Silvio, num dos camarotes do ginásio da cidade de Mytishchi |
Temperaturas abaixo de zero: uma das `adversárias´ na adaptação ao novo país |
Ladeado por Genário e Paulinho, atletas que defenderam a RCG |
Em momento de treinamento da equipe |
Sua atual equipe que disputa a ascendente liga de futsal da Rússia |
Silvio Antonio C. de Oliveira iniciou a sua
carreira no futsal em 2005, com o time sub/20 da RCG. No ano seguinte foi para
o principal, onde ficou até a saída do técnico Tuca, com quem foi trabalhar no
extinto São Paulo/Marília. Depois ainda esteve em Suzano, ao lado de Fernando
Cabral. Silvio recebeu um convite para se transferir para o futsal da Rússia,
onde trabalha no Mytishchi. Um novo país,
novos costumes, enfim, um novo desafio que está sendo enfrentado pelo garcense,
que ao longo dos anos se tornou uma referência na modalidade em sua profissão.
Via e-mail, mantivemos contato com Sílvio, com você podendo acompanhar abaixo a
entrevista realizada ao longo da semana:
JCG – Como surgiu a
oportunidade de você se transferir para o futsal russo?
Sílvio - Na verdade
começou a conversa com o próprio Paulinho (ex-atleta da RCG, atualmente no
mesmo time do garcense) me falando que a equipe estava procurando um preparador
físico brasileiro e veio perguntar se eu
tinha interesse. A resposta foi positiva, sendo que logo depois me ligou o
empresário que leva jogadores para o futsal russo. Mas não entramos em um
acordo financeiro, ficando praticamente definido que eu não iria. Na última
semana antes do inicio do segundo semestre russo, falei com o Paulinho
novamente e veio a proposta final e o acerto.
JCG – Sabemos que a
Rússia tem grande investimento esportivo, com empresários do ramo do petróleo
injetando altos valores em suas equipes. Onde você está também funciona dessa
forma, ou seja, o time é de uma pessoa que resolveu investir no futsal?
Silvio – Sim, é verdade.
Existem várias equipes com investimento dessa forma que você falou, porém, a
minha é mantida pela prefeitura, sendo duas modalidades: futsal e hóquei.
JCG – O que está sendo
(ou foi) mais difícil para a sua adaptação? O frio, a alimentação, ou o idioma?
Sílvio - O frio você só
sente se realmente estiver na rua, pois a cidade é bem preparada para esse tipo
de frio chegando a bater nos 25 graus negativos. A alimentação para mim é
normal. Agora o idioma... Minha nossa!!! Uma coisa que eu nunca tinha visto
nada igual!!! É muito difícil mesmo e se não fosse o nosso tradutor, estava `ferrado´.
JCG – Você está
vislumbrando a possibilidade de continuar na Europa por um bom tempo ou,
terminando o vínculo, você retornará?
Sílvio - O meu contrato
de inicio é de seis meses, mas depois de conhecer a estrutura do futsal russo
pretendo ficar por algumas temporada, lógico, dependendo sempre do trabalho que
vou mostrar dentro desse meu contrato inicial.
JCG – Quais as
principais diferenças entre o futsal da Rússia e do Brasil?
Sílvio - Achei o jogo muito
corrido e muito tático e técnico. Mas eles não vão ter nunca a agilidade e o
improviso do jogador brasileiro.
JCG – Qual a
repercussão da conquista da Copa do Mundo pela seleção brasileira, após
dramática vitória sobre a Espanha? O fato favoreceu a todos os salonistas
brasileiros em termos de `portas abertas´ no mercado internacional?
Sílvio - Aqui eles são
fãs do futsal espanhol porque eles são muitos táticos. Mas os brasileiros são e
sempre serão os `reis do futebol´ e futsal. Somos muito respeitados pelo mundo
todo. Acabei de comprovar essa teoria agora na prática.
JCG – A preparação dos
times russos é muito diferente do Brasil? As viagens também são muito longas,
como a Liga Futsal brasileira?
Sílvio - Muito diferente.
Eles gostam muito de corrida longa, então tenho muito dificuldade de colocar o
meu trabalho em prática. Mas com paciência e mostrando o caminho correto da
preparação física do futsal, vou colocar o trabalho em alto rendimento como
sempre consegui colocar nas equipes que trabalhei.
JCG – A Rússia hoje
tem um italiano no comando da seleção de futebol (Fábio Capello), é a atual
campeã mundial de futebol de areia e tem investido forte no futsal. O futsal
realmente vem sofrendo uma franca evolução por aí ou está muito atrás das
demais modalidades? O fato de não ser um esporte olímpico tem atrapalhado?
Silvio - O futsal russo é
muito forte, tanto em sua liga russa, como também com sua seleção e a evolução
do futsal é muita clara, pois a organização de seu campeonato e de suas
categorias de base só tem a evoluir.
JCG – Do que você mais
sente saudades do Brasil?
Silvio – Sinto muita saudade
de minha mãe, Odila, e do meu pai o `Velho´ Odair, o conhecido `Tigrão´. Mas os
jogos do Corinthians, a pelada do futebol amador e as festas com amigos que em
Garca tenho vários, graças a Deus, além das pescarias que gosto muito, também
me traz muita saudade. Ah! Não posso me esquecer de minha esposa Larissa, é
claro!!! Abraços a todos os amigos e dia 11 de junho estarei aí para aquele
velho papo. Abraços!!!