sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Recordar é Viver: "Osmar, zagueiro e técnico super campeão"

 








Wanderley `Tico´ Cassolla

Depois de muitas buscas e informações, achamos o ex-zagueiro Osmar José David Junior. E olha que ele não estava tão longe assim! O Osmar está morando na vizinha Bauru, desde quando deixou nossa cidade.

Assim que o encontrei, passei a notícia para os seus amigos da época. O Reinaldo Rossini, o “Polaco”, já deu uma cornetada: “O Osmar foi o típico beque central, camisa 3, que ficava paradão lá atrás, rebatendo  e chutando a bola pra tudo quanto é lado. Foi um dos últimos zagueiros `raiz´, no melhor estilo “Domingão”.  Era bola ou `bolim´.

Respondi de imediato: "ledo engano, Polaco". O Osmar foi um zagueiro técnico, que não dava moleza. Um marcador chato. Apesar do porte avantajado, tinha boa impulsão, era canhoto, sabia dominar a bola e sair jogando. Joguei contra e a favor. Contra era difícil levar vantagem, muito vigor físico. Dividir bola nem pensar. A favor, jogamos no SALEC, que disputou o  Campeonato Regional de Marília, nas temporadas de 1981/82. Era cada pedreira nos jogos fora, e o Osmar tranquilão lá atras, desarmando e impondo respeito nos atacantes. 

O SALEC foi bi-vice campeão, perdendo o titulo para o time da UNIMAR e da Usina Paredão. Em se falando de competições regionais, o Osmar jogou no Atlético de Pirajuí, integrante do difícil regional da Liga de Bauru. Segundo apuramos, teve um ótimo desempenho na zaga pirajuiense.

Voltando para Garça, recordamos o Osmar quando jogou no Garça, como titular da quarta zaga, as vezes improvisado na lateral esquerda. No ano de 1.984, quando o “Azulão”, sob a presidência de Antonio “Biga” Marangão, retornou ao futebol profissional na terceira divisão (Série A-III). Em pé da esquerda para direita: Biga Marangão, Bô (treinador), Mamela, Marquinhos, Alfredinho, Dinho Parreira, Osmar e Airton Rocha; agachados: Claudinho, João Luiz, Gaúcho, Canhoto e Albino.

Uma volta vitoriosa, pois logo no primeiro ano, o Garça terminou como vice-campeão do interior paulista – o campeão foi o Capivariano -, porém, conseguiu o acesso para a divisão superior.

Recordamos também o Guanabara, campeão amador de 1.983. Em pé, da esquerda para direita: João Carlos Camacho (treinador), Jair, Natalino, Tião Barbosa, Lú Moisés, Júlio, João Carlos, Jafinha, Osmar e Pedro Soares; agachados: Túlio Calegaro, Cezinha, Osmar Silvestre, Serginho “Cabeça”, Casagrande e Jorge Krugner, diretor.

UM SUPER CAMPEÃO: O Osmar nasceu na cidade de Santos. Ainda bem jovem, quando completou 11 anos, veio morar em Garça juntamente com seus familiares, lá em Vila Mariana. Pouco tempo depois, frequentou a escolinha de futebol da CCE – Comissão Central de Esportes - onde foi aperfeiçoando o seu futebol. Em seguida disputou o campeonato amador, na época uma competição bem difícil, com grandes times e jogadores. 

Dentre os principais jogou no Cliregal, SALEC, Flamengo e Guanabara. Foi campeão em 3 temporadas, duas no Flamengo, do técnico Betão Aguiar e a outra pelo Guanabara. Como se destacou, no ano de 1.984,  foi contratado pelo Garça, para disputar a então 3ª Divisão de Profissionais do interior paulista. Novamente teve boa participação e foi um dos trunfos do técnico Bô na conquista do vice-campeonato. Faltou pouco para o titulo: a decisão estadual foi contra o Capivariano, no Estádio Zezinho Magalhães, na cidade de Jaú. Depois de empate no tempo normal – 1 a 1 – o Capivariano foi o campeão nas cobranças de penalidades máximas.

A procura de novos ares, Osmar mudou para Bauru, onde fez historia na “Cidade Sem Limites”. Primeiro como jogador, depois como treinador nos difíceis campeonatos, considerado um dos melhores do interior paulista. Num levantamento que fizemos o Osmar tem no seu currículo “só” 17 títulos, destes 10 no Campeonato Amador. 

Como jogador foi campeão no Internacional, Corinthians e mais três vezes no Independência. Como treinador (foto) novamente foi colecionando títulos e mais títulos: tetra campeão pelo Beija Flor, campeão no Comercial, Oriente e Redentor. Sem falar que no Beija Flor e Independência foi campeão invicto. Além de ter recebido 6 troféus “Ligado do Amadorismo”, tradicional evento que premia os melhores de cada temporada. 

Segundo o Enéas Filho, o “moço que veio de Bauru”, o Osmar tem um currículo invejável e está entre os maiores vencedores da história do futebol menor bauruense. É reconhecidamente como um grande esportista, que já deixou o seu nome gravado nos anais esportivos da região. Fez fama com dois apelidos bem singular: em Bauru, o “Osmarzão”, em Garça, o “Tanajura”.