Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Numa ocasião, no começo do ano de l.975, encontrei
nas proximidades de seu estabelecimento comercial, o dirigente Pedro Alves
Neto, do saudoso time da Casa Ipiranga, que me falou: “Tico, agora arrumei um
centroavante que marca gols e vai ser o artilheiro do campeonato. Este ano você
não vai ganhar o troféu”. E prosseguiu o Pedro: “O Gersinho (também diretor da
Casa Ipiranga) vai levar a ficha para ele assinar hoje à tarde”.
Aí perguntei: quem é que vai
vestir a camisa 9? O Pedro, todo empolgado, respondeu: o nome dele é Paulo
Egberto de Toledo Ribeiro, o “Péia”. Ele estuda em Lins, mas vai “pegar firme” este ano, pois quero ser
bi-campeão do amador”.
O campeonato daquele ano estava no início. No
domingo fui assistir no Campo do Rebelo, o jogo entre Casa Ipiranga x Araceli.
O Péia Ribeiro marcou três gols. A partir daí disputamos acirradamente a
artilharia. Numa rodada eu marcava dois gols, o Péia Ribeiro fazia outros dois ou três. Minha sorte foi que a Casa Ipiranga acabou
sendo eliminada na fase semi final, e o Péia Ribeiro não pôde mais estufar as
redes contrárias. Até então estávamos empatados entre os principais goleadores.
Meu time (o Ipiranga) disputou ainda quatros jogos, onde tive a oportunidade de
marcar mais gol e faturar o troféu .
A coluna hoje homenageia o goleador
Péia Ribeiro, que teve uma grande passagem no amadorismo garcense no final dos
anos 60 e até metade da década de 70. Dentre as equipes que defendeu, três
merecem destaques: o Banespa, do técnico Ednalvo Cardoso, a Casa Ipiranga,
comandada pelo Tóte, e o Frigus, treinado pelo Juvenal Barbeiro. Nestes times viveu grandes momentos, marcando
muitos gols. Era um atacante rápido e
ligeiro, difícil de ser barrado pelos zagueiros. Estava sempre na área e
finalizava com precisão.
Na época recebeu da
“boleirada” um apelido bem interessante: Agepê, numa alusão ao cantor de
cabelos Black Power e bigodão. Quem não se lembra das músicas, “Menina dos cabelos longos” e “Deixa eu te amar”, que tanto sucesso fizeram nas rádios, assim como o Péia Ribeiro, que fez sucesso dentro dos gramados garcenses.
Atento aos estudos, se
formou em Odontologia em Lins e depois
se mudou para a cidade de Barra do Garças (MT). Lá defendeu o Carajás FC, num certame amador
bem disputado, e foi duas vezes vice-campeão. Nos idos de 1.985, resolveu
encerrar a carreira. Péia Ribeiro é casado com a também garcense Vera Lúcia, e o
casal tem três filhos: Paulo Júnior, Paulo Neto e Roberta.
Recordamos o aguerrido time do Banco
Banespa, comandado pelo professor Ednalvo Cardoso de Andrade. Em pé da esquerda
para direita: Bião, Tim, Bispo, Zé
Reinaldo, Té, Zéti e Ednalvo (técnico); agachados: Gilmar Mantovaneli, Cláudio Belon, Péia
Ribeiro, Miro e Cabreirinha. Veja também
a equipe do Frigus, em pé da esquerda para direita: Vardinho, Pedro Soares, Ditinho Marcola, Polaco, Robertinho, Clécio e Valter
“Palmital” Garcia (dirigente); agachados: Natal, Edson Tercioti, Péia Ribeiro, Spigolon, Natalino e Betão.