sexta-feira, 29 de maio de 2015

Recordar é Viver: "Péia Ribeiro, centroavante goleador"









Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Numa  ocasião, no começo do ano de l.975, encontrei nas proximidades de seu estabelecimento comercial, o dirigente Pedro Alves Neto, do saudoso time da Casa Ipiranga, que me falou: “Tico, agora arrumei um centroavante que marca gols e vai ser o artilheiro do campeonato. Este ano você não vai ganhar o troféu”. E prosseguiu o Pedro: “O Gersinho (também diretor da Casa Ipiranga) vai levar a ficha para ele assinar hoje à tarde”.

Aí perguntei: quem é que vai vestir a camisa 9? O Pedro, todo empolgado, respondeu: o nome dele é Paulo Egberto de Toledo Ribeiro, o “Péia”. Ele estuda em Lins, mas vai  “pegar firme” este ano, pois quero ser bi-campeão do amador”.

O campeonato daquele ano estava no início. No domingo fui assistir no Campo do Rebelo, o jogo entre Casa Ipiranga x Araceli. O Péia Ribeiro marcou três gols. A partir daí disputamos acirradamente a artilharia. Numa rodada eu marcava dois gols, o Péia Ribeiro fazia outros  dois ou três. Minha sorte foi que a Casa Ipiranga acabou sendo eliminada na fase semi final, e o Péia Ribeiro não pôde mais estufar as redes contrárias. Até então estávamos empatados entre os principais goleadores. Meu time (o Ipiranga) disputou ainda quatros jogos, onde tive a oportunidade de marcar mais gol e faturar o troféu .

A coluna hoje homenageia o goleador Péia Ribeiro, que teve uma grande passagem no amadorismo garcense no final dos anos 60 e até metade da década de 70. Dentre as equipes que defendeu, três merecem destaques: o Banespa, do técnico Ednalvo Cardoso, a Casa Ipiranga, comandada pelo Tóte, e o Frigus, treinado pelo Juvenal Barbeiro. Nestes times viveu grandes momentos, marcando  muitos gols. Era um atacante rápido e ligeiro, difícil de ser barrado pelos zagueiros. Estava sempre na área e finalizava com precisão.

Na época recebeu da “boleirada” um apelido bem interessante: Agepê, numa alusão ao cantor de cabelos Black Power e bigodão. Quem não se lembra das músicas, “Menina dos cabelos longos” e “Deixa eu te amar”, que tanto sucesso fizeram nas rádios, assim como o Péia Ribeiro, que fez sucesso dentro dos gramados garcenses.

Atento aos estudos, se formou em Odontologia em Lins e depois se mudou para a cidade de Barra do Garças (MT). Lá defendeu o Carajás FC, num certame amador bem disputado, e foi duas vezes vice-campeão. Nos idos de 1.985, resolveu encerrar a carreira.  Péia Ribeiro é  casado com a também garcense Vera Lúcia, e o casal tem três filhos: Paulo Júnior, Paulo Neto e Roberta.

Recordamos o aguerrido time do Banco Banespa, comandado pelo professor Ednalvo Cardoso de Andrade. Em pé da esquerda para direita:  Bião, Tim, Bispo, Zé Reinaldo,  Té, Zéti e Ednalvo (técnico); agachados: Gilmar Mantovaneli, Cláudio Belon, Péia Ribeiro, Miro e Cabreirinha. Veja também  a equipe do Frigus, em pé da esquerda para direita: Vardinho, Pedro Soares, Ditinho Marcola, Polaco, Robertinho, Clécio e Valter “Palmital” Garcia (dirigente); agachados: Natal, Edson Tercioti, Péia Ribeiro, Spigolon, Natalino e Betão.

Na outra foto veja como está o Péia Ribeiro, que como bom são paulino, foi assistir no ano passado, o jogo do São Paulo x Santos na Arena Pantanal, em  Cuiabá. A seu lado os filhos Paulo Neto e Roberta Corazza. Nas horas de folga, além de uma boa pescaria, gosta de curtir uma praia no rio Araguaia.