sexta-feira, 6 de novembro de 2015

`Recordar é Viver: Ari Lima e Adãozinho foram grandes atletas´









Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Esta coluna era para ter sido publicada na semana passada como uma forma de homenagear os muitos jogadores que desfilaram pelos gramados garcenses e já nos deixaram. Não foi possível. Reverenciando a memória de todos,  hoje escolhemos dois grandes atletas que marcaram época no futebol profissional: Ari Lima e Adão Nunes Dornelles. 

O zagueiro Ai Lima  teve  presença marcante no Garça Futebol Clube, nos anos 70/80. Já o Adãozinho alcançou uma projeção maior no futebol brasileiro, chegando mesmo a jogar pela Seleção Brasileira. Ambos também envergaram a gloriosa camisa do XV de Jaú, o “Galo da Comarca”, que depois de tantas glorias no futebol do interior paulista, está com suas atividades paralisadas. Se o Ari Lima começou a jogar bola profissional em Jaú, foi lá que o Adãozinho encerrou a carreira. 

Numa ocasião estivemos acompanhando eles  num evento esportivo na cidade de Jaú. E notamos o quanto eram queridos pelos torcedores locais. Naquela oportunidade tivemos a honra de posar ao lado das feras: Adãozinho com a camisa do XV de Jaú, Ari Lima com a jaqueta do Garça. Quis o destino que depois que largaram o futebol, fixaram residência em nossa cidade, criaram um grande círculo de amizade, até que vieram  a falecer.  Hoje devem estar batendo “um bolão” num plano superior.

A coluna recorda um pouco da carreira deles. Adão Nunes Dornelles, o Adãozinho, nasceu em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, e foi um dos destaques do Sport Club Internacional na década de 50, atuando como meio campista. Possuía um futebol clássico e de muita técnica. Integrou o famoso time gaúcho que ficou conhecido como “rolo compressor”.  Adãozinho fez parte da seleção brasileira vice-campeã mundial em 1950, defendeu ainda o Flamengo e o XV de Jaú (SP).

Na Seleção Brasileira, segundo o livro "Seleção Brasileira - 90 anos", de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, fez três jogos entre 1947 e 1950, com uma vitória, um empate e uma derrota. Veja no flagrante, defendendo o Brasil, da esquerda para direita: Adãozinho, Carlyle (ex-Galo, Palmeiras e Flu), Nena e o goleiro Luiz Borracha (ex-Flamengo). Foi um das raras vezes que a Seleção Brasileira jogou de camisas brancas. No Flamengo Adãozinho disputou 96 jogos, com 53 vitórias, 24 empates, 19 derrotas e 45 gols marcados.

Ari Lima começou a no XV. de Jaú, passou pelo Noroeste de Bauru e no Garça, integrando o memorável esquadrão dos anos 1971/72. Um zagueiro versátil e voluntarioso. Numa das fotos os craques do “Azulão”, posando do Estádio Municipal “Frederico Platzeck”, com a camisa listrada. Da esquerda para direita: Ari Lima, Zé Massagista e Abegar Brassoloto. Ainda como profissional jogou na Associação Cafelandense de Esportes.

Depois de encerrar a carreira, Ari Lima disputou vários certames citadinos. No amador jogou na Casa Ipiranga. Mas foi no futebol suíço, defendendo o Salão Carter, que  se consagrou, não como zagueiro, mas sim como atacante, um artilheiro implacável. Ganhou vários troféus de principal goleador da modalidade, na época que os jogos aconteciam nos campos de terra. Detalhe curioso: a maior  parte dos gols anotados de cabeça. Com grande impulsão, Ari Lima desferia potentes cabeçadas “de testa”, praticamente  indefensáveis pelos goleiros. Num dos campeonatos terminou como goleador máximo com 24 gols e a incrível marca de 17 gols de cabeça. 

Sempre ligado ao futebol, foi comentarista esportiva da Rádio Clube de Garça e cronista esportivo do Jornal Correio de Garça.