sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Recordar é Viver: "Sempre é Carnaval"

 










Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Antigamente a coluna dava um tempo para o futebol e falava somente de carnaval. Nesta época a bola não rolava durante a folia de momo, de jeito nenhum. Tudo era só folia e alegria, na maior festa popular do Brasil.

Mas o tempo foi passando e tudo mudando. Em pleno carnaval a bola vai rolar solta. O exemplo é o Campeonato Paulista, que entra na fase de decisão, os famosos “mata-matas”. Assim é que a Federação Paulista marcou os jogos: sábado (1), jogam São Bernardo x Palmeiras, às 20h30, no Estádio 1º de Maio, no ABC Paulista. No domingo (2) mais dois confrontos: Corinthians x Mirassol, às 18h30, na Neo Química Arena. Depois o Santos pega o Bragantino, às 20h45, na Vila Belmiro, em Santos. Pra encerrar a rodada, na segunda-feira (3), se enfrentam São Paulo x Novorizontino, às 20 horas, no Morumbis.

O carnaval que já não anda bem das pernas nas cidades interioranas, agora vai sofrer a concorrência do futebol, pelos menos na televisão.

Como nos disse certa vez, o palmeirense Marcos Morales, do grande e inesquecível conjunto Banda Livre: “Dentro de pouco tempo, o carnaval vai acabar nas cidades do interior. Ficará somente nas grandes cidades, tipo São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e outras capitais”. Nos carnavais de antigamente, o salão dos clubes ficavam lotados de foliões, principalmente no Grêmio Teatral Leopoldo Fróes. Na época até duvidei do Marcão. Hoje é uma realidade.

Tal como no futebol, o carnaval sofreu o impacto do mundo globalizado, tempos da internet, que gerou um certo distanciamento entre as pessoas. A cada ano que passa, a tradição da maior festa brasileira foi perdendo espaço.

E pensar que o carnaval dos clubes em Garça, já foi um dos melhores da região. Sem falar nos desfiles de ruas, na passarela da Carlos Ferrari, das escolas de samba da Vila Salgueiro da Dona Marieta, Rosas de Ouro do Zé Carlos e também do Grêmio.  

Quem não se lembra ainda do Clube José do Patrocínio, do Forróval da Terceira Idade, do Garcinha e do Kai-Kan da colônia japonesa. Sem falar do famoso “Panelão”, que fervia pra tudo quanto é lado de tanta animação.

Eram cinco noites, começava na sexta-feira e ia até o sol raiar na quarta-feira de cinzas. Uma alegria sem fim, com aquelas marchinhas que jamais serão esquecidas: Mamãe eu quero, Cabeleira do Zezé, Saca-Rolha, Turma do Funil, Transplante de Corintiano, Marcha da Cueca, Me dá um dinheiro aí, Allah-la-ô, Máscara Negra, Cidade Maravilhosa e tantas outras”. Bons tempos de um carnaval que não volta jamais.

Hoje, meio que timidamente, o carnaval vai ensaiando o seu retorno, com bailes matinês e noturnos. Em Garça, no Tênis Clube e no Grêmio, a atração será a banda Língua Preta. Em Marília, o carnaval acontece no Clube do Yara. Sucessos para todos os clubes.

Do álbum de recordações da grande foliã Maria Tereza Scalzo, veja os sambistas e sambistas que marcaram época no Garça Tênis Clube. Do ano de 1961 as mascaradas Maria Izabel (CCI) e Tereza Scalzo (à dir). Ano de 1962: em pé, da esq.p.dir: Tereza Scalzo e Beatriz Martini; sentadas: Rita Ferreira e Ivanize Pioli. Ano de 1956: da esq.p.dir: Dirceia, não identificada, Vera Almeida e Tereza Scalzo. Ao fundo, o Sr. Péricles, diretor/presidente do Grêmio Teatral. Das matinês do ano de 1973, os pequenos foliões: ao fundo, da esq.p.dir: Guto Teixeira Pinto, e não identificados. A frente, Adriano Scalzo, Maninho Teixeira Pinto e Alexandre Scalzo.