sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Recordar é Viver: "Jacob Soares, um zagueiro que marcou época"












Por Wanderley `Tico´ Cassolla


A coluna homenageia um dos grandes jogadores de Garça, que ontem completou 76 anos de idade: Jacob Soares, que participou dos primeiros times do “Azulão”, quando de sua fundação, no ano de 1.965. Jacob (ou Jacó) jogou no Garça em três temporadas, sempre se destacando como um eficiente “beque central”. Na época o camisa 3 era o tipo do jogador que tinha que chegar junto nos atacantes, era bola ou falta. Com um estilo diferente, era mais clássico: firme no desarme, antecipava o lance, e tinha precisão no passe.

Nascido em Garça, o Jacó começou a jogar bola cedo, ainda na adolescência. Correr atrás da bola era uma das poucas diversões dos moradores da Vila Nova (hoje Araceli), onde residia com seus pais. Na época havia muitos campinhos de terra nos terremos vazios da vila. Se destacando da molecada, com apenas 14 anos, foi convidado para jogar no Operário, do técnico João Folguieri, e que era formado pelos empregados da Fábrica de Óleo e Sabão Serenata.

Não demorou muito e já estava no forte Bangu, da Vila Nova, um dos melhores times da cidade, e que travou grandes duelos com o Real Garcense, da Vila Manolo (hoje José Ribeiro). Era uma rivalidade sadia entre estas equipes, que quando se enfrentavam a cidade parava para ver o “clássico’. Veja na foto, Jacó com a foto do poderoso Bangu, onde foi campeão varzeano do ano de 1.964.

Além do Bangu, o Jacó jogou nos seguintes times: Flamenguinho, Frigus, Fazenda Paraíso e Barol. Famoso e conhecido em nossa cidade, despertou o interesse do Municipal, da vizinha cidade de Vera Cruz, onde disputou o Campeonato Estadual da 3ª Divisão, nos idos de 1.964. No ano seguinte foi a vez de assinar com o Garça FC, o time de sua terral natal, onde marcou época.

Recordamos o Garça, do 1.965. Em pé da esquerda para direita: João Truzzi (treinador), Lourival, Goiano, Jacó, Serginho, Roberto, Nelson Semensato, Toninho Marques (presidente) e Navarro (dirigente). Agachados: Agamenon, Daniel, Adauto, Alemão, Chita, Haroldo e o árbitro Arthur Chekerdemian.

Jacó também se orgulha de ter disputado o primeiro jogo no Estádio Municipal “Frederico Platzeck’, no dia 05 de junho de 1.966, quando Garça recebeu o Gália, em jogo valido pelo certame da 3ª Divisão e empatou em 2 a 2. Vale lembrar que o “Platzeck” depois seria inaugurado oficialmente no dia 04/10/1.966, com o jogo festivo entre uma seleção de veteranos x Scratch da Rádio Bandeirantes. Veja na outra foto, ao lado do Nelsinho Semensato, companheiro no Garça.  Na outra foto, ao lado do volante Bira (esq) e do lateral direito Zé Carlos.

Nesta época ele teve ótimos treinadores, destacando o Altamiro Gomes, João Truzzi e Juvenal “Barbeiro”. Teve a oportunidade de jogar com grandes jogadores, citando o Dominguinhos, Haroldo, Nelsinho, Grilo e Helinho Tercioti, que hoje jogariam em qualquer time de ponta do futebol brasileiro.

Nos idos de 1.968, casou com a Dona Iraci Soares, e se mudou para São Paulo, lá permanecendo por mais de 10 anos. Depois foi para Agudos/SP, residindo por 5 anos. Até que no começo dos anos 90, voltou para a sua terra, para não sair mais. O casal Jacó x Iraci, tem quatros filhos: Sandra, Silene, Adenilson e Adilson, além de quatro netos.

A VOLTA DO GARÇA: Como amante do futebol, o Jacó vê com bons olhos a volta do “Azulão”. Segundo ele uma cidade como Garça, que sempre teve tradição no futebol, merece um time profissional. Com certeza as tardes domingueiras serão bem mais alegres, com um jogo no gramado do “Platzeck”. Assim como espera que a maioria dos atletas sejam da cidade e região, para que o Garça consiga revelar mais jogadores para o futebol brasileiro. E sigam o mesmo destino do goleiro Waldir Perez, que ele viu nascer na época que era zagueiro do Garça. A coluna aproveita para dar os parabéns ao corintiano Jacó, um exemplo de esportista e cidadão garcense. Um atleta que defendeu e honrou o Garça com muito orgulho e amor pela camisa, acima de tudo.