Por Wanderley `Tico´ Cassolla
A coluna presta uma
homenagem ao aniversariante da semana, o ex-árbitro de futebol, Moysés Rodrigues de Santana, que na ultima segunda feira (9/11)
completou 91 anos de idade. O lendário “juizão” Moisés é uma das personalidades
mais marcantes da história do futebol garcense. E comemora a nova idade com
direito a bolo (foto), esbanjando saúde e uma alegria sem fim. Um motivo de
orgulho para todos esportistas, em especial seus familiares: os filhos Álvaro,
Fátima, Antonio Carlos e Aldemar. Neste rol não podemos deixar de mencionar a esposa Elza e os
filhos, José, Aldair e Altair, que já faleceram.
Como bem disse o palmeirense Marcão do
Basquete, no seu conceituado blog: “O Moysés por longos 46 anos esteve arbitrando jogos na
várzea garcense, um fato único, que o transformou, sem sombra de dúvidas, no
mais conhecido e emblemático “homem de preto” da história do amadorismo". Acaba
de completar 91 anos, demonstrando uma memória privilegiada, onde recorda com
muito saudosismo a sua trajetória na “latinha”, encerrada há vários anos.
Nascido no ano de 1.929, na
cidade baiana de Jacaraci, ainda pequeno, com apenas cinco anos, veio com a
família para Santa Cruz do Rio Pardo. Não demorou muito e sempre ajudando a
família, começou a trabalhar num bar. Depois de algum tempo, a família Santana resolveu
mudar de ares, indo morar na antiga Companhia Inglesa, na região agrícola de
Gália.
O Moysés começou
trabalhando como ajudante de mecânico. Entretanto já demonstrava o seu lado esportivo, um
apaixonado pelo futebol, e começou a jogar no time rurícola. No ano de 1947, chegou em Garça, acompanhado
da família, para não sair mais.
Dois anos mais tarde, Moysés
já estava empunhando o apito e começando a sua promissora atuação, participando
de jogos no antigo campo de Vila Willians, ao lado do Bosque Municipal. Segundo
o Moisés: “Não existia gramado não, era no chão mesmo e eu apitava sem bandeira
naquela época”. Na foto, um trio de respeito: Hélio Gussiardi, Moisés Rodrigues
Santana e Zicão.
Moysés Rodrigues de Santana atravessou décadas e décadas apitando jogos em Garça. Após fazer o curso promovido pela Federação Paulista de Futebol, em Marilia, recebeu o certificado e distintivo (foto). Começou, então, a dirigir jogos na região e até no Estado de São Paulo, demonstrando um apego inexplicável com a difícil missão que escolheu. Uma paixão muito complicada de ser compreendida.
Formou uma grande
dupla com o Walter Bosque “Palmital” Garcia. Sempre eram requisitados pra
trabalhar em jogos difíceis e decisões
por todo interior paulista. Mas tiravam de letra, ou melhor, “assoprando bem a
latinha”. Em algumas ocasiões, revela Moyses, a boca esquentou e tiveram que
sair de “corintiana ou camburões” da polícia dos campos foram apitar. Faz parte
da profissão.
Moysés esteve presente em
grandes momentos de nossa várzea, até se aposentar da função em 1995, num jogo
que aconteceu no Toyotão, onde o Guanabara bateu o Cavalcante, 4 x 1.
Justamente neste campo onde trabalhou como “zelador”, desde 12/04/1.980, quando
da sua inauguração, contratado que foi pelo prefeito Francisco de Assis Bosquê.
Anteriormente trabalhou trabalhou no Frigus – Frigorificos Unidos, Alves e
Ramos Construtora, Engeter Construções Ltda e na Industria de Rastelos São
Francisco.
De forma oficial “pendurou” a chuteira, ou melhor, o apito, sem contudo abandonar os campos. Vez ou outra estava apitando um amistoso ou um jogo festivo de final de ano. Ultimamente era o destaque no torneio de cobrança de pênaltis, realizados no Garça Tênis Clube. Esteve presente em todas as dez edições, e diz que está pronto para as futuras disputas. Palmeirense fanático, desde os tempos da Academia, comandada por Dudu e Ademir da Guia, montou junto com o filho Álvaro, o time do Palmeiras para disputar o campeonato municipal de suíço master. Mas a saga dele não para e espera realizar o seu grande sonho: “Ainda quero viver muitos anos. Tudo para ver o meu glorioso Palmeiras se sagrar campeão mundial”. Vida longa para o “seo” Moysés.