sexta-feira, 15 de junho de 2018

Recordar é Viver: "História das Copas - Parte I"









Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Começou na última quinta-feira na Rússia, a 21ª edição da Copa do Mundo, o maior evento esportivo do planeta. Durante a competição, que terminará no próximo dia 15 de julho, recordaremos a “História das Copas” em vários capítulos, em especial a trajetória da Seleção Brasileira, a única penta-campeã e também a única a participar de todas as edições. Destaque para os recordes, curiosidades, formações, artilheiros e outros fatos marcantes.

O pontapé começa com a 1ª Copa do Mundo, disputada no Uruguai no período de 13 a 30 de junho de 1.930, e que teve a participação de 13 países: Uruguai, França, México, Estados Unidos, Bélgica, Romênia, Perú, Iugoslávia, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai, Brasil. Em disputa a “Taça Jules Rimet”, obra do artesão francês Abel Lefleur, em ouro puro, pesando 1.800 kg, altura 30 cm, com formato de uma mulher com asas, representando a vitória.

O Uruguai ganhou o direito de sediar a primeira copa, por questão de tradição, graças ao êxito da fabulosa “Celeste Olímpica”, que havia conquistado a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris, no ano de 1.924 e de Amsterdã em 1.928.

O Estádio Centenário de Montevidéu, foi especialmente construído para a copa. Um gigante para 90 mil torcedores, erguido em apenas oito meses, ficou totalmente pronto cinco dias depois de iniciado a competição. Outros dois estádios foram construídos, e esta foi a única copa inteiramente disputada numa cidade. O jogo inaugural foi realizado no dia 13 de junho e a França ganhou do México por 4 a 1. O francês Lucien Laurent marcou o primeiro gol na história das copas. Foi um chute de pé direito, aos dezenove minutos do primeiro tempo.

A decisão aconteceu no dia 30 de junho e o Uruguai manteve a tradição. Ganhou da Argentina por 4 a 1, se tornando, portanto, o primeiro campeão mundial. A disputa foi em clima de “guerra”, a ponto do árbitro belga John Langenus, decidir que cada tempo do jogo seria jogado com uma bola diferente. No primeiro, com a bola uruguaia, e o segundo com a bola argentina. Cerca de 10 mil policiais fizeram a segurança do jogo.

Foram realizados 18 jogos e marcados 70 gols, resultando 3,89 por jogo. O público total foi de 434.500 pagantes, com média de 24.139. Artilheiro: o  argentino Stabile, com 8 gols. O árbitro brasileiro na copa foi Gilberto de Almeida Rego.

SELEÇÃO BRASILEIRA: A CBD – Confederação Brasileira de Desportos selecionou 24 jogadores. Uma briga entre os cartolas paulistas e cariocas, impediu que o Brasil levasse o que tinha de melhor. Foram 23 cariocas e somente um paulista, Araken Patuska, jogador do Santos. O Brasil jogou apenas duas vezes. Estreiou no dia 14 de junho e perdeu para a Iugoslávia por 2 a 1. Depois, já desclassificado, venceu a Bolívia por 4 a 0. Na foto a seleção brasileira que terminou na sexta posição.  O primeiro gol brasileiro foi de João Coelho Neto, o “Preguinho”, filho do lendário escritor Coelho Neto. Depois ele marcaria ainda mais dois gols na Bolívia. Na foto Preguinho, o árbitro Anibal Tejeda e o capitão iugoslavo Milutin Ivkoviv. O árbitro uruguaio está com um camisa do Fluminense, presente de Preguinho. Fotos: site da FIFA.

A DELEGAÇÃO:
Chefe: Afrânio Antonio da Costa, o “Paraná”,
Goleiros: Joel (América), Vellozo (Fluminense);
Zagueiros: Brilhante (Vasco), Itália (Vasco) e Zé Luis (São Cristóvão);
Médios: Hermógenes (América), Fausto (Vasco), Fernando (Fluminense), Ivã (Fluminense), Oscarino (Ipiranga de Niterói), Manuelzinho (Ipiranga de Niterói), Pamplona (Botafogo), Fortes (Fluminense e Benvenuto);
Atacantes: Moderato (Flamengo), Nilo (Botafogo), Poly (América), Benedito (Botafogo), Araken Patuska (Flamengo), Carvalho Leite (Botafogo), Preguinho (Fluminense), Russinho (Vasco), Teófilo (São Cristóvão) e Doca (São Cristóvão)
Técnico: Píndaro de Carvalho.