Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Diz um ditado popular: “que
um atleta profissional, morre duas vezes. A primeira quando encerra a carreira
esportiva”. Pois bem, é assim que estamos sentindo ao escrever esta última coluna
de reminiscências esportivas no Jornal Comarca de Garça. Apesar de não ser um
jornalista, apenas um colaborador voluntário há quase 25 anos, estamos sentindo
como um atleta profissional que acaba de “pendurar as chuteiras”. Fica a
sensação da derrota no último minuto na decisão de um importante campeonato, e
ainda por cima com um gol contra.
Lamentavelmente, a última
edição está saindo nesta quarta-feira, dia 28 de fevereiro. Justamente no dia
do meu aniversário. Que presente de grego ganhamos. A imprensa escrita,
principalmente nas cidades interioranas, está enfrentando muitas dificuldades
para se manter em atividades. Fazer um jornal diário, que atenda os anseios dos
leitores, está muito difícil. Em Garça não poderia ser diferente. A rapidez da
internet chegou para revolucionar o nosso mundo. Sinal dos tempos. Com isto o Jornal Comarca
de Garça, cuja primeira edição foi publicada no dia 13 de maio de 1.935, sai de
campo hoje para entrar na história do jornalismo garcense, com a certeza da
missão cumprida.
A COLUNA: O primeiro “Recordar é Viver” foi publicado no
dia 24/10/1.993 e contando até hoje, durou exatamente 24 anos, 4 meses e 3 dias.
Ao longo deste período escrevemos 1.270 colunas ininterruptas, sempre nas
edições de sábados, em consonância com o “Túnel do Tempo”. Neste número também
foram inseridas mais 6 colunas nas edições especiais e aniversário da cidade.
Temos que ressaltar que jamais repetimos uma coluna. Em diversas oportunidades
aproveitamos a mesma foto, entretanto para um assunto diferente.
O mais gostoso
sempre era ser contatado pelos leitores, seja pela net, e-mails ou telefonemas,
muitos agradecendo, elogiando/criticando e também nos corrigindo. Com certeza, estes
recados foram o nosso principal combustível para continuar escrevendo e resgatando
a memória do esporte garcense. Procuramos mostrar sempre com fotos como tudo foi
num passado distante, a história dos grandes times e jogadores que marcaram uma
geração, uma época.
Gostaria de agradecer imensamente aos leitores que nos
prestigiaram. Assim como como a todos os funcionários que passaram pelo jornal
ao longo destes anos. Mais uma deferência em especial. Ao meu amigo, irmão de
fé camarada, o sócio/proprietário Antonio Augusto Avila Castro, o corintiano
“Tonhô” (foto), pela confiança e total liberdade em nós depositada. Muito obrigado
pelos ensinamentos ao mestre Tonhô, uma verdadeira enciclopédia de nosso
jornalismo. Hoje o nosso “jogo” no Jornal Comarca de Garça chega ao fim, o árbitro
deu o apito final. Para ilustrar a coluna e já com uma ponta de saudade, recordamos
dois prédios onde funcionou o jornal: no início na Praça Rui Barbosa e o atual
na Praça Pedro de Toledo.
Como diria o narrador Fiori
Giglioti, da Rádio Bandeirantes de São Paulo, o eterno locutor da torcida
brasileira. “Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo. Quem ganhou, ganhou,
quem não ganhou não ganha mais”. Olha, até agora não sei quem ganhou este jogo.
Mas para mim a cidade de Garça sofre uma dura derrota. E perde muito da sua
história!