sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Recordar é Viver: "Sempre é Carnaval"









Por Wanderley `Tico´ Cassolla

“Que faaaase”! Aproveitando o famoso bordão do narrador esportivo  Milton Leite, até esquecemos de falar do carnaval. Tradicionalmente todos os anos, abrimos espaços na coluna, para referendar a maior festa popular brasileira. Também pudera, o momento que estamos passando com esta pandemia do coronavírus, nos levou a isto. Foi a primeira vez que não teve a festa do carnaval no Brasil, desde quando a folia aqui chegou no período colonial, a partir do ano de  1.530. 

Nem mesmo as guerras mundiais (1.914 à 1.918 e 1.939 à 1.945) e a terrível gripe espanhola (1.918 à 1.920) cancelaram o carnaval. Pelo contrário, o carnaval de 1.919, é reconhecido pelos historiadores até hoje, como o maior de todos os tempos. Este ano não foi possível. O carnaval passou e ninguém viu. Em 2.022 irá acontecer? Só tempo e a vacina poderão dizer. Era comum reproduzirmos as tradicionais marchinhas carnavalescas, que na atual conjuntura não iria dar samba. Então aproveitando um post do são-paulino Marcos Fidêncio, reproduzimos a memorável crônica de Vinicius de Moraes.

Acabou nosso carnaval

Ninguém ouve cantar canções

Ninguém passa mais

Brincando feliz

E nos corações

Saudades e cinzas

Foi o que restou

Pelas ruas o que se vê

É uma gente que nem se vê

Que nem se sorri

Se beija e se abraça

E sai caminhando

Dançando e cantando

Cantigas de amor

E no entanto é preciso cantar

Mais que nunca é preciso cantar

É preciso cantar e alegrar a cidade

A tristeza que a gente tem

Qualquer dia vai se acabar

Todos vão sorrir

Voltou a esperança

É o povo que dança

Contente da vida

Feliz a cantar

Porque são tantas coisas azuis

E há tão grandes promessas de luz

Tanto amor para amar de que a gente nem sabe

Quem me dera viver pra ver

E brincar outros carnavais

Com a beleza

Dos velhos carnavais

Que marchas tão lindas

E o povo cantando

Seu canto de paz

Seu canto de paz

Para matar um pouco de saudades, recordamos flagrantes dos bons tempos do carnaval garcense do passado. Dois foliões e passistas de categoria: José Luiz “Português” e o Claudiomiro da Silva Vicente, o “Sarará”. Sem falar que eles foram bi-campeões amadores jogando no Induscômio, nas temporadas 1.972/73. Uma dupla de atacantes boa de bola. 

Veja o Zé Luiz, como mestre sala da Escola do Grêmio Teatral L. Fróes, na Rua Carlos Ferrari, com a porta bandeira Rita. Já o mestre sala Sarará, ao lado de filha Liliam, e da porta bandeira da Escola de Vila Salgueiro, aguarda o momento para mostrar samba na Carlos Ferrari. 

Na outra foto, o Induscômio campeão. Em pé da esquerda para direita: Fontes, Osni, Corinho, Washington, Reinaldo Portelinha, Silvio “Goiano” Peres e Carlão; agachados: Zé Luiz, Sarará, Béia, Jonas Zago e Péba. No outro flagrante, veja em foto recente, o Zé Luiz e o Sarará, dois craques da bola e do carnaval garcense.