Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Hoje o destaque da
coluna vai para uma corrida de bicicleta, que aconteceu em nossa cidade no
início dos anos 50. E também homenagear o ciclista Waldemar Cantu, que terminou
como 2º colocado. Por mais que corremos atrás desta informação, não conseguimos
descobrir o vencedor. Afinal de contas já se passaram 70 anos. Mas foi uma
grande competição disputada pelas ruas centrais da pequena Garça, reuninido os
melhores da modalidade, que começava a ganhar adeptos. O patrocínio foi da
empresa “Soares Auto Peças Ltda”, autorizada Studebaker.
O ponto de largada e
chegada foi na esquina das Ruas Heitor Penteado com Barão do Rio Branco, ainda
de terra, nada de asfalto. No flagrante aparece o ciclista Waldemar Cantu,
próximo de cruzar a linha de chegada, conquistando um honroso segundo lugar. Da
para ver o numeroso público presente, todos elegantemente trajados, homens,
mulheres e crianças. Na outra foto, os ciclistas prontos para a largada. E
depois posando com os troféus conquistados. A direita do carro, sentado o
Waldemar Cantu, ao lado do irmão Osmar (em pé).
A BICICLETA. Apesar de alguns autores defenderem que Leonardo da
Vinci, ou um dos seus discípulos, que desenvolveu um projeto muito semelhante à
bicicleta tal como a conhecemos, há controvérsias de quem foi o verdadeiro
inventor. Na China a invenção da bicicleta é atribuída ao chinês Lu Ban, que
nasceu há mais de 2.500 anos. Em 1680, Stephan Farffler, um alemão construtor
de relógios, projetou e construiu algumas cadeiras de rodas tracionadas por
propulsão manual através de manivelas. Mas o certo é que o alemão Barão Karl
von Drais, pode ser considerado o inventor da bicicleta, pois, em 1.817 ele
implementou um brinquedo que se chamava celerífero, desenvolvido pelo Conde de
Sivrac.
A bicicleta chegou
no Brasil no final do século XIX, vinda da Europa. Os primeiros relatos de sua
existência em território brasileiro são no Paraná, na cidade de Curitiba, que
recebeu muitos imigrantes europeus, desde a segunda metade do século XIX, e em
São Paulo. O dia nacional do ciclista é comemorado em 19 de agosto, introduzido
pela Lei nº 13.508/2017. Esta data foi escolhida para homenagear o ciclista
Pedro Davison, que morreu no dia 19 de agosto de 2.006, ao ser atropelado
enquanto pedalava na faixa central do “Eixão” em Brasília. Hoje em Garça temos
muitos ciclistas, entre homens e mulheres praticantes, com suas possantes
bicicletas e roupas coloridas.
WALDEMAR
CANTU, nasceu na cidade de
Potirendaba, no dia 10 de novembro de 1.930. Foi casado com Rute de Oliveira
Cantu, tiveram quatro filhos: Adalberto Oliveira Cantu, Silvia de Oliveira Cantu, Fábio de Oliveira Cantu e Waldemar Cantu Júnior, todos garcenses, com muito
orgulho. O Sr. Cantu era filho de imigrantes italianos (Sr. David Cantu e
Zelinda Galassi), passou uma dura infância, com mais 10 irmãos, em Potirendaba
e Álvaro de Carvalho.
Começou a trabalhar bem cedo, como engraxate, consertando
bicicletas e posteriormente pedreiro. Chegou em Garça na década de 50, onde foi
trabalhar na construção civil, construindo casas para colocá-las à venda. Era
um apaixonado pelo transporte de duas rodas. Na cidade desfilava com sua
impecável bicicleta marca Philips. E também sua possante moto Norton 500 cc.
(fotos). Trabalhou também como construtor contratado por terceiros, edificando
e reformando vários prédios urbanos e rurais, como escolas, creches, posto de
saúde, casas sede de fazendas, lojas comerciais, barracões e casas
residenciais. Um de seus trabalhos foi reconhecido no Livro de Garça, como uma
das mais belas residências da época, localizada na Rua XV de Novembro esquina
com Vital Soares.
Na década de 70 passou a ser proprietário rural, dedicando-se
a cultura de café e sericicultura. Contudo, o seu maior orgulho foi de ter
contribuído no desenvolvimento e crescimento arquitetônico de sua querida
Garça, sempre acreditando no esforço de seu trabalho que muito lhe dignificou.
Era católico e integrante do grupo São Pedro da Paróquia de Garça.
Apesar
de ter cursado tão somente o ensino básico, a sua cultura foi adquirida com o
fruto de suas vivências e viagens. De se ressaltar o esforço incomum que fez
para dar formação escolar/universitária e melhores condições de vida à sua
família. Faleceu no dia 1° de outubro de 1.999. Waldemar Cantu tinha como lema de
vida: “Coragem é a força que trago comigo – Força, Fé e Coragem”.