sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Recordar é Viver: "A volta do GFC, o sonho continua"










Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Faltou pouco, muito pouco mesmo para o retorno do Garça FC aos gramados neste ano. Segundo as informações que recebemos, com o grupo empresarial que iria “tocar o time”, já estava tudo certo. O único obstáculo foi o Estádio Municipal “Frederico Platzeck”, que interditado há vários anos, não foi liberado pelos órgãos competentes. Uma pena, convenhamos. Entretanto as obras de adequação continuam. O nosso sonho e de muitos torcedores ficou para o ano que vem. A volta do Garça causou enorme repercussão na cidade e região. Assim é que através da net, recebemos muitas indagações e entusiasmados comentários, dos quais dois merecem destaque na coluna.  

De São Paulo, o Milton Neves, consagrado jornalista do futebol brasileiro, mandou o seguinte recado: “Alô Garça, boa sorte, tem uma história linda no futebol. Garça tem que ficar não na terceira, quarta divisão, tem que ir para a primeira divisão. Viva Garça”.

De Bauru, recebemos uma cópia da crônica do esportista João Francisco Tidei de Lima, reproduzida no tradicional “Jornal da Cidade de Bauru”. O conhecido Kikão, era fervoroso torcedor do Garça EC. e residiu em Garça na década de 50. Seus pais trabalhavam no Centro de Saúde, na época localizado na Praça Pedro de Toledo, nº 211, onde hoje está o Cartório do Registro Civil de Pessoas.

A crônica: “Parabéns ao jornalista Aurélio Alonso pela bela matéria “Volta do Passado”, abordando documentário que resgata a trajetória do Garça EC.
Diz o leitor: “Morei em Garça durante 4 anos, de 1.952 a 1.955, na época o município estava entre os maiores produtores de café do Brasil, com reflexos no seu dia-a-dia, onde se incluía o futebol. Nas linhas e entrelinha da reportagem do Aurélio, fui capaz de refazer aqueles anos, com seus referenciais inesquecíveis: o Instituto de Educação Hilmar Machado de Oliveira, espaço exemplar do ensino médio, a Rádio Clube de Garça, da Rede Piratininga, o majestoso Cine São Miguel, a Estação Rodoviária, hoje tombada como monumento histórico, os dois jornais semanários Correio de Garça e Comarca de Garça, e, claro, as jornadas do Garça E.C. Na companhia de meu pai, eu não perdia um jogo sequer no Estádio de Vila Williams. O Garça tinha um timaço, com duelos de provocar faíscas quando enfrentava o rival vizinho, o Marília A.C. Não esqueço da seguinte escalação: Basílio, Tão Acorinte e Pozi; Coutinho, Altamiro e Doleite; Garcia, Carlito, Paraguaio, Cecy e Liquinho. Revelações, Liquinho logo seria contratado pelo Corinthians, e o centro-médio Altamiro, esbanjando classe e invejada personalidade, atraía interesse dos grandes de São Paulo, mas tinha emprego seguro na prefeitura da cidade, razão de sua permanência.

Desembarquei em Garça e retornei a Bauru, com minha família, em 1.955, pelos trens da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, na época classificada como uma das melhores do mundo. Era um tempo que o nosso País, hoje campeão mundial de acidentes automobilísticos, caminhava pelos trilhos”.

Para matar um pouco a saudade do Kikão e também dos torcedores do Garça, recordamos uma das formações do Garça EC, daquela época: Em pé, da esquerda para direita: Máximo, Dias, Doleite, Coutinho, Tão Acorinte e Basílio; Agachados: Garcia, Carlito, Paraguaio, Ceci e Evaldo. Ao fundo está o Hospital São Lucas em início de construção. O mascotinho é o palmeirense Antonio “Biga” Marangão. Na outra foto, o quinteto de ouro do Garça EC, da esquerda para direita: Paraguaio, Carlito, Altamiro Gomes, Garcia e Liquinho. Uma curiosidade o Carlito, cujo nome é Carlos Eduardo Alves de Souza", dá nome a praça próxima ao Banco do Brasil e na frente do Posto de Gasolina. É irmão dos são-paulinos Paulo Renato e Edgar Alves de Souza.