sexta-feira, 23 de julho de 2021

Recordar é Viver: "João Barretto, um garcense nas Olimpíadas de Tóquio"


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Começou oficialmente nesta sexta-feira (23), as Olimpíadas de Tóquio, com o bonito cerimonial de abertura no Estádio Nacional. A 32ª dição dos Jogos era para ter acontecido no ano passado, porém, devido a pandemia do coronavírus, ficou para este ano. O Japão será sede dos jogos pela segunda vez, repetindo o feito do ano de 1.964. Deverão estar presentes 204 países e 11.687 atletas, naquela que é considerada a maior competição esportiva do planeta. O Brasil participa em 35 modalidades com 302 atletas. As disputas vão acontecer no período de 21 de julho até o próximo dia 8 de agosto.

E para nossa satisfação um garcense estará presente nos jogos: João Pedro Barretto Lustri, como jornalista/produtor do Canal Olímpico do Brasil, o canal oficial do COB. O João Barreto já está em Tóquio desde o começo da semana, e pronto para cobrir os eventos esportivos, produzir matérias, entrevistas, documentários e transmitir os jogos ao vivo. Haja fôlego!

Esta será a primeira Olimpíada do jovem garcense, que está pra lá de animado com esta oportunidade única. Uma emoção, que começou logo na chegada a Tóquio – veja tópico abaixo -, e é claro, tal como nós, estará torcendo para o sucesso dos competidores brasileiros na luta por uma medalha olímpica. Como bem disse o jamaicano Usain Bolt, `a lenda da velocidade´: “É melhor ter a Olimpíada sem torcida, do que não ter Olimpíada”


GARCENSE NATO
: O João Pedro Barretto Lustri, é filho do Tamis Gonçalves Lustri e da Gisleine Aparecida Santini Barretto, e desponta com um grande futuro no jornalismo brasileiro. Na infância estudou no Colégio Lumen, e gostava de jogar bola. Sonhava um dia, quem sabe, jogar no glorioso São Paulo, o time do coração, onde tempos atrás teve o goleiro garcense Waldir Peres em 611 jogos.

 Participou dos campeonatos escolares com boas atuações, mas já vislumbrando que o seu forte não seria a bola, e sim o jornalismo. Não herdou a habilidade do pai Tamis, um eficiente zagueiro da Escola Mackenzie de São Paulo. Muito menos o faro de artilheiro do avô Walter Barreto, um goleador implacável na várzea garcense, nas décadas de 50/60. 

Ainda jovem, com apenas 17 anos, foi morar em São Paulo e estudar na PUC/Pontifícia Universidade Católica da capital. Paralelamente ingressou como estagiário na TV Band e na Rádio Bradesco Esporte FM, até que foi efetivado na Rádio Bandeirantes. Neste período trabalhou como algumas feras do esportes, como o Milton Neves, craque Neto, Datena, Elia Júnior e o Denílson. 

Depois foi para a empresa NSports, uma “plataforma de streaming”, que transmite e produz conteúdo de todos os esportes. No começo deste ano, mudou para o Rio de Janeiro para coordenar o projeto do Canal Olímpico do Brasil, numa parceria com a NSports. E de quebra a missão de cobrir as Olimpíadas de Tóquio.

UM XIXI OLÍMPICO: A primeira grande emoção do João Barretto foi no dia 17 de maio, quando oficialmente foi convocado na missão do Comitê Olímpico do Brasil, para servir a delegação brasileira nos jogos de Tóquio. Na mensagem recebida: “Bem vindo ao Time Brasil”. Foi difícil ele conter as lágrimas. 

A segunda emoção foi quando do embarque aqui no Brasil. Segundo soubemos o João Barretto não conseguiu nem dormir durante a longa viagem, tal a sua expectativa em chegar na `Terra do Sol Nascente´. Afinal de contas a viagem foi meio que tensa. Estar numa Olimpíada, tendo a oportunidade de realizar um sonho de criança, não é para qualquer um.  

Quando conseguia adormecer, teve até alguns pesadelos, digno de um jogador juvenil na concentração, esperando a estreia no time profissional no dia seguinte. 

A terceira emoção foi extraordinária. Assim que desembarcou em Tóquio, ficou esperando o ônibus que ia levar a equipe até o hotel em Saitama, num percurso de 45 minutos. Perguntaram se alguém queria ir ao banheiro. Na ânsia de chegar logo, o João Barretto respondeu com um sonoro “não”. O `busão´ chegou, ele embarcou com a bexiga cheia, e lá foi pelas ruas da cidade. Um sufoco danado com aquela vontade de fazer xixi. 

Alguns atletas procuraram ajudá-lo, com uma garrafa ou saco plástico. Tentou, porém nada. Pensava noutro assunto, chegou a abrir o botão da calça, sentava no banco, levantava, cruzava as pernas, mas nada do xixi. A esta altura estava inibido com a presença dos atletas. Uma viagem longa por demais, sem fim. Assim que chegou ao hotel, nada de cumprimentar as recepcionistas. Cadê o banheiro? Não aguentou mais. No saguão, fez xixi no saquinho mesmo. Para desespero da amável recepcionista, que com olhos abertos e mão na boca, dava risada e apontava onde era a escada e tinha um banheiro. No final tudo certo, aliviado e pronto para registrar a primeira Olimpíada.


MASCOTES:
Uma tradição que vem marcando as Olimpíadas são os mascotes, um para os Jogos Olímpicos, o outro, para os Paralímpicos. Em Tóquio os escolhidos, carinhosamente receberam o nomes de Miraitowa e Someity (foto). A primeira numa união das palavras japoneses Mirai, que é o futuro e “towa”, a eternidade. Esta combinação leva a promover um futuro de eterna esperança nos corações das pessoas ao redor do mundo. Já a Someity (paraolímpica), se refere à expressão “someiyoshino”, numa alusão a uma variedade popular da flor da cerejeira. Ela tem sensores táteis da flor da cerejeira e enorme força mental e física, representando os atletas paralímpicos, que superam obstáculos para atingir os limites do possível.