Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Se o Flamengo, nos anos 70,
teve o zagueiro Rondinelli, que ficou
conhecido como o “Deus da Raça”, o Garça também teve um zagueiro com as
mesmas características: Arlindo Mazzi, o Pilão, que jogou no “Azulão” entre os
anos de 1.984 à 1.989. Um zagueiro versátil, às vezes lateral, outras volante,
que honrou como ninguém a camisa que vestia.
O Pilão fez aniversário no
ultimo dia 31 de março, quando completou 62 anos, e hoje recebe os parabéns da
coluna. Que tenha felicidades e continue esbanjando muita saúde. Para quem não
sabe, ele ainda continua jogando bola e colecionado títulos. Recentemente foi
campeão em Paraguaçu Paulista, no suíço/master (Sub/45). Pelo que apuramos foi
um dos trunfos do bom time da Óptica Jovem/Doidão Confecções na memorável
conquista. O Pilão já nem lembra mais quantas vezes foi campeão na sua carreira
de muita longevidade. Na foto posando com o goleiro Bruno, ex-Guarani, de
Campinas e o troféu de campeão.
Pelo Garça, Pilão disputou
cinco temporadas, que ele considera uma das melhores da carreira. Integrou o
primeiro time, quanto do retorno do Azulão ao futebol profissional. Chegou,
jogou, agradou e foi vice campeão da A-3. O Garça do técnico Bô, já subia para
A-2. A raça e disposição em campo era os pontos fortes. Não tinha bola perdida,
aliado ao fôlego impressionante para correr os 90 minutos.
Segundo o meia João
Luiz, ex-colega no Garça “o Pilão era um jogador à moda antiga, daqueles que
suavam a camisa em campo. Não tinha atacante de cara feia, marcação cerrada,
fosse o jogo no “Platiza” ou no campo do adversário. Era leal na disputa da
bola, tanto é verdade que poucas vezes foi
expulso por jogada violenta. Sem falar que com a bola nos pés tinha um
bom passe. Graças a sua liderança, em vários jogos, foi capitão do Garça. Dos
zagueiros que vi jogar foi um dos melhores no futebol do interior paulista”.
Quanto a carreira, Pilão
começou no ano de 1.977, no júnior do São Paulo de Santo Anastácio. Em
seguida foi emprestado para o Corinthians de Presidente Venceslau, onde se
tornou campeão da Copa Corinthians, competição estadual que reuniu times com o
nome do alvi-negro paulista. Foi uma maneira dos organizadores achar um
Corinthians campeão, uma vez que o time da capital não ganhava nada há 23 anos.
Retornou para Santo Anastácio foi campeão amador estadual, e o time convidado
para disputar a 3ª divisão de Profissionais e virou profissional.
Depois jogou
no Beira Rio (Presidente Epitácio), Paraguaçuense, Tupã, Chapecoense, Botafogo
de Xanxerê (SC), Juventude (SC), Operário de Tubarão (SC), Corumbaense (SM), 21
de Abril de Fátima do Sul (MG), São Paulo de Anastácio (SP), América Mineiro,
União da Vitória do Paraná, e finalmente a Paraguaçuense, no ano de 1.993,
quando encerrou a carreira aos 35 anos de idade.
Também se aventurou como
treinador, comandando o Paranavaí (PR), VOCEM de Assis, Paraguaçuense, Ranchariense
(SP), Naviraiense (MS), e também foi auxiliar de renomados técnicos, dentre
eles, Vagner Benazi, Orlando Bianchini, Zé Teodoro, Norberto Lopes, Brida,
Edson Só e Celso Azevedo , que treinou o GFC em 1989.
Recordamos o Garça de 1.986.
Em pé da Esquerda para direita: Curtis, Pilão, Marinelli, Dagoberto, Cícero e
Deodoro; agachados: Ademir Mineiro, Didi, Vergara, Wilson Prudencio e Agnaldo.
Atualmente Pilão está residindo em Paraguaçu Paulista, trabalhando na
prefeitura local, como inspetor de alunos na área da educação. É casado com a
Ione Santos, é pai da Rosa Maria, e tem uma netinha, a Manuela (foto).
Quanto a
parar com a bola, não está nos planos de Pilão: “Com o nível do futebol de hoje,
seja profissional ou amador, está fácil
de jogar. Ainda vou levantar muitos troféus de campeão. Há. Não posso esquecer:
Pilão é um churrasqueiro de mão cheia”.