Adhemar Braga, um dos grandes nomes do futebol garcense |
Braga, ladeado pelos amigos Rogério e professor Diguinho Dantas |
Ele faz questão de ter guardado, com muito carinho, o seu primeiro contrato |
Na Big Pão, idos do `terrão´, o terceiro em pé (esq p/ dir) |
Mais uma com a Big Pão, o último em pé, sem uniforme de jogo |
Adhemar Braga, em sua última equipe, a Farinha Deusa, o sétimo em pé, aparecendo estendendo a mão e brincando com o companheiro de equipe, Agrião |
Tranquilo, afável e boa conversa. Quem observa aquele senhor, envolvido
numa aura de calmaria e desfrutando de uma merecida aposentadoria após anos a
fio de dedicação elogiada junto à Força Pública, não imagina que ali está um
ex-zagueiro, que chegou a atuar pelo GFC nos anos 60 e que guarda com enorme
saudosismo a época que foi reconhecido como um vigoroso atleta, que se
destacava pela força e disciplina dentro das quatro linhas. Seu nome? Adhemar
Braga.
Representante de uma das famílias mais conhecidas no meio esportivo
garcense – seu irmão Ari foi presidente da CCE e Naudert, teve seu nome
eternizado num dos campos do futebol suíço -, Adhemar, 74, recebeu a visita do
`Comarca´ para uma agradável conversa em sua residência, no Jardim Nova Garça.
Não se furtou de nenhum assunto e teve o brilho nos olhos reavivado, já que o
assunto em questão foi o futebol. E a época que desfilou pelos gramados da
cidade, região e Estado, uma elegância esportiva rara atualmente.
O início
“Meu primeiro time foi o Corinthinha, do (saudoso) Bastião Soriano. Mas
também joguei na Mobiliadora King e no Operário, do Manolinho”, lembrou-se num
estalar de dedos, como se as seis décadas do fato ocorrido ainda permanecessem
vivas em sua privilegiada memória esportiva.
Alcançando um respeito entre os mais experientes, aquele
lateral-esquerdo/quarto zagueiro, com apenas 15 anos, foi recrutado pelo
presidente do icônico Bandeirantes, para muitos, o melhor time amador de todos
os tempos, João Bento, para integrar suas fileiras.
Mas também se tornou campeão varzeano pela Supergás, no ano de 1962. “Depois
o São Bento de Marília, que estava em seu auge, veio nos enfrentar aqui em
Garça e nos entregou a faixa”, relatou, com o olhar distante, como se estivesse
viajando no tempo e retornando aquele momento emocionante, que nunca se
apagará.
Profissionalismo
Zagueiro vigoroso, de qualidade inquestionável, Adhemar chegou a
integrar o Garça EC. “Lá eu joguei, entre outros, com o Goiano, Agamenon,
Aroldo, grandes nomes que defenderam a camisa azul”, salientou.
Porém, se por questões administrativas e próprias do período, o GEC
encerrou as atividades, em 1965, mais especificamente no dia 13 de fevereiro,
era fundado o GFC, `O Azulão mais querido de todo o Centro Oeste Paulista´.
“Foi uma grande emoção”, recordou, citando vários atletas da primeira escalação,
como o goleiro Navarro, o zagueiro Jacó, Hagop, Nelsinho, Dirceu, Mané, Chita,
entre tantos bons atletas com quem teve o prazer de atuar, mas sem esquecer do
diretor João Truzzi, que oficializou o convite para envergar a camisa
alvi-anil.
Integrando a 3ª divisão, Braguinha, como era mais conhecido, teve pela
frente vários desafios, diante de equipes tradicionais, como Quintana, Pompéia
e Duartina. Porém, um jogo não sai de sua mente: um empate em 3 x 3, diante da
Veracruzense, na casa do adversário. “A gente perdia por 3 x 0 e acabei
entrando no lugar do Goiano. Conseguimos empatar e eu me destaquei muito
naquele partida”, revelou, seguido de uma imensa dose de emoção e saudosismo.
O prematuro fim da carreira
Chegamos ao ano de 1966. E com ele, o encerramento de uma promissora
carreira como jogador profissional. Adhemar Braga passou a integrar a Polícia
Militar do Estado de São Paulo, apresentando-se ao Batalhão Tobias de Aguiar.
Ficou mais de uma década fora de Garça, cumprindo com o seu dever da
melhor forma possível. Aposentou-se no final dos anos 90, como 1º sargento,
após carreira elogiável, que o enche de orgulho quando o assunto vem à tona.
Padaria Big Pão
Em fim de carreira como atleta amador, Adhemar defendeu as cores de uma
das mais famosas agremiações do futebol suíço garcense em todos os tempos, a
Big Pão, que remetia à padaria administrada pelos seus irmãos, Ari e Naudert,
na esquina da Cel. Piza com a Heitor Penteado.
“Ficamos 47 jogos sem perder”, orgulha-se. Depois ainda jogou pela Farinha
Deusa, onde encerrou o seu ciclo no inesquecível `terrão´.