Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Tem coisas que somente o
futebol pode proporcionar. O encontro de dois ex-craques do Garça, depois de
exatos 50 anos, é um exemplo disso. Estamos falando do José “Abegar” Brassoloto e o José Maria
Neiva, o Índio, que jogaram no “Azulão” no ano de 1.972, e se reencontraram no
último sábado, na cidade de Rolândia, Estado do Paraná. Claro que para um jogo
de bola, na categoria máster. Depois cada um seguiu o seu destino na
carreira futebolística. Pouco ou quase nada se falaram. O Abegar ficou aqui por
Garça, enquanto o Índio voltou para o Estado do Paraná. Jogou no Nacional de
Rolândia, Umuarama, Guarapuava, Pontagrossense e no Pato Branco, onde encerrou
a carreira.
Pois bem. No último sábado, o Master do Garça
(que está em formação) foi convidado para enfrentar o máster do Nacional de
Rolândia. O time garcense, que conta com ex-atletas dos anos 80 e 90, atuou
reforçado com jogadores do Pé de Cana e fez bonito. Venceu por 2 a 1,gols de
Téia e Cláudio. O Master de Garça foi de Renato “Miojo”; Maurício (Jorge),
Xande, Zé Francisco e Thiago Feltri; Cólle (Giba), Gilsinho (Neto), Sérgio
Ananias (Pedro Soares) e Elízio; Cláudio (Carlinhos) e Téia (Abegar)
De acordo com o dirigente Pedro Soares o amistoso agradou em cheio “Nosso time, apesar de estar em formação, disputou uma grande partida, diante um adversário forte e bem entrosado. Sem falar que fomos muito bem recebidos. Só temos que agradecer aos jogadores e dirigentes do Nacional de Rolândia”. E prossegue Pedro Soares: “Mais do que tudo isto, foi emocionante acompanhar o reencontro de dois gigantes do futebol profissional de Garça: Abegar e Índio, eles jogavam muito.”
Na resenha após o jogo entre o Índio e o Abegar, muitos papos e causos foram lembrados. Até porque eles tem história para contar. Uma pena que o tempo foi curto, pois a viagem de volta era um tanto quanto longa. Eles lembram de muitos companheiros ainda vivos: Chiquinho, Cláudio Belon, Escurinho, Britão, etc. E da maioria que, infelizmente, não está mais entre nós: Bô, Ari Lima, Pedroso, Plínio Dias, Grilo, Maurilio, Pulga e Rogerinho. Um jogo que ficou marcado para ambos, foi a vitória do Garça sobre a Catanduvense no ano de 1.972, graças a ousadia do técnico Valeriano. E pesquisando nosso arquivos, vamos contar um pouco do memorável jogo, válido pelo Campeonato da então 1ª Divisão.
Acima existia a Divisão Intermediária e depois, a Divisão Especial, que reunia os grandes clubes da capital. Naquele ano, a Federação Paulista de Futebol fez uma manobra e não teve o acesso para as equipes do interior. A entidade máxima do futebol paulista regionalizou as disputas. O Garça integrou um dos grupos, ao lado do Andradina, Corinthians de Presidente Prudente e Linense. Depois de turno e returno, avançaram o Garça e o Corintinha. Da outra região se classificaram o Barretos e Catanduvense, formando então o quadrangular decisivo.
O Garça decidiu a
sorte diante da Catanduvense no “Silvio Salles” precisando da
vitória para ser o campeão do interior. Ao Catanduvense, apontado como o franco
favorito, bastava um simples empate. E num jogo pra lá de dramático, o Garça
desbancou o adversário e venceu por 3 a 2. Para o Garça marcaram Cláudio Belon
(2) e Índio, cobrando falta na gaveta. O “Azulão” vencia até aos 43 minutos do
2º tempo, quando o `juizão´ arranjou um pênalti (falta do Índio num atacante bem
fora da área). Entretanto o goleiro Chiquinho defendeu de forma sensacional,
espalmando a bola pela linha de fundo.
Recordamos o Garça que empatou com o Catanduvense aqui
no “Platzeck”, no primeiro jogo disputado no começo do mês de dezembro de 1972.
Em pé, da esquerda para direita:
Chiquinho, Índio, João Luiz, Brito, Pedroso e Abegar; agachados: Maurílio,
Cláudio Belon, Pulga, Foguinho e Escurinho.
Nos flagrantes, Índio, Pedro Soares e Abegar. No outros dois
laterais esquerdo, jaqueta 6, do Garça: Abegar e Thiago Feltri.
A empolgação é tamanha que o Índio já nos contatou, enviando o seguinte recado: “Temos que fazer um encontro daquele timaço do Garça de 72. Seria fantástico !!!"