sexta-feira, 15 de abril de 2016

Recordar é Viver: "Omar Neubern, um árbitro gabaritado"








Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Não resta a menor dúvida que o futebol varzeano de outrora era forte e competitivo. Assim como possuía grandes equipes e jogadores. Não era nada fácil um jogador ingressar num time e disputar as competições. Em contrapartida o quadro de arbitragem era também composto por bons e competentes “juízes”.  Até porque para apitar tinha que entender bem as 17 regras básicas.

Hoje a coluna recorda um árbitro que marcou época: Omar Júlio Barbante Neubern, sem sombras de dúvidas um dos melhores que passou no varzeano garcense. O Omar fez sucessos no final dos anos 70, quando depois de encerrar a carreira como futebolista, resolveu encarar o desafio de “assoprar a latinha”. Verdade mesmo, pois na época os apitos eram feitos de “metal ou latão” e não de plásticos como são hoje. 

O Omar integrou o pelotão de elite da arbitragem garcense. Além de conhecer e aplicar as regras, sabia como “dominar” o jogo. Durante os cinco anos que esteve em ação dirigiu as partidas decisivas, os clássicos e as grandes decisões.

Apitava no melhor estilho do Dulcídio Wanderley Boschila (ex-arbitro da FIFA) com pulso firme e determinação. Não dava moleza para a `boleirada´, ou se preocupava em jogar bola ou ia mais cedo pro chuveiro. Com um preparo físico privilegiado acompanhava os lances em cima da bola. Isto para não dar chances as reclamações. Gostava de trabalhar em conjunto com o Sorocaba, Adão, Toninho Roberto, Ranulfo, Jomar Português, Palmital, Moisés Santana e outros.

Outra inovação: na época era comum os árbitros trajar roupas escuras. O Omar começa inventar moda, comum nos dias atuais. Gostava de usar camisas coloridas, nas cores amarelas ou vermelhas. Veja num flagrante no campo do Garça, posando de camisa branca, ao lado dos auxiliares Ranulfo Jose da Silva  (esq) e Tio Antenor.  Com uma ponta de saudade, lembra dos memoráveis times da Casa Ipiranga, Frigus e do Ipiranga e dos atletas, Carlinhos Morozine, Toninho Marques, Heitor Tiarim, o goleiro Cabrini, destaques nos clubes que defendiam.

O atleta – O Omar não jogou bola por muito tempo, mais ou menos uns 3 anos. Começou no Paulista, depois no time da Rádio Clube, Banco de São Paulo e Banespa, estes últimos na modalidade do futebol suíço. Veja uma das formações do Banco São Paulo, durante competição na AABB. Em pé da esquerda para direita: Cabrini, Zé Luiz Portugues, Clodoaldo Serzedelo, Omar e Genésio; agachados: Valter Alves, Béia, Michelan e Ednalvo. Gostava de jogar como um meia direita atacante. Um lance, até hoje faz questão de lembrar: jogando pelo Paulistinha contra o Trans-Ribas foi cruzar a bola na área e ela entrou no ângulo: 1 a 0. Porém no segundo tempo, o adversário virou para 7 a 1. No final do jogo me cobraram por ter feito um golaço, que provocou a goleada no time adversário.

O Omar deixou Garça no ano de 1.980 para seguir carreira no Banco Banespa. Passou por várias cidades do interior paulista: Taquarituba, Pindamonhangaba, Santa Cruz Rio Pardo, Bragança Paulista, até atingir o cargo de gerente geral em Piracicaba. Sempre foi adepto da prática esportiva, jogando futebol ou corridas de bicicletas (regularidade e aventuras, sempre na companhia dos filhos Franz e Erick). No ano de 2.006, a fatalidade: durante um treinamento, desequilibrou da bicicleta e caiu, lesionando a coluna cervical C-3 e C-4, sofrendo um grave acidente, que o impede de se locomover normalmente. Mas graças ao apoio dos amigos e da equipe médica vem superando e vencendo este trauma. 

O grande esteio vem da sua família, composta pela Luzia, Franz, Cláudia, Erick e Mariela. Em foto recente, veja como está o Omar, ao lado da esposa Luzia e da querida Netinha Maithê. Atualmente o Omar reside na cidade de Rio Claro. E continua ligado ao futebol, não deixa de acompanhar o seu querido Corinthians, o eterno campeão dos campeões.