29 de dezembro de 2013. Essa data entrou
para a história por ser o dia em que caiu a maior escrita do esporte garcense.
Após 31 anos de tentativas, o Dinos, finalmente, soltou o grito de `campeão´
municipal do futebol suíço.
Ainda vivendo a emoção do título, o técnico
Nezinho Bonfim continua sendo bastante cumprimentado e exaltado pela conquista
única. “Às vezes acho que a ficha ainda não caiu”, diz.
Na verdade o treinador fez uma viagem no
tempo. Bastante emotivo, recordou o início do time, ainda no fim da década de
70, quando teve uma rápida incursão pelo futebol amador. “Primeiro nós fomos
para o amador, mas logo começamos a disputar o suíço, ainda no tempo do
`terrão´”, acrescentou.
Foi impossível não se lembrar de todo os
esforços do tio Jaime Garcia, que tomava à frente da equipe, bem como o irmão
Orlandinho, o primogênito da família. “Como me esquecer do que o `Jaimão´ fez?
Ele levava até garrafa de café pra gente na beira do campo. Devemos muito a
ele”, acrescentou.
Bonfim é daqueles personagens que, pelo
`tempo de estrada´, reúne muitas histórias, algumas extremamente engraçadas.
Sem conseguir segurar o riso, ele citou um jogo entre Dinos e Kosminho, na
década de 80, com a sua equipe estando eliminada. Porém, uma terceira
agremiação enviou a `mala branca´ para que o time complicasse o jogo e
eliminasse o Kosminho, que não podia vencer: uma caixa de cerveja.
A partida estava equilibrada, empatada sem
gols, quando uma bola foi alçada para a área e o viril defensor, Carlão Bonfim,
que vem a ser tio do técnico campeão, ao tentar afastar o perigo, viu a mesma
resvalar em sua perna e morrer, caprichosamente, no fundo do gol. “Rapaz, eu
pensei que o Orlandinho ia agredir o Carlão, tamanha foi a revolta dele. Ele
ficou transtornado, não acreditando que o time perderia a caixa de cerveja por
causa daquele gol contra”, disse, rindo muito, revelando que também `Fiquei
muito bravo com o Carlão, mas acho que ele só se lembra do Orlandinho”.
Outro momento que Nezinho não esquece foi a
eliminação das quartas de final de 2012, pelo Juventude. O Dinos havia vencido
o primeiro jogo e só deixaria de avançar ao G-4, caso perdesse no tempo normal
e na prorrogação. Dito e feito. Com um gol nos acréscimos, o time foi
eliminado, causando uma grande comoção em todos. O golpe foi cirúrgico, a ponto
de ter ocorrido uma debandada de jogadores para a última temporada. “Mas
formamos a equipe e, apesar das dificuldades durante o ano – teve jogo em que o
time tinha apenas sete jogadores na linha -, superarmos tudo e vencemos”,
acrescentou.
Na verdade, o título do Dinos tem a marca
da persistência e perseverança, digna de pessoas especiais. Por isso que a
famosa música que diz “Quem espera, sempre alcança...”, encaixa-se
perfeitamente nessa verdadeira epopeia vivida pelo alvirrubro.
Nezinho e os tios Jaime e Neuza, que fizeram questão de acompanhar a decisão |
O treinador `campeão de tudo´ ao lado do filho Bruno, que veio diretamente do Grande ABC para a final |