sexta-feira, 10 de julho de 2015

Recordar é Viver: "O GFC sempre foi destaque no futebol profissional"









Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Durante a Festa da Cerejeira na semana passada,  a cidade recebeu um grande numero de visitantes. A maioria vinda de fora, e a outra parcela de garcenses, hoje residentes em outras localidades. Além de prestigiarem a nossa mais importante festa, vieram matar um pouco da saudade da terrinha. E lá encontramos muitos conterrâneos e a conversa logo mudava para futebol e o Garça Futebol Clube. 

Um deles foi o são-paulino Vagner Antonio da Silva, hoje morador na longínqua Caruaru (PE), que nos pediu para fazer uma matéria da história do “Azulão” e da participação na fase final do campeonato em São Paulo. O Vagner também relembra de sua juventude em Garça, quando gostava de acompanhar o campeonato amador. Com uma memória invejável,  recordou dos grandes times das décadas de 60 e 70. Não só falava o nome dos times como também dos grandes jogadores da época: Bangu, Real Garcense, Ferroviária, Botafogo, Serenata, Frigus, Ipiranga, Casa Ipiranga, SASP, Induscômio, eram os times que ele gostava de ver jogar. Desde os tempos do Campo do Municipal até o  “Frederico Platzeck”.

E pra matar saudade do Vagner, vamos recordar um pouco da história do Garça FC, cuja fundação foi no dia 15 de fevereiro de 1.965. O primeiro presidente foi o esportista Antonio Alexandre Marques. De início não havia um campo de tamanho oficial que atendesse as exigências da Federação Paulista de Futebol. Então a diretoria foi obrigada a participar do Campeonato Amador do Estado. Com a inauguração do Estádio Municipal “Frederico Platzeck”, no dia 14 de outubro de 1.966, o Garça ingressou no profissionalismo.  

No ano de 1971 foi montado um dos melhores times. Na época o presidente era o sr. João Bento. A cidade vivia um ótimo momento com a cafeicultura em expansão. O presidente de honra era o sr. Manoel Joaquim Fernandes, o “Manolo”, que dava um grande apoio ao time, principalmente na parte financeira.

Como técnico foi contratado José Carlos Coelho. Chegaram o goleiro Lula, da Ferroviária de Araraquara, Tuta (Santacruzense), Abegar (Nacional de Rolândia - PR), Cláudio Belon (Paraguaçuense), Toninho Bodini (Noroeste), Itamar Belasalma, Zinho e Daniel (Platinense de Santo Antonio da Platina – PR), Bô e Helinho (Linense). Alguns foram trazidos pelo conhecido Mazolinha Calegaro. Os novos reforços se juntaram ao Ari Lima, Pedroso, Rogerinho, Plínio dias, Osmar Silvestre, David e outros remanescentes de temporadas passada. Veja uma das formações do memorável Garça, um time que encantava os torcedores. Em pé da esquerda para direita: Plínio Dias, Ari Lima, Fernando, Belmiro, Luizão e  Dadi. Agachados: Helinho, Grilo, Osmar Silvestre, Rogerinho e Coró.

O Garça disputou um grande campeonato. De quebra foi campeão da Série  “Arthur Friedenreich”, garantindo uma vaga para disputar o “pentagonal” final da primeira divisão em São Paulo, contra o Catanduvense, MAC, Rio Preto e SAAD. Segundo o radialista Nilson Bastos Bento, que narrou todos os jogos pela então Rádio Clube de Garça, direto do Parque Antártica “o Garça chegou na capital do Estado  apontado como franco-favorito ao título. Como o futebol é uma caixinha de surpresas, o Marília foi campeão e promovido a divisão especial”.

E falando na Festa da Cerejeira quem esteve prestigiando o evento foi o ex-centroavante Rogério Amadeu Atílio, o “Rogerinho”, o maior goleador do futebol profissional garcense. Segundo o livro “Trajetória do Futebol Profissional do Garça”, de autoria do professor Luiz Maurício Teck de Barros, Rogerinho  marcou 54 gols, entre o final do anos 60 e começo 70. No flagrante Rogerinho (à esq), posando ao lado do conhecido Carlão Pintado, ex-atacante do futebol amador.  Na outra foto Valeriano (técnico), o goleiro Chiquinho  e o Zé massagista, que também passaram pelo Garça.