Uma história maravilhosa
do jornalismo interiorano se encerra hoje. Com muita emoção, escrevo o meu
último texto para o `Comarca´, veículo de comunicação nascido em 1935 e que me
orgulho de ter colaborado por quase 29 anos.
Convidado pelo Tonhô que
fui, passei a fazer parte da casa em 1989, quando as oficinas ainda funcionavam
em prédio da Cel. Piza. Na época era tri-semanário, com impressão às terças,
quintas e sábados. Um novo passo – gigante, se levarmos em consideração que
estamos falando de um jornal em cidade com pouco mais de 40 mil habitantes –
foi dado quando passou a ter periodicidade quase que diária. Foi um desafio a
todos nós, ultrapassado, vencido e plenamente aprovado pela população em geral.
Um período de grande
aprendizado, priorizando as coisas da cidade e o esporte que o garcense tanto
adora. Como se esquecer de momentos únicos, como o suplemento que contou a
história do futebol amador (2009) e suíço (2010), ambos feitos em parceria com
o Tico Cassolla? Ou a série `Grandes Times´, onde focamos aqueles que mais se
destacaram no amadorismo? O `Destaque Esportivo´, quando homenageamos
semanalmente, dezenas de celebridades do segmento e suas façanhas no esporte
local? E as loucuras que tive que fazer para enviar matérias durante os Jogos
Regionais e Jogos Abertos do Interior?
Tudo entra para a
história. Passou a fazer parte dos ótimos momentos vividos nesta casa e que me encheram
de orgulho e satisfação, até por que como não me sentir envaidecido em saber
que os textos escritos por mim estavam nas residências dos garcenses todos os
dias?
Juro que procurei
algumas palavras bonitas para me manifestar, mas acabei optando por um texto
simples, totalmente espartano. Acho que palavras rebuscadas tem mais a ver com
as minhas colegas Dorinha e Veridiana, que dividiram a redação comigo nos
últimos tempos, com suas aulas diárias de jornalismo bem feito. Ou até mesmo o
Tonhô, dona Marinês ou o Portela (diretor), pessoas que aprendi a respeitar e
gostar a cada dia, que nunca se dirigiram aos funcionários como patrões, mas
sim, como amigos mais experientes, sempre com conselhos pontuais, na hora
certa. Aproveito e me despeço profissionalmente dos meus colegas Edivam, Ane,
Jair, Helinho, Tico Cassolla, Ronaldo, Wanderléa, os meninos da distribuição
dos jornais, enfim, todos que lá estavam. E também aqueles que por lá passaram,
como o Chiquinho, Fábio Dias, Nando e Alessandro.
Tenho a certeza da
missão cumprida. E levo comigo muita tranquilidade, pois tenho consciência de
que tudo que podia ser feito, assim o foi.
Mas não posso negar: é
um momento que eu sabia que ia chegar, mas desconhecia que estava tão perto. Infelizmente.
Marco Antonio Dias de Morais
Jornalista – MTE 77.490/SP