Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Nos dois últimos sábados
estivemos acompanhando as finais do futebol suíço master e notamos que a
modalidade está “pegando fogo”. Jogos
disputadíssimos, com muita empolgação, às vezes exageradas, gerando alguns
tumultos, mas nada que possa tirar o brilho da competição. A grande final
começa no próximo sábado entre dois gigantes: Salec x Dinos, num páreo duro e
de difícil prognóstico. Uma pequena vantagem pro Dinos, que tem a vantagem do
empate, fruto da melhor campanha.
Paralelamente, também
estivemos observando como estão bonitos os cinco campos do Conjunto
Poli-Esportivo “Manoel Gouveia Chagas”. Todos homenageando pessoas que deram
sua parte para o engrandecimento do esporte em nossa cidade. São eles: Martin
Carvalho, Heitor Gonçalves, Naudert da Silva Braga, Marco Antonio da Silva e
João Luiz Zancopé.
A coluna hoje homenageia o
ex-jogador Heitor Gonçalves, o “Tiarim”, de tradicional família garcense, com
quem tivemos a felicidade de conviver e jogar bola juntos em várias temporadas,
seja no amador ou no profissional. O Tiarim foi o tipo de jogador polivalente,
atuava em várias posições. Era o tipo de jogador “raçudo”, com ele não tinha
bola perdida. Um jogador tático, fazia o que o treinador mandava. Na defesa era
um verdadeiro “carrapato’ na marcação. Na frente andou marcando muitos gols. No Campeonato Amador de 1975, me desbancou e terminou como artilheiro. A premiação
foi na sede da CCE (Comissão Central de Esportes). Em pé, da esquerda para
direita: Angelim Mantovaneli, Jair Cassola (dirigente da CCE), Júlio Custódio,
Toninho Rossignoli (dirigente da CCE), Serginho, Tiarim, Gilmar Mantovaneli,
Berto Nico e Gininho.
O Tiarim jogou no Tupi,
Ipiranga, Araceli, Vasquinho, entre outros. No Ipiranga foi campeão amador de 1976. Veja uma
das formações do Ipiranga, contra a seleção dos Milionários. Em pé da esquerda
para direita: Osvaldo de Castro (presidente), Alcides Vaz (treinador), Corinho,
Robson Pezão, Berto Nico, Ricardinho, Béia e Jair Proença; Agachados: Chico
Ramalho, Tiarim, Nôzinho, Tico e Toninho Marques.
Mas um jogo do Tiarim, defendendo
o Garça FC, no mesmo ano de 76, jamais vou esquecer pois estava presente. Foi contra
o Rio Preto, no Estádio Anisio Haddad. O Garça foi para São José do Rio Preto,
com apenas 12 jogadores. O técnico Walter Zaparoli, escalou o Tiarim de
volante, e deu a seguinte ordem “sua missão é marcar o camisa 10 do Rio Preto,
o famoso Wilson Tadei”. Improvisado de “volante”, o Tiarim cumpriu o seu papel,
não deixou o Wilson Tadei andar em campo, com uma marcação cerrada. Num dos
lances, pelo lado esquerdo, quase na linha de fundo, ele desarmou o Wilson
Tadei, e acuado num canto, deu um “rolinho entre as pernas”, deixando o craque
do Rio Preto sem ação.
No intervalo, nos vestiários, o Túlio Calegaro chegou o
perguntou: que lance foi aquele? Na sua simplicidade, o Tiarim respondeu: assim
que tirei a bola do “hómi”, fiquei acuado, sozinho, não encostou ninguém do
nosso time. Pensei em dar um bicudo na bola pra frente ou pra fora, mas acho
que não acertei a bola direto, e saiu aquilo. Gostou né? Risada geral nos vestiários. Confesso que foi
a primeira vez que vi um “rolinho” no futebol. O Wilson Tadei foi substituído
por volta dos 20 minutos do segundo tempo. E olha que tinha dirigentes do São
Paulo assistindo o jogo, interessados na sua contratação.
O Garça perdeu, mas o
Tiarim realizou um dos melhores jogos com a camisa do Azulão. Na coluna “Túnel do Tempo”, estamos
acompanhando a trajetória do Garça a 40 anos atrás, e o Tiarim, como atacante, já
marcou três gols, contra o Olímpia e Barretos. De fato, ele marcou
época até mesmo a nível regional. O ginásio de esportes de Álvaro de Carvalho
tem o nome de Heitor Gonçalves, numa outra homenagem mais que merecida.
Na outa foto o campo no
suíço que homenageia o Tiarim. Ao lado do marco, o irmão Luiz Arnaldo e o sobrinho
Guilherme, filho do mano Pepê.