durante a temporada? E o que mais lhe deu trabalho durante o Campeonato?
LS – O ponto forte que nós destacamos, creio que sempre foi a união, a amizade, o respeito, a vontade de sempre fazer o nosso melhor. Mesmo quando perdíamos, éramos os mesmos. Havia cobrança entre nós, porém, sempre no respeito com cada um. Ninguém nunca resolvia nada sozinho, sempre fomos equipe. Já o ponto fraco foram alguns jogadores descontentes por ficarem no banco, sem espírito de equipe, que acabaram saindo. Porém, nunca deixamos isso nos atrapalhar. E também não podemos nos esquecer dos juízes, né! Algumas vezes percebíamos maldade contra nossa equipe. E não podemos esquecer que fomos estrear nosso uniforme somente no meio do campeonato, pois alguns patrocinadores não cumpriram com data, como até hoje estamos sem receber de alguns...


Instruindo os atletas em pedido de tempo no primeiro jogo da decisão frente ao Carrossel

JCG – Por que você acha que os quatro melhores times da fase de classificação foram eliminados logo na rodada inicial do `mata-mata´?
LS – Futebol não tem lógica. O jogo se iniciou com 5 jogadores de cada lado, e às vezes a vontade supera qualidade (nomes). Os 4 primeiros colocados deveriam ter vantagens, já que não tiveram, os jogos ficam em abertos, de igual pra igual.

JCG – Na decisão, você foi flagrado várias vezes acompanhando os jogos agachado. Era alguma superstição?
LS – Sim, muitos ganham, na sorte, outros na competência, e outros na fé. Cada  um tem que usar o que sabe a seu favor. Sempre é feita a vontade de Deus!

JCG – No jogo decisivo, primeiro tempo da prorrogação, explodiu uma grande confusão. Você temeu que o jogo pudesse não prosseguir a partir daquele momento?
LS – Sim. Eu mesmo não queria continuar jogando, sempre quis retirar nossa equipe de quadra. Foi muito desonroso o motivo da confusão. Pedi aos árbitros e ao mesário pra lerem o regulamento, onde os mesmos também se recusaram. Foi onde nossa equipe reunida decidiu que íamos jogar.


Sua atuação durante a temporada foi muito elogiada por todos

 JCG – Há alguma orientação aos atletas quando se decide uma temporada inteira nos pênaltis?
LS – Sim, passamos confiança, tanto ao Gabriel, quanto aos batedores, pois sabíamos que do outro lado teriam pessoas experientes e calmos. Dois de nossos jogadores pediram pra sair, pois não batiam pênaltis e aí decidimos quem bateria o 1º, o 2º e o decisivo.

JCG – Percebemos que todos os atletas tem um carinho muito grande por você. Não vimos nenhuma reclamação direcionada, muito menos gestos e ou algo parecido. Qual o segredo para ter o comando total sobre os atletas?
LS – Sim e isso é muito  bom , pois você sempre tem a alegria em  vestiário, banco e dentro de quadra. Você sempre tem que dialogar com todos, pedir desculpas quando não usam todos os jogadores. Creio que o diálogo é fundamental pra se ter uma ótima relação com todos.


Massagista também? Lá estava Lê Sheik, atendendo o ótimo goleiro Gabriel

JCG – Você esperava que aparecesse tanta gente para comemorar o título na festa do time?
LS – Por parte não, ainda mais pelo horário, pois fui sair do ginásio após a meia noite. Tínhamos marcado um pagodinho após o jogo e nem pudemos fazer pelo horário e por respeito aos vizinhos. E por parte sim, pois sabíamos que o ginásio, na maioria, estava ao nosso favor, sempre torcendo e nos apoiando. Time de amigos, que sempre trazem mais uns amigos e assim se faz a festa de campeão.

JCG – O que mais te emocionou: a defesa do Gabriel, o pênalti do Nôr ou o momento que você recebeu o troféu?
LS – Difícil de responder, pois são momentos únicos. Cada momento é uma sensação e emoção diferente...São únicos.

JCG – E para a próxima temporada, terá dificuldade para manter o elenco que, certamente, será muito assediado pela concorrência?

LS - Não, pois quando se é campeão, você não quer sair, e antes mesmo da final, já havíamos conversado  sobre nossa equipe e ficou decidido que só sairia quem quisesse, pois em nosso grupo, sempre decidimos juntos e decidimos ficar, pois todos se gostam. Esse elenco não foi formado por mim, e sim pelo Nôr e o Adonírio. Eu apenas entrei pra ajudar e colaborar com todos.

Saindo para o abraço, após pênalti convertido por Mauro Nôr

Consagração: momento de glória ao receber o troféu na premiação