Por Wanderley `Tico´ Cassolla
No último dia 23 (quarta-feira) foi comemorado o “Dia do Goleiro”. Uma das posições mais emblemáticas num time de futebol. E também é o único atleta, dentre os onze, que tem um dia especifico. O jaqueta “1” fica lá atrás sozinho, com sua inglória missão, principalmente para os torcedores, de impedir o gol, o ápice numa partida de futebol. Se joga bem “fecha o gol”, o placar fica em branco. Se vai mal, toma “um peru”, seu time perde, será crucificado. Dificilmente ganha algum prêmio do melhor em campo. Normalmente o troféu vai para o goleador ou alguém da “meiúca”, que jogou bem.
Já dizia Antonio Franco de Oliveira, o folclórico Neném Prancha: “goleiro é uma posição tão amaldiçoada, que onde ele pisa, nem grama nasce”. Hoje nas arenas este conceito até mudou. Mas o goleiro também faz parte do espetáculo.
Você sabia, que a data comemorativa (26 de abril) é em homenagem ao dia do nascimento do notável goleiro Haílton Corrêa de Arruda, o “Manga”, que está completando 86 anos de idade?
A coluna homenageia dois grandes goleiros do futebol amador garcense, um do passado, outro do presente: Francisco Garcia Venuto, o Tico, e Rodrigo Batista, o Guiga. O primeiro um consagrado “goalkeeper” de antigamente, o segundo está fazendo história no futebol suíço.
GOLEIRO ELÁSTICO: Francisco Garcia Venuto, ou Tico Venuto (foto), marcou época nas décadas de 60 à 80. Dono de uma elasticidade impressionante, se destacava com importantes defesas, principalmente nos jogos decisivos. Gostava, ainda, de dar aquelas famosas “voadoras”, para desviar as bolas chutadas no ângulo. Sempre discreto e bem tranquilo, tinha na simplicidade debaixo da traves sua marca registrada.
Jogou nos grandes times da época romântica do varzeano: Real Garcense, Bangu, Serenata, Frigus, Ipiranga, Ramos e Casa Ipiranga, neste, em cinco temporadas. Também se atreveu no suíço, defendendo o Salão Carter, Socafé e Vila Nova. Como curiosidade, quando era goleiro da Casa Ipiranga, defendeu nove pênaltis, num único domingo, por ocasião do “Torneio Pedro Valentim Fernandes”. A competição era no sistema eliminatório. Jogo empatado, decisão na cobrança de penais. Aí o Tico se sobressaiu e garantiu o título para o time comandado pelo Pedro Alves e Gerson Ramos. Jogou até os 45 anos de idade, depois decidiu parar, pois já não tinha a mesma elasticidade de antes.
Perto de completar 80 anos, o Tico Venuto é torcedor do Santos FC, tem como ídolo o incomparável Pelé, e também o goleiro Weverton, do Palmeiras. Foi fiel torcedor do Garça, tanto é verdade que guarda com muito carinho a carteirinha de atleta/sócio nº 16 do Garça FC (foto), devidamente assinada pelo saudoso presidente João Bento.
GOLEIRO CAMPEÃO: Na atualidade ele é um dos melhores goleiros do futebol suíço. Estamos falando do Rodrigo Batista, o “Guiga”, que joga no Flamengo, do técnico Betão Aguiar. Um goleiro versátil, com bastante agilidade e muito reflexo no gol, como exige a modalidade. O Rodrigo nasceu em Marília e está residindo em Alvinlândia. No começo ele nem imaginava que um dia seria goleiro. Dos 15 aos 20 anos, era um esforçado quarto zagueiro em Alvinlândia. Até que, “por obra do acaso”, foi parar no gol e não saiu mais. No ano de 2003, jogou em Lupércio. No ano de 2005 disputou o Campeonato Amador garcense pelo time da Fricarnes. No ano passado passou a defender o Flamengo no futebol suíço. Logo de cara foi campeão e ainda ganhou o troféu de goleiro menos vazado. Na foto recebendo o prêmio do ex-goleiro e atual secretário de esportes Júlio César. Em ótima forma, também disputou o campeonato em Alvinlândia, e novamente repetiu a dose, sendo o goleiro menos vazado.
Se a vida de goleiro não é nada fácil, imagina para o Rodrigo, que tem problemas de visão. Devido a miopia, não enxerga lá muito bem. Mas isto não é nenhum empecilho. Pelo contrário, quando está em ação se transforma, usando óculos especial (foto). Só quer saber de fechar o gol, para desespero dos atacantes. Como bem nos disse o técnico Betão Aguiar: “Já comandei muitos goleiros, mas o Rodrigo é diferenciado, joga muito bem, um jogador de grupo, admirado por todos os colegas. Se o Flamengo, no ano passado foi campeão, foi graças às defesas milagrosas dele”.
No futebol o Rodrigo torce para o Corinthians. Tem dois ídolos, para variar goleiros: Dida, ex-Corinthinas e Marcos, ex-Palmeiras.
Ainda jovem, acaba de completar 38 anos, o Rodrigo ainda tem muito futebol pela frente. Com certeza vai continuar “fechando o gol”, garantindo títulos para sua equipe, e, logicamente, ganhar mais troféus de goleiro menos vazado.
