Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Hoje recordamos dois grandes goleiros
garcenses, típicos representantes do futebol raiz: Waldir Peres e Ênio Aguiar.
Assim como mostraremos um pouco do quanto é difícil a vida de um goleiro debaixo das traves.
Waldir Peres foi famoso, conseguiu projeção
nacional e até internacional, jogou no São Paulo e na Seleção Brasileira.
Durante o período que foi atleta profissional, levou o nome de Garça pelo
Brasil afora. Foi “catimbeiro” e um exímio pegador de pênaltis. Infelizmente faleceu no dia 23 de julho de
2.017, na cidade de Mogi Mirim/SP., vitimado por um infarto fulminante
Já o Ênio Aguiar, pertence à tradicional família Aguiar, fez história no esporte menor garcense, seja no futebol amador ou “suíço”. Sempre defendendo as cores do Flamengo, do técnico/irmão Betão Aguiar. Curiosamente, no início da carreira o Ênio era jogador de linha, chegou até mesmo a atuar de centroavante. Com o passar dos anos, optou definitivamente para ser goleiro.
Os dois escolheram uma profissão no futebol, no mínimo ingrata. Até tem um antigo ditado que diz "Difícil é a vida de um goleiro, pois onde ele joga, nem grama nasce". Além, é claro, de impedir a alegria do futebol, que é o gol. Convenhamos é um jogador diferenciado. Vai do céu ao inferno em apenas um segundo. O único que pode utilizar as mãos, desde que dentro de sua área. Por isto o seu espaço no gramado é bem menor do que os jogadores de linha.
Ele fica a maior parte do tempo, solitário em
campo, praticamente distante dos demais jogadores. Dependendo do jogo, não tem
ninguém para conversar. O Waldir Peres gostava de ficar conversando com os
repórteres que ficavam atrás do gol. Um dos que ele mais “zoava” era o Fausto
Silva, hoje apresentador da TV Bandeirantes.
O goleiro é o único jogador que tem um tempo
para ficar de posse de bola: 6 segundos. Enquanto os demais podem ficar com a
bola nos pés o tempo que quiser, o goleiro tem exatos seis segundos para repor
a bola em jogo.
O goleiro pode ir de herói a vilão em um
segundo. Pode fechar o gol durante o jogo. Mas num vacilo, se tomar um “peru”,
sai ovacionado de campo pelos torcedores, num grito geral de “frangueiro,
frangueiro”.
Também é o único entre os 11 jogadores que é
obrigado a se vestir diferente dos demais. Até o seu fardamento tem que ter uma
outra cor.
O goleiro é tão diferenciado, que é o único
jogador que tem um dia dedicado à posição: 26 de abril, quando é comemorado o dia do
goleiro.
Como bem me disse certa vez o Waldir Peres:
“Ser goleiro, é ser o início e o fim do time”. Mas uma coisa é absolutamente
certa. “Todo time bom, começa com um grande goleiro”.
Veja nos flagrantes o encontro do Waldir Perez
e Ênio Aguiar, jogando num dia de
chuva. Uma vida difícil mesmo, e não é
pra qualquer um não !!!