Por Wanderley `Tico´ Cassolla
“No apagar das luzes do ano
de 2.019”, como diria Fiori Giglioti, um dos mais famosos locutores do rádio
esportivo brasileiro, o meio esportivo garcense sofre mais um duro “desfalque”
com o falecimento do Nelson Pereira da Silva, o “Agrião”, na última sexta
feira (20).
O conhecido Agrião fez história na várzea
garcense, e deixou seu nome registrado jogando como meio campista nas décadas
de 60 a 80. Com um porte atlético bem esguio, era incansável durante os 90
minutos. O tipo do jogador “formiguinha”, que todo técnico quer ter na sua
equipe, pois com ele não tinha bola perdida. Jamais dava um chutão em campo,
dominava a bola e entregava de “prima”, redondinha. Não foi de marcar gols,
gostava mesmo é de colocar os companheiros na cara do gol.
Dentre os principais times
da várzea jogou no Operário, Botafoguinho, Agro-Mecânica, Ipiranga, SASP
(Sociedade Atlética Sentinela do Planalto), e no Jambo, este precursor do Garça
Futebol Clube, no ano de 1.965.
No ano de 1.972, jogou no Ipiranga,
ao lado do João Trinca, num meio de campo de muito talento. Nesta época o
formato tático de um time era o famoso 4-2-4. Para jogar no meio de campo, o
jogador tinha que ter bastante folego, pois tinha que marcar e com a posse de
bola armar as jogadas de ataque. Aí é que entrava o futebol e o folego
incansável do Agrião.
No SASP, atuou ao lado de
Nelsinho Semenssato, formando outro grande meio de campo. Com certeza eles
foram responsáveis diretos pela campanha vitoriosa do SASP, vice-campeão do Amador em 1.974 (O campeão foi a Casa Ipiranga).
Veja uma das formações do
SASP. Em pé da esquerda para direita: Polaco, Roberto, Broginho, Plininho, Otacilio
Nelsinho e Zé Bituca; agachados: Bidiu, Serginho “Morto”, Chico Ramalho, Agrião e Bertinho.
Recordamos o Jambo,
precursor do Garça, no ano de 1.965, onde o Agrião teve ótima passagem. Em pé
da esquerda para direita: Em pé da esquerda para direita: Chola, Nani, Zé
Bituca, Carlinhos Faria, Zé Nello Marques, Jaime Nogueira Miranda (interventor
federal em Garça) e Levi (massagista; agachados: Rogério Guanaes, Carlinhos
Morozine, Cláudio Amorim, Agrião, Hagop Meguerditchan e Nei.
Depois do amador, o Agrião
participou do futebol suíço, na época do terrão, atrás do Hospital São Lucas.
Teve boa atuação defendendo o time da Farinha Deusa. Como bem resumiu o dirigente
Luiz Carlos Facina, “dava gosto ver o Agrião jogar. Tinha um ótimo domínio de bola,
com passes precisos. Foi um dos melhores jogadores que passou pelo meu time”. Veja
o time da Farinha Deusa, do ano de 1.984: Em pé, da esquerda para direta: Vanderlei,
Wágner, Facina, Fernando, Claudião, Tadeu Julião, Ademar Braga, Luizão Pintor,
Bacanão e Tião; Agachados: Valter, Zé Luiz, Pedroso, Nelsinho, Helião, Zé
Branco, Argeu e Agrião.
Na vida laborativa, Agrião
trabalhou como mecânico na empresa Agro Mecânica, da família Zancopé.
Ultimamente se especializou em funilaria de veículos em geral. Veja em foto
recente, o Agrião ao lado do filho e jornalista Roberto Dias.
Agrião faleceu aos 76 anos
de idade. Deixou a esposa Adriana, os filhos Rosana, Rodrigo e Roberto Dias.