sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Recordar é Viver: "Sempre é Carnaval"

 




Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Nas edições passadas a coluna mergulhava no carnaval, a maior festa popular do Brasil. Tudo era só alegria e muita folia. O futebol tupiniquim parava e recordávamos um pouco dos grandes e inesquecíveis carnavais garcenses. Hoje nem o futebol tupiniquim para mais, por conta do calendário maluco de jogos

E sobrou até para o carnaval, que já não andava bem das pernas, e sofreu o duro golpe da pandemia do Coronavírusus. Em nossa programação das colunas para este ano, uma já estava reservada para falar do carnaval. Mas infelizmente ainda não vai dar. No ano que vem, talvez.  Em que pese o brasileiro estar mais consciente e precavido, aliado ao avanço da vacinação, ainda não foi possível derrotar o terrível adversário, matreiro e letal. Estamos passando uma fase difícil, perdendo familiares e muitos amigos. Agora é hora da cautela, temos que ter muita calma e paciência. É a vez de jogar na retranca, e numa tacada de mestre liquidar definitivamente o vírus. Logo a vitória chegará, a vida voltará ao normal. Em 2.023, o folião vai “soltar a franga e cair na folia do rei momo”. Afinal de contas, sempre é carnaval.

Para ir matando um pouco da saudade dos grandes carnavais da cidade, recordamos os foliões que sambaram a noite inteira nos dois principais clubes da cidade, o Grêmio Teatral Leopoldo Froes e o Garça Tênis Clube (fotos do Memória Garcense). O carnaval começava na sexta feira e só terminava ao raiar do sol da quarta feira de cinzas. Haja pernas e fôlego.

No primeiro flagrante, de meados da década de 70, os jovens foliões posaram para a posteridade no Grêmio. Alguns foram identificados: Binho, Celsão Travençolo, Sarará, Zé Luiz Português, Wilson, Rosana Certo, Italino Sitta, Lilian Sganzella, Ana Basílio, Rosinha Piola, Gilmar, Ana Acre, Marinho e Benê.

Na outra foto um grupo fantasiado no carnaval infantil do Tênis, na década de 50, bem mais difícil de identificar a garotada.

Tal como no futebol o carnaval vem sofrendo o impacto do mundo globalizado, que gera um certo distanciamento entre as pessoas. A cada ano que passa a tradição vai perdendo seu encanto e charme de antigamente.

Basta lembrar que Garça já teve até desfiles de ruas, na passarela da Carlos Ferrari. O carnaval dos clubes, principalmente do Tênis e do Grêmio era um dos melhores de toda a região. Saudades também do Clube José do Patrocínio, do `Forróval´ da Terceira Idade, do Garcinha e do Kai-Kan, da colônia japonesa. Bons tempos que não voltarão jamais. Sem falar do famoso “Panelão”, que fervia pra tudo quanto é lado de tanta animação.

Uma alegria sem fim, com as marchinhas que jamais serão esquecidas pelos foliões de antigamente: Jardineira, Mamãe eu Quero, Cabeleira do Zezé, Saca-Rolha, Cachaça não é água, Turma do Funil, Transplante de Corintiano, Caiu na Rede, Índio quer Apito, Marcha da Cueca, Me dá um dinheiro aí, Allah-la-o, Teu Cabelo não nega, Maria Sapatão, Máscara Negra, Cidade Maravilhosa, Tristeza, Sassaricando, Quem sabe, sabe, Teu Cabelo não nega, Recordar é Viver, Tá Chegando a hora e tantas outras. Dos bons tempos que não voltam jamais. Afinal de contas, o carnaval sempre foi sinônimo de celebração e diversão.