sexta-feira, 20 de março de 2020

Recordar é Viver: "Clube Atlético Ipiranga, 60 anos"


                  


                   


                   

Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Há exatos 60 anos, nascia um dos times de futebol mais tradicionais da história do futebol amador garcense: era uma segunda feira, na parte da tarde, depois das aulas escolares, um grupo de garotos residentes no Bairro Labienópolis, sob a liderança de Cristian Kotinda, Takashi Kitamura, Ademar Cassimiro da Silva, Admir Carlos Martinelli, Mário Zapata e Luiz Américo Zachelo se reuniram e fundaram o Clube Atlético Ipiranga. 

Numa esquina próxima ao antigo Hospital Samaritano, onde hoje fica Clinica de Olhos Asperti, uma garotada costumava jogar bola praticamente todos os dias, nos terrenos baldios existentes naquela região. A cada dia mais gente chegando e muitos “bons de bola” aparecendo. Resolveram, então, formar o novo time. A primeira decisão foi por unanimidade: o nome escolhido para o novo time garcense seria o de Clube Atlético Ipiranga, como era moda na época de se homenagear algum time da divisão especial do futebol paulista. Para não confrontar com os simpatizantes dos clubes de maior torcida – Corinthians, Palmeiras, São Paulo ou Santos -, por consenso geral, escolheram Ipiranga, um dos mais antigos clubes do futebol paulista.

Demonstrando organização, o Ipiranga em pouco tempo tinha a sua primeira diretoria constituída, elegendo presidente, Cristian Kotinda, com o time disputando os primeiros amistosos. Não demorou muito para participar dos campeonatos organizados pela então Comissão Central de Esportes, inicialmente na categoria infantil, comum à época. O primeiro título foi no dia 22/07/1.962, campeão infantil. Veja a taça na primeira foto, uma verdadeira relíquia, “pequena” no tamanho, mas de “grande” valor para os ipiranguistas, inclusive para Nelson Carvalho de Souza. 

O time começava a despontar nas competições da cidade. Não restou alternativa senão disputar o difícil Campeonato Amador. Uma investida arrojada, pois na cidade existiam fortes equipes pela frente. Mas tinha que encarar. Mesmo não conseguindo sucesso nas primeiras disputas, o Ipiranga não esmorecia. Graças a fibra incomum de seus jogadores e principalmente dirigentes, a equipe ressurgia com força redobrada após algum insucesso. 

O primeiro título de campeão demorou para chegar: 16 anos depois da fundação. Campeão amador na temporada de 1976, derrotando o Frigus, por 1 a 0, gol de Mauro Val, na prorrogação. Depois mais dois, em 1.979 e 1.993. Vale destacar que em 1979, foi  uma campanha invicta  sob o comando do técnico Jair Cassola.

O Clube Atlético Ipiranga foi o time de maior longevidade do futebol amador garcense. O tradicional clube “vermelho e branco” ficou em atividade ininterruptamente, por 39 anos, desde a fundação em 21/03/1.960 até o ano de 1.999. Portanto, se estivesse em atividades, estava comemorando 60 anos. Com certeza com muitos títulos e troféus para a sua galeria.

Outra grande performance do Ipiranga foi na Taça Cidade de Garça (Copa Lions), onde ganhou  nove edições, recorde que dificilmente será batido. Veja no flagrante o troféu de posse definitivo, denominado “GARCAFÉ”, que começou a ser disputado no ano de 1.966. Para ficar com o rico troféu o time tinha que ganhar a Taça Cidade de Garça três vezes consecutivas ou cinco alternadas. 

Veja uma das formações do Ipiranga, grande campeão amador em 1976: Em pé da esquerda para direita: Alcides Vaz (técnico), Osvaldo de Castro (presidente), Corinho, Robson Pezão, Berto Nico, Ricardo, Béia e Jair Proença; agachados: Chico Ramalho, Tiarim, Nôzinho, Tico e Toninho Marques. 

Na outra foto, um flagrante da inauguração da sede do Ipiranga, no ano de 1.979, numa investida arrojada do então presidente Marcelo Nassif. A sede ficava na Rua Barão do Rio Branco, nº 52, no piso superior, centro da cidade. Da esquerda para direita: Jair Cassola (técnico), Marcelo Nassif (presidente) e Paulo Renato Alves de Souza (presidente de honra).