Betão, a esposa Sandra e a matriarca da família, dna. Maria Aguiar, em 2011, no Teatro Municipal, recebendo o troféu de campeão |
Por Wanderley `Tico´ Cassolla
O eterno treinador Gilberto “Betão” Aguiar para
sempre será lembrado. Jamais poderá ser esquecido nos meios esportivos de nossa
cidade. O carismático “Betão Aguiar” nos deixou recentemente. Com certeza deve
estar treinando algum time nos campos celestiais. Talvez um outro Flamengo, o time
do coração, que ajudou a fundar aqui na terra no dia 30 de março de 1977.
O Betão Aguiar foi uma unanimidade. Respeitado,
admirado e idolatrado até mesmo pelos adversários. A sua passagem entre nós foi
marcante, deixando um legado para sempre. Agora é uma lenda.
Ele comandou tecnicamente o Flamengo por cerca de 30
anos, de forma direta e ininterrupta, num fato inédito no futebol. Nunca ouvi
falar de um treinador ficar tempo assim num único time.
Uma foto do Flamengo de 1982, no extinto campo do Sanatório
Nos meus números, que acredito não estarem totalmente atualizados, ele foi campeão pelo Flamengo 11 vezes no Amador. Somando mais três à frente do VIMEC totaliza quatorze, um verdadeiro recorde. Sem falar nos oito títulos da Copa Lions/Taça Cidade de Garça, cinco títulos do Torneio Preparativo, uma Taça Cidade de Garça e um campeonato juvenil. No “futebol de salão” mais quatro vezes campeão.
Mas, um dos maiores títulos que o Betão Aguiar teve
foi o campeão da disciplina. Eu sempre comentava com ele. Jamais na longa
carreira sofreu qualquer punição, seja um cartão amarelo ou vermelho, ou
expulso de campo. Nem mesmo foi advertido verbalmente pela arbitragem. Se
tivesse em nossos campeonatos o troféu Belfort Duarte, ele ganharia uns três.
Só lembrando que o cobiçado troféu é entregue ao jogador que ficar no mínimo
dez anos sem sofrer expulsão.
Nos dois anos que joguei no Flamengo (1987 e 1988), ele sempre falava na preleção nos vestiários antes do time entrar em campo “Aqui no Flamengo vocês estão para jogar bola e se divertir. Se for pra dar pancada no adversário eu arrumo um ringue pra brigar”. Sábias palavras.
Assim era o Betão Aguiar, com seu jeito simples e
carismático de fazer o futebol acontecer, deixou um legado que jamais será
esquecido.
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Enéas Filho e Betão Aguiar |
Assim como a Secretaria de Esportes, através do Departamento de Esportes, comandado pelo corintiano Enéas Filho, não está esquecendo do saudoso Betão Aguiar: todos os troféus da temporada receberão o nome dele. Já começou no suíço livre, o troféu foi para o campeão Sol Nascente. E prossegue neste final de semana com a decisão da Copa Lions/Taça Cidade de Garça. O vencedor dos jogos Jafense x Cyborg (supermaster) e Os Pior x Dinos (suíço tradicional), receberão o troféu grafado com o nome dele. O destaque fica para o confronto entre os tricampeões Os Pior x Dinos. Os Pior foi campeão em 2009, 2017 e 2024, enquanto o Dinos foi o primeiro campeão em 1991, repetindo depois em 2005 e 2006. A meta será o “tetra”, coroado com o troféu no nome do eterno corintiano Gilberto “Betão” Aguiar.