Hoje recordamos dois times
que fizeram história e marcaram época: Associação Atlética Bandeirantes e
Pecuária-Cruzeiro, grandes campeões da várzea garcense, nas décadas de 50 e 60.
Ao mesmo tempo, homenageamos o centroavante Walter Barretto, que envergou a
jaqueta 9 dos dois times, e faleceu em nossa cidade, no último dia 2 de Julho,
aos 86 anos de idade.
O Bandeirantes era presidido pelo esportista João Bento, tinha o seu campo, ainda de terra, na Vila Mariana. Para mim é o melhor time amador da história de Garça e o legitimo campeão da temporada de 1.950. Na foto veja o Bandeirantes, do ano de 1.956, que se sagrou campeão do Setor 30 do interior do Estado de São Paulo. Em pé da esquerda para direita: Tão Acorinte, Navarro, Cury, Tóti, João Alexandre Colombani e Tonhão; agachados: Hélio Moraes, Igurê, Walter Barretto, Pirajuí e Rosarinho.
O outro time é Pecuária-Cruzeiro, também presidido por João Bento, posando com a faixa de campeão da Copa dos Campeões, no ano de 1.961 - Em pé da esquerda para direita: Chiclé, Regis Lecci, Coutinho, Jafa, Orlando Antunes, Antonio Macelloni, Zé Carlos e João Bento (presidente); agachados: Tcheca Garcia, João Trinca, Walter Barretto, Nado e Luizinho.
Um dos destaque destas equipes era o
centroavante Walter Barretto, um goleador implacável. Segundo apurei, ele tinha
boa colocação dentro da área, e uma visão privilegiada para finalização. Outro
ponto forte era o cabeceio, sempre certeiros, numa época em que a bola de
capotão, era “pesada pra burro”. Incansável em campo e com muita
voluntariedade, não tinha bola perdida.
Dos times acima, onde estão perfilados
23 jogadores, além do dirigente João Bento, achamos três, creio ser os únicos
vivos: Rosarinho, mora em Osasco, Regis Lecci, está aqui em Garça, e Hélio
Moraes, reside em Bauru. Unânimes, lamentaram profundamente o falecimento do eterno
amigo de futebol e diversão em Garça, e enviaram as mensagens abaixo:
João Rosário: “o Walter foi um grande amigo. Joguei
muitas partidas na várzea com ele e contra ele. Fizemos uma grande dupla de
atacantes no Bandeirantes, eu na ponta esquerda, ele de centroavante, jaqueta
9. Na verdade, eu sempre preferi jogar ao seu lado, pois quando fomos
adversários, meu time sempre tomava gols dele. Um ótimo jogador e amigo que
tive o privilégio de conviver nos tempos que morei na minha querida cidade de
Garça”.
Régis Lecci: “Era o tipo de centroavante de área. Na
época os atacantes não voltavam para marcar. E o Walter ficava lá na frente
“enfiado” entre os beques. Tinha muita voluntariedade e cansou de marcar gols.
Não somente no Pecuária-Cruzeiro, onde jogamos juntos, como também nos outros
times da várzea”.
Hélio Moraes: “Jogamos juntos no Bandeirantes, do inesquecível
presidente João Bento. Eu era ponta direita. Já sabia que se chegasse na linha
de fundo, era cruzar na proximidades da marca do pênalti, que o Walter estava
lá, pronto para desviar para as redes. Sem falar que quando eu cruzava no alto,
ele que tinha boa impulsão, sabia antecipar ao zagueiro e cabecear forte no
canto. Eu também admirava muito a sua voluntariedade em campo. Não gostava de
perder de forma alguma”.
No lado profissional, Walter Barretto trabalhou no IBC/Instituto Brasileiro do Café, por mais de 20 anos, como fiscal. Também foi proprietário do Lava Jato Estoril, local onde a `boleirada´ da época gostava de frequentar, nos anos 70. O Estoril ficava na rua Barão do Rio Branco, por volta do nº 600, onde hoje é o Condomínio Residencial Iguaçu.
Foi casado em primeira núpcias com a Dona Lazinha, teve três filhos: Gizela, Gisleine e Waltinho (na foto). Depois casou com a Dercy, onde tiveram os filhos Ana Cristina e Netto (in memorian). Nos últimos tempos, Walter Barretto vinha enfrentando problemas de saúde. Aquela visão que tinha para marcar gol, começou a ficar comprometida a partir do ano de 2.000, e alguns anos depois, se apagaria para sempre. Mas suas jogadas e gols, jamais serão esquecidos, por quem teve a oportunidade de vê-lo atuar dentro dos gramados.