quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Coluna Bate Pronto (10/01)



De José Roberto Malia, dos canais ESPN: “A cobra vai fumar. O Ministério Público de São Paulo entrou de cabeça, corpo e alma na briga da Lusa para continuar na elite do Brasileirão. O MP abriu inquérito civil contra o Circo Brasileiro de Futebol e o STJD por desrespeito a três artigos do Estatuto do Torcedor ao degolar a equipe - perdeu quatro pontos por ter escalado irregularmente o meia Heverton contra o Grêmio. Roberto Senise Lisboa, promotor de Justiça do Consumidor, acredita que a possibilidade de a Lusa recuperar os pontos "é bastante forte". Argumenta: o estatuto é lei federal e, portanto, superior ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

O promotor lembra que no dia da partida o site da CBF nada informava sobre o gancho de Heverton. Só publicou a punição do atleta um dia depois da última rodada do campeonato. Senise Lisboa acha que há fortes indícios de que houve erro e, caso a entidade não recue, o caldo vai engrossar. "O futebol não pode ser tratado como brincadeira, como alguns o fizeram nos últimos dias", afirmou o promotor. Passando a régua: os indícios de que o tapetão escalará 24 times no Brasileirão deste ano são cada vez mais fortes. Estando bem para ambas as partes, segue o jogo... E não se fala mais isso.”

Priscilla Buso Faccinetto, juíza da 40ª Vara Cível de São Paulo, rejeitou a ação do advogado Marcelo Azem Mofarrej, torcedor da Lusa que tentava reverter a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que decretou o rebaixamento da Portuguesa e a permanência do Fluminense na Série A do Brasileirão. A juíza justificou a decisão alegando que o autor do processo, sendo um torcedor, não possui legitimidade para contestar o julgamento do STJD. Para ela, seria diferente caso um representante do clube tivesse movido o processo, que foi definitivamente extinto. A rejeição em juízo pode ser repetida caso outros torcedores tentem entrar na Justiça Comum para tentar a anulação da suspensão da Portuguesa. Informações da gazetaesportiva.net.

Com todo esse imbróglio colocando em risco o Brasileirão em pleno ano de Copa do Mundo em nosso país, surgiu, como solução para o caso, a realização da competição com 24 clubes. Porém, tal fato infringiria dois artigos do Estatuto do Torcedor e um da Lei Pelé. Simplificando: seria totalmente ilegal e abriria a possibilidade de mais ações na Justiça Comum.

"É vedado proceder alterações no regulamento da competição desde sua divulgação definitiva", diz o Estatuto do Torcedor. A lei até abre brecha para que se mude o regulamento caso o CNE (Conselho Nacional do Esporte), órgão do Ministério do Esporte, aprove uma alteração, se ela for pedida pela CBF. O mais difícil de driblar, porém, seriam os pontos da legislação que tratam sobre regras de rebaixamento em competições nacionais. O Estatuto do Torcedor prevê que "em campeonatos ou torneios regulares com mais de uma divisão, será observado o princípio do acesso e do descenso. Para os fins do disposto neste artigo, considera-se critério técnico a habilitação de entidade de prática desportiva em razão de colocação obtida em competição anterior. Fica vedada a adoção de qualquer outro critério, especialmente o convite". "Posso até ser contra algumas disposições do Estatuto, mas nesse quesito sobre acesso e descenso tudo foi feito para evitar a virada de mesa. Não há brechas para isso acontecer", afirma Jean Eduardo Nicolau, especialista em direito esportivo.

A legislação cita também a Lei Pelé, de 1998. Segundo o artigo 89, "em campeonatos ou torneios regulares com mais de uma divisão, as entidades de administração do desporto determinarão em seus regulamentos o princípio do acesso e do descenso, observado sempre o critério técnico". O texto deixa claro que é vedada a possibilidade do Campeonato Brasileiro de 2013 não ter rebaixados. O Estatuto do Torcedor começou a ser formulado após a virada de mesa de 2000 e entrou em vigor em 2003.

O mercado de negociações no futebol nacional, que andava morno, deu uma aquecida nos últimos dias. Time que mais contratou, o Palmeiras apresentou o volante França (ex-Hannover-ALE), os atacantes Diogo (ex-Portuguesa) e Rodolfo (ex-Rio Claro), além dos zagueiros Lúcio (ex-São Paulo) e Victorino (ex-Cruzeiro). O lateral-esquerdo Willian Matheus (ex-Goiás) e o atacante Leandro, (ex-Grêmio), também foram confirmados. Aguarda-se pelo lateral-direito Moreira (ex-Libertad-PAR) e por Bruno César, que estava no futebol árabe. No São Paulo, a novidade é o lateral-direito Luís Ricardo (ex-Portuguesa) e no Santos, Cícero pode estar se transferindo para o Fluminense.

No Corinthians, que até agora só anunciou Uendel, ex-Ponte Preta, para a lateral-esquerda, a torcida vem criticando muito o design da camisa de treino, alegando que tem `muito azul´ na mesma. Porém, os maiores protestos deverão ser direcionados ao novo uniforme três, que será amarelo, com detalhes em preto e branco. Como o Palmeiras já se utilizou de um uniforme amarelo, espera-se muitas reclamações dos corintianos.

Fonte: Jornal Comarca de Garça

Atualização: a Justiça de São Paulo decretou que sejam devolvidos os quatro pontos perdidos pelo Flamengo. É uma questão de tempo que comecem a surgir mais e mais liminares.