sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Recordar é Viver: "João Luiz, um zagueiro `xerifão´"








Na coluna passada recordamos o Botafoguinho, time que fez sucesso na década de 60. Nesta semana recebemos outra foto, desta vez da Ferroviária, outra equipe que marcou época, e foi um dos grandes rivais do Botafoguinho. 

As duas agremiações eram bem organizadas, tinham equipes menores – infantil e juvenil – por isto sempre estavam revelando jogadores. Seus dirigentes não perdiam tempo, “vasculhavam” a cidade toda, nos campinhos da periferia, nas disputas entre escolas, e até mesmo observando a molecada jogando bola nas ruas da cidade. Conversando com esportistas que vivenciaram aquela época, todos foram unanimes em afirmar que a Ferroviária era a equipe a ser batida, bem estruturada, seja dentro ou fora dos gramados.
 
Montaram até sede própria, próxima a antiga agência da Volkswagen (SOTEBRA). Muito embora a Ferroviária não ganhou um título de expressão (campeão varzeano), contribuiu sobremaneira para o desenvolvimento do esporte menor garcense, sempre revelando jogadores. Recordamos o time da Ferroviária, que no dia 05 de janeiro de 1.964, disputou um interessante amistoso na cidade de Marília. Em pé da esquerda para direita: Issao (dirigente), Uchida (dirigente), Caparroz, João Luiz "Zico", Silvio Portelinha, Rôla Cassola, Victor Hugo, Jair Cassola, Chiquinho Voss e Jurandir (jogador profissional); agachados: Toninho Rossignoli, Emílio, Mário Abe, Jorge, Kiodi e Niltinho. Na foto está o mariliense Jurandir de Freitas, então jogador do São Paulo, nas décadas de 60 e 70. O vigoroso zagueirão, também defendeu a Seleção Brasileira e foi "bi-campeão" mundial de 58, na copa disputada no Chile.

JOÃO LUIZ, O XERIFÃO: Recordando jogadores que fizeram história no futebol garcense, quem não se lembra do João Luiz Corrêa Leite Moraes. Nascido na vizinha Marília, foi daqueles “beques” gigantes, no melhor estilo “xerifão”, um quarto zagueiro que não brincava em serviços. Como sempre falavam os técnicos da época: “sua missão é limpar a área, nada de brincadeiras e chutar pra tudo quanto é lado. Menos pro próprio gol”. O João Luiz começou a correr atrás da bola desde a infância. 

Pertencente a uma família de esportistas. O pai e irmãos eram apaixonados pelo futebol e principalmente pelo Corinthians. O irmão mais velho, o Hélio, foi um atacante (ponta direita) de destaque em nossa várzea nos anos 50/60, defendendo os principais times: Bandeirantes, Tiro de Guerra e Bar Antártica, campões da época. Já o João Luiz jogou mais tempo no futebol suíço, quando a modalidade começou a ser praticada na cidade, envergando as jaquetas do Expressinho RCG e da Sapataria Santo Antonio. 

Na época grandes times foram sendo montados: Kosminho, Independente, Eletrônica e Salão Carter. Os campeonatos eram disputados nos campos de terra, atrás do Hospital São Lucas. Recordamos o bom time da Sapataria Santo Antônio, do ano de 1.986, com “peladeiros” tradicionais, todos aqui da cidade. Nesta época teve a fusão do Expressinho com a Sapataria. Em pé, da esquerda para direita: Tineo, Luiz Conessa, João Luiz, Mario Funakawa, Carlos Bonfim, Luizão, Nivaldo, Antonio Conessa (presidente) e Valdir Roberto Menis (técnico), em substituição ao títular Clodolado Serzedelo, ausente neste dia; agachados: José Roberto (Rei do Campo) Zanon, Bofete, Milton, Manoel Pereira, Vado e Ridê. O garotinho com a mão no rosto é o Luiz Gustavo Aranha Conessa, então com 10 anos. Segundo o Luiz Conessa, a Sapataria Santo Antonio teve um forte time. E todos sabem que um bom time no futebol tem que ter uma defesa sólida. Alí o nosso “xerifão”, que carinhosamente era conhecido por Zico, se destacava sempre com grandes e seguras atuações”. João Luiz jogou bola até perto de completar 40 anos, enquanto “as pernas aguentaram” e tinha folego para marcar os atacantes contrários. 

No lado profissional, João Luiz foi professor da Rede Estadual de Ensino, lecionando por vários anos, até que conseguiu a merecida aposentadoria. Ainda continua ligado no futebol, sempre é claro, acompanhando o time do coração, o glorioso Corinthians. Com o tempo de sobra, segue curtindo os amigos e principalmente a família, o seu bem maior. Da esquerda para direita: filho Luizito, o neto Pedro, a nora Milena, com o Otávio no colo, e a esposa Miryan, a cara metade divina.