sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

O dia em que a perseverança e a persistência se transformaram num conquista inédita

29 de dezembro de 2013. Essa data entrou para a história por ser o dia em que caiu a maior escrita do esporte garcense. Após 31 anos de tentativas, o Dinos, finalmente, soltou o grito de `campeão´ municipal do futebol suíço.
Ainda vivendo a emoção do título, o técnico Nezinho Bonfim continua sendo bastante cumprimentado e exaltado pela conquista única. “Às vezes acho que a ficha ainda não caiu”, diz.
Na verdade o treinador fez uma viagem no tempo. Bastante emotivo, recordou o início do time, ainda no fim da década de 70, quando teve uma rápida incursão pelo futebol amador. “Primeiro nós fomos para o amador, mas logo começamos a disputar o suíço, ainda no tempo do `terrão´”, acrescentou.
Foi impossível não se lembrar de todo os esforços do tio Jaime Garcia, que tomava à frente da equipe, bem como o irmão Orlandinho, o primogênito da família. “Como me esquecer do que o `Jaimão´ fez? Ele levava até garrafa de café pra gente na beira do campo. Devemos muito a ele”, acrescentou.
Bonfim é daqueles personagens que, pelo `tempo de estrada´, reúne muitas histórias, algumas extremamente engraçadas. Sem conseguir segurar o riso, ele citou um jogo entre Dinos e Kosminho, na década de 80, com a sua equipe estando eliminada. Porém, uma terceira agremiação enviou a `mala branca´ para que o time complicasse o jogo e eliminasse o Kosminho, que não podia vencer: uma caixa de cerveja.
A partida estava equilibrada, empatada sem gols, quando uma bola foi alçada para a área e o viril defensor, Carlão Bonfim, que vem a ser tio do técnico campeão, ao tentar afastar o perigo, viu a mesma resvalar em sua perna e morrer, caprichosamente, no fundo do gol. “Rapaz, eu pensei que o Orlandinho ia agredir o Carlão, tamanha foi a revolta dele. Ele ficou transtornado, não acreditando que o time perderia a caixa de cerveja por causa daquele gol contra”, disse, rindo muito, revelando que também `Fiquei muito bravo com o Carlão, mas acho que ele só se lembra do Orlandinho”.
Outro momento que Nezinho não esquece foi a eliminação das quartas de final de 2012, pelo Juventude. O Dinos havia vencido o primeiro jogo e só deixaria de avançar ao G-4, caso perdesse no tempo normal e na prorrogação. Dito e feito. Com um gol nos acréscimos, o time foi eliminado, causando uma grande comoção em todos. O golpe foi cirúrgico, a ponto de ter ocorrido uma debandada de jogadores para a última temporada. “Mas formamos a equipe e, apesar das dificuldades durante o ano – teve jogo em que o time tinha apenas sete jogadores na linha -, superarmos tudo e vencemos”, acrescentou.
Na verdade, o título do Dinos tem a marca da persistência e perseverança, digna de pessoas especiais. Por isso que a famosa música que diz “Quem espera, sempre alcança...”, encaixa-se perfeitamente nessa verdadeira epopeia vivida pelo alvirrubro.

Nezinho e os tios Jaime e Neuza, que fizeram questão de acompanhar a decisão

O treinador `campeão de tudo´ ao lado do filho Bruno, que veio diretamente do Grande ABC para a final

 
Orlandinho, Renato Bonfim, que veio de BH para o confronto, Ricardo, nezinho, Marcelo e Carlão, o homem do gol que irritou os sobrinhos na década de 80