sábado, 21 de dezembro de 2019

Recordar é Viver: "O adeus ao meio-campista Agrião"












Por Wanderley `Tico´ Cassolla


“No apagar das luzes do ano de 2.019”, como diria Fiori Giglioti, um dos mais famosos locutores do rádio esportivo brasileiro, o meio esportivo garcense sofre mais um duro “desfalque” com o falecimento do Nelson Pereira da Silva, o “Agrião”, na última sexta feira (20).

O conhecido Agrião fez história na várzea garcense, e deixou seu nome registrado jogando como meio campista nas décadas de 60 a 80. Com um porte atlético bem esguio, era incansável durante os 90 minutos. O tipo do jogador “formiguinha”, que todo técnico quer ter na sua equipe, pois com ele não tinha bola perdida. Jamais dava um chutão em campo, dominava a bola e entregava de “prima”, redondinha. Não foi de marcar gols, gostava mesmo é de colocar os companheiros na cara do gol.

Dentre os principais times da várzea jogou no Operário, Botafoguinho, Agro-Mecânica, Ipiranga, SASP (Sociedade Atlética Sentinela do Planalto), e no Jambo, este precursor do Garça Futebol Clube, no ano de 1.965.

No ano de 1.972, jogou no Ipiranga, ao lado do João Trinca, num meio de campo de muito talento. Nesta época o formato tático de um time era o famoso 4-2-4. Para jogar no meio de campo, o jogador tinha que ter bastante folego, pois tinha que marcar e com a posse de bola armar as jogadas de ataque. Aí é que entrava o futebol e o folego incansável do Agrião.

No SASP, atuou ao lado de Nelsinho Semenssato, formando outro grande meio de campo. Com certeza eles foram responsáveis diretos pela campanha vitoriosa do SASP, vice-campeão do Amador em 1.974 (O campeão foi a Casa Ipiranga).

Veja uma das formações do SASP. Em pé da esquerda para direita: Polaco, Roberto, Broginho, Plininho, Otacilio Nelsinho e Zé Bituca; agachados: Bidiu, Serginho “Morto”, Chico Ramalho, Agrião e Bertinho.

Recordamos o Jambo, precursor do Garça, no ano de 1.965, onde o Agrião teve ótima passagem. Em pé da esquerda para direita: Em pé da esquerda para direita: Chola, Nani, Zé Bituca, Carlinhos Faria, Zé Nello Marques, Jaime Nogueira Miranda (interventor federal em Garça) e Levi (massagista; agachados: Rogério Guanaes, Carlinhos Morozine, Cláudio Amorim, Agrião, Hagop Meguerditchan e Nei.

Depois do amador, o Agrião participou do futebol suíço, na época do terrão, atrás do Hospital São Lucas. Teve boa atuação defendendo o time da Farinha Deusa. Como bem resumiu o dirigente Luiz Carlos Facina, “dava gosto ver o Agrião jogar. Tinha um ótimo domínio de bola, com passes precisos. Foi um dos melhores jogadores que passou pelo meu time”. Veja o time da Farinha Deusa, do ano de 1.984: Em pé, da esquerda para direta: Vanderlei, Wágner, Facina, Fernando, Claudião, Tadeu Julião, Ademar Braga, Luizão Pintor, Bacanão e Tião; Agachados: Valter, Zé Luiz, Pedroso, Nelsinho, Helião, Zé Branco, Argeu e Agrião. 

Na vida laborativa, Agrião trabalhou como mecânico na empresa Agro Mecânica, da família Zancopé. Ultimamente se especializou em funilaria de veículos em geral. Veja em foto recente, o Agrião ao lado do filho e jornalista Roberto Dias.

Agrião faleceu aos 76 anos de idade. Deixou a esposa Adriana, os filhos Rosana, Rodrigo e Roberto Dias.