sexta-feira, 29 de abril de 2022

Recordar é Viver: "O encontro depois de 50 anos"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Tem coisas que somente o futebol pode proporcionar. O encontro de dois ex-craques do Garça, depois de exatos 50 anos, é um exemplo disso. Estamos falando do José “Abegar” Brassoloto e o José Maria Neiva, o Índio, que jogaram no “Azulão” no ano de 1.972, e se reencontraram no último sábado, na cidade de Rolândia, Estado do Paraná. Claro que para um jogo de bola, na categoria máster. Depois cada um seguiu o seu destino na carreira futebolística. Pouco ou quase nada se falaram. O Abegar ficou aqui por Garça, enquanto o Índio voltou para o Estado do Paraná. Jogou no Nacional de Rolândia, Umuarama, Guarapuava, Pontagrossense e no Pato Branco, onde encerrou a carreira.

Pois bem. No último sábado, o Master do Garça (que está em formação) foi convidado para enfrentar o máster do Nacional de Rolândia. O time garcense, que conta com ex-atletas dos anos 80 e 90, atuou reforçado com jogadores do Pé de Cana e fez bonito. Venceu por 2 a 1,gols de Téia e Cláudio. O Master de Garça foi de Renato “Miojo”; Maurício (Jorge), Xande, Zé Francisco e Thiago Feltri; Cólle (Giba), Gilsinho (Neto), Sérgio Ananias (Pedro Soares) e Elízio; Cláudio (Carlinhos) e Téia (Abegar)

De acordo com o dirigente Pedro Soares o amistoso agradou em cheio “Nosso time, apesar de estar em formação, disputou uma grande partida, diante um adversário forte e bem entrosado. Sem falar que fomos muito bem recebidos. Só temos que agradecer aos jogadores e dirigentes do Nacional de Rolândia”. E prossegue Pedro Soares: “Mais do que tudo isto, foi emocionante acompanhar o reencontro de dois gigantes do futebol profissional de Garça: Abegar e Índio, eles jogavam muito.”




Na resenha após o jogo entre o Índio e o Abegar, muitos papos e causos foram lembrados. Até porque eles tem história para contar. Uma pena que o tempo foi curto, pois a viagem de volta era um tanto quanto longa. Eles lembram de muitos companheiros ainda vivos: Chiquinho, Cláudio Belon, Escurinho, Britão, etc. E da maioria que, infelizmente, não está mais entre nós: Bô, Ari Lima, Pedroso, Plínio Dias, Grilo, Maurilio, Pulga e Rogerinho. Um jogo que ficou marcado para ambos, foi a vitória do Garça sobre a Catanduvense no ano de 1.972, graças a ousadia do técnico Valeriano. E pesquisando nosso arquivos, vamos contar um pouco do memorável jogo, válido pelo Campeonato da então 1ª Divisão.

Acima existia a Divisão Intermediária e depois, a Divisão Especial, que reunia os grandes clubes da capital. Naquele ano, a Federação Paulista de Futebol fez uma manobra e não teve o acesso para as equipes do interior. A entidade máxima do futebol paulista regionalizou as disputas. O Garça integrou um dos grupos, ao lado do Andradina, Corinthians de Presidente Prudente e Linense. Depois de turno e returno, avançaram o Garça e o Corintinha. Da outra região se classificaram o Barretos e Catanduvense, formando então o quadrangular decisivo.                              

O Garça decidiu a sorte diante da Catanduvense no “Silvio Salles” precisando da vitória para ser o campeão do interior. Ao Catanduvense, apontado como o franco favorito, bastava um simples empate. E num jogo pra lá de dramático, o Garça desbancou o adversário e venceu por 3 a 2. Para o Garça marcaram Cláudio Belon (2) e Índio, cobrando falta na gaveta. O “Azulão” vencia até aos 43 minutos do 2º tempo, quando o `juizão´ arranjou um pênalti (falta do Índio num atacante bem fora da área). Entretanto o goleiro Chiquinho defendeu de forma sensacional, espalmando a bola pela linha de fundo.                                              

Recordamos o Garça que empatou com o Catanduvense aqui no “Platzeck”, no primeiro jogo disputado no começo do mês de dezembro de 1972. Em pé, da esquerda para direita: Chiquinho, Índio, João Luiz, Brito, Pedroso e Abegar; agachados: Maurílio, Cláudio Belon, Pulga, Foguinho e Escurinho.

Nos flagrantes, Índio, Pedro Soares e Abegar. No outros dois laterais esquerdo, jaqueta 6, do Garça: Abegar e Thiago Feltri.

A empolgação é tamanha que o Índio já nos contatou, enviando o seguinte recado: “Temos que fazer um encontro daquele timaço do Garça de 72. Seria fantástico !!!"