Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Há exatos 60 anos, nascia um dos times de futebol
mais tradicionais da história do futebol amador garcense: era uma segunda feira,
na parte da tarde, depois das aulas escolares, um grupo de garotos residentes
no Bairro Labienópolis, sob a liderança de Cristian Kotinda, Takashi Kitamura,
Ademar Cassimiro da Silva, Admir Carlos Martinelli, Mário Zapata e Luiz Américo
Zachelo se reuniram e fundaram o Clube Atlético Ipiranga.
Numa esquina próxima
ao antigo Hospital Samaritano, onde hoje fica Clinica de Olhos Asperti, uma
garotada costumava jogar bola praticamente todos os dias, nos terrenos baldios
existentes naquela região. A cada dia mais gente chegando e muitos “bons de
bola” aparecendo. Resolveram, então, formar o novo time. A primeira decisão foi
por unanimidade: o nome escolhido para o novo time garcense seria o de Clube
Atlético Ipiranga, como era moda na época de se homenagear algum time da
divisão especial do futebol paulista. Para não confrontar com os simpatizantes
dos clubes de maior torcida – Corinthians, Palmeiras, São Paulo ou Santos -,
por consenso geral, escolheram Ipiranga, um dos mais antigos clubes do futebol
paulista.
Demonstrando organização, o Ipiranga em pouco tempo
tinha a sua primeira diretoria constituída, elegendo presidente, Cristian
Kotinda, com o time disputando os primeiros amistosos. Não demorou muito para
participar dos campeonatos organizados pela então Comissão Central de Esportes,
inicialmente na categoria infantil, comum à época. O primeiro título foi no dia
22/07/1.962, campeão infantil. Veja a taça na primeira foto, uma verdadeira
relíquia, “pequena” no tamanho, mas de “grande” valor para os ipiranguistas, inclusive para Nelson Carvalho de Souza.
O time começava a despontar nas competições da
cidade. Não restou alternativa senão disputar o difícil Campeonato Amador. Uma investida arrojada, pois na cidade existiam fortes equipes pela frente. Mas tinha que encarar. Mesmo não conseguindo
sucesso nas primeiras disputas, o Ipiranga não esmorecia. Graças a fibra
incomum de seus jogadores e principalmente dirigentes, a equipe ressurgia com
força redobrada após algum insucesso.
O primeiro título de campeão demorou para
chegar: 16 anos depois da fundação. Campeão amador na temporada de 1976,
derrotando o Frigus, por 1 a 0, gol de Mauro Val, na prorrogação. Depois mais
dois, em 1.979 e 1.993. Vale destacar que em 1979, foi uma campanha invicta sob o comando do técnico Jair Cassola.
O Clube Atlético Ipiranga foi o time de maior
longevidade do futebol amador garcense. O tradicional clube “vermelho e branco”
ficou em atividade ininterruptamente, por 39 anos, desde a fundação em
21/03/1.960 até o ano de 1.999. Portanto, se estivesse em atividades, estava
comemorando 60 anos. Com certeza com muitos títulos e troféus para a sua
galeria.
Outra grande performance do Ipiranga foi na Taça
Cidade de Garça (Copa Lions), onde ganhou
nove edições, recorde que dificilmente será batido. Veja no flagrante o
troféu de posse definitivo, denominado “GARCAFÉ”, que começou a ser disputado
no ano de 1.966. Para ficar com o rico troféu o time tinha que ganhar a Taça
Cidade de Garça três vezes consecutivas ou cinco alternadas.
Veja uma das
formações do Ipiranga, grande campeão amador em 1976: Em pé da esquerda para direita: Alcides Vaz (técnico), Osvaldo de Castro (presidente), Corinho, Robson Pezão, Berto Nico, Ricardo, Béia e Jair Proença; agachados: Chico Ramalho, Tiarim, Nôzinho, Tico e Toninho Marques.
Na outra foto, um
flagrante da inauguração da sede do Ipiranga, no ano de 1.979, numa investida
arrojada do então presidente Marcelo Nassif. A sede ficava na Rua Barão do Rio
Branco, nº 52, no piso superior, centro da cidade. Da esquerda para direita:
Jair Cassola (técnico), Marcelo Nassif (presidente) e Paulo Renato Alves de
Souza (presidente de honra).