Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Há exatos trinta anos
falecia o esportista Heitor “Tiarin” Gonçalves. No dia 13 de junho de 1995, com
apenas 41 anos, ele deixava os gramados terrestres para ir jogar nos campos
celestiais. Deixou um grande vazio nos meios esportivos, não somente em Garça,
como também em Álvaro de Carvalho, onde estava residindo.
Pertencente à tradicional
família de nossa cidade, é uma das poucas pessoas homenageadas em duas
cidades. Em Garça dá nome a um dos campos do futebol suíço no Conjunto
Poliesportivo “Manoel Gouveia Chagas”. No flagrante o irmão Luiz Arnaldo com o
sobrinho Guilherme, filho do mano Pepê. Na vizinha Álvaro de Carvalho tem o
nome eternizado no ginásio de esportes municipal.
O Tiarin foi um jogador
polivalente, atuava em várias posições, seja na defesa ou no ataque. Era o tipo
de jogador “raçudo”. Com ele não tinha bola perdida. Um jogador tático, fazia o
que o treinador mandava, principalmente quando recebia a missão de marcar o adversário. Na frente vestia a jaqueta 9 e sabia marcar
gols. Tanto é verdade que foi artilheiro do Campeonato Amador na temporada de
1974, desbancando os atacantes, os centroavantes favoritos da época: Edgar,
Viola, Natal, e este articulista.
Também tinha duas
particularidades: jogava sempre de meias abaixadas e não usava faixas/ataduras
para proteger os tornozelos. Sempre falava “Aqui é pé de ferreiro, aguenta
pancada e não quebra”.
A outra era durante o jogo:
quando desarmava um contrário, dominava a bola e dava o passe certeiro,
comentava: “Aqui é o Roberto Dias”, numa alusão ao grande jogador e ídolo que
defendeu o São Paulo FC entre 1960 à 1973.
Atuou em alguns times
do amador, Tupi, Araceli e Vasquinho.
Por último defendeu o Ipiranga onde foi bi-campeão em 1976 e 1979.
No flagrante, quatro jogadores de destaque de antigamente, posando no lendário “Platzeck”: Em pé, da esquerda para direita: Roberto Castanha, Zé Walter e Tiarin. Agachado: Spigolon.
O Tiarin também jogou no Garça
em três temporadas, de 1976 à 1978, quando o “Azulão” já não vivia um bom
momento. Com dificuldades financeiras em montar um bom elenco, a briga era pro
time não cair. Mesmo assim, o Tiarin balançava as redes adversárias. Estreou no dia 11 de junho de 1976 em
Araçatuba, na derrota por 3 a 0. Depois marcou o primeiro gol, no dia 4 de
julho, na vitória sobre o Barretos, por 2 a 1. De acordo com o livro Trajetória
do Futebol Profissional do Garça – 1950 à 2004, do professor e corintiano Luiz
Mauricio Teck de Barros, na temporada o Tiarin marcou 5 gols, na Penapolense,
Araçatuba (jogo de volta) e Votuporanguense 2.
Era homem de confiança do treinador Walter Zaparoli, principalmente quando o “Azulão” jogava fora de seus domínios e precisava trazer um bom resultado, no mínimo um empate. Um verdadeiro “coringa” onde o treinador o escalava, ele dava conta do recado.
Recordamos uma das formações do Garça FC, posando no “Platzeck”. Em pé, da esquerda para direita: João Azevedo, Pedroso, Joãozinho, João Luiz, Abegar e Jair Proença; agachados: Tiarin, Cláudio Belon, Osmar Silvestre, Tico e Tonho Nego.
O Heitor “Tiarin” fez história e deixou seu nome eternizado no futebol garcense e carvalhense !!!!