sexta-feira, 23 de abril de 2021

Recordar é Viver: "Uma seleção de férias no céu"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Está circulando na net uma foto de uma seleção de ex-jogadores que disputaram um jogo festivo no Estádio Municipal “Frederico Platzeck”, lá nos anos 70. Recebemos a foto do corintiano Mário Francisco Rocha, morador de Embu/SP, a “Cidade das Artes”, com a missão de descobrir o nome dos jogadores. 

Não foi fácil, mas depois de muito pesquisar, identificamos todos os craques da bola de antigamente. Um dado nos chamou a atenção, até como surpresa: dos 12 jogadores (incluindo o técnico), 11 já faleceram. O único vivo é o ex-zagueiro José Lima Dourado Filho, o Lima. Todos os demais já cumpriram a sua missão aqui na terra, e a esta altura do “campeonato” estão na seleção dos craques eternos, quem sabe disputando algum jogo nos campos celestiais.

Para o Mário e esportistas que acompanham a coluna, segue escalação da seleção de férias, composta com vários craques do futebol brasileiro da época. Em pé da esquerda para direita: Martin Carvalho (treinador), Pedroso, Waldir Peres, Jurandir, Zinho, Pelezinho, Cidão e Lima; agachados: Rogerinho, Helinho, Liminha, Grilo e Titico.

Quando ao jogo deve ter acontecido no final do ano de 1.972 ou 1.973, no “Platzeck” lotado de torcedores, entre a Seleção de Férias x Combinado de Garça. O paraguaio Martin Carvalho comandou a seleção, enquanto Juvenal Hilário do Nascimento, o conhecido “Juvenal Barbeiro”, dirigiu o combinado garcense.

As grandes atrações foram o goleiro Waldir Peres (São Paulo), Jurandir (São Paulo), Cidão (Sport Recife), Pelezinho (Internacional de Porto Alegre) e Liminha (Flamengo carioca). Quanto ao placar final, não conseguimos descobrir, mas deve ter ocorrido um empate com muitos gols, o resultado mais comum nestes jogos festivos.        

O ZAGUEIRO LIMA:  O único que ainda está vivo é o José Lima Dourado Filho, o Lima, que acaba de completar 71 anos, e está morando em Itumbiara, Estado de Goiás. O Lima é garcense de nascimento, começou a jogar bola nos campeonatos juvenis, atuando no Paulistinha, na época do goleiro Waldir Peres. Um zagueiro vigoroso, com um bom preparo físico, jogava tanto de lateral direito, como na zaga central. No futebol recebeu dos colegas o carinhoso apelido de “Perigoso”.


O Lima (na foto, ao lado do lateral-esquerdo Abegar) integrou o ótimo time do Garça da temporada de 1.971, que foi campeão

Depois do “Azulão” jogou no Paranavaí e Grêmio Guaçuano. Mas sua carreira foi consolidada no Itumbiara de Goiás, onde jogou entre os anos de  1973 a 1981. Neste período se destacou como um dos grandes zagueiros do futebol goiano. Lá atuou ao lado dos também “garcenses” Roberto Bertuço e Cacá. 

Parou com o futebol profissional no ano de 1.982, quando defendeu o Nacional de Goiás. Atualmente está envolvido com o futebol, sendo contratado pela Prefeitura de Itumbiara para ministrar aulas a garotada itumbiarense. 


O Lima é irmão de dois ex-jogadores do nosso futebol amador: o ponta direita Natal, já falecido, que defendeu entre vários times, a Casa Ipiranga e o Frigus e também do zagueirão Cirsão (foto), que jogou no Bangu, Real, La Plata, Transribas, Benfica, de Vera Cruz, e depois virou um bom árbitro da várzea. Cirsão, atualmente divide seu tempo como aposentado, entre a família residindo em Bauru e as pescarias no Recanto dos Dourados, no Condomínio Sucuri, região de Lins.