sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Recordar é Viver: "Bradesco e Comind tiveram grandes times"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Na última quarta-feira, dia 28, foi comemorado o Dia do Bancário. Hoje a coluna homenageia esta importante categoria, recordando os times do Banco Bradesco e Comind, que disputaram os campeonatos entre as agências em Garça. E também recorda de dois bancários-raiz: Regis Lecci e Roberto Antonio Garcia (foto).

Outrora, com a lavoura do café em alta, haviam muitas agências na “Sentinela do Planalto”. A primeira que se estabeleceu em Garça foi a do Banco de São Paulo S/A, inaugurada no dia 18 de agosto de 1928. Depois chegou a Caixa Econômica do Estado de São Paulo, instalada em 19 de dezembro de 1935. Em seguida, o Banco Brasileiro de Descontos/Bradesco, inaugurado em 10 de março de 1943, seguido do Banco do Brasil, em 18 de abril de 1949. E assim foram chegando os demais: Banco Comercial do Estado de São Paulo, Banco Mercantil de São Paulo, Banco Português do Brasil, Banco Noroeste do Estado de São Paulo, Caixa Econômica Federal, Banco do Comércio e Indústria do Estado de São Paulo (Comind), Banco do Estado de São Paulo, Banco Bamerindus, Banco Itaú S/A, Banco Santander. Com certeza devo ter esquecido de alguns. Hoje a cidade conta somente com o Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, Caixa Econômica Federal e as Cooperativas de crédito.

Nesta época os bancos empregavam muitos funcionários, diferentemente dos dias atuais onde a “máquina” faz praticamente tudo. Hoje em casa o cliente resolve praticamente tudo. Sinal da evolução dos tempos, graças à internet e com sua rede de computadores. A categoria era tamanha que chegava a ter campeonatos só entre os bancários. Dava um monte de times, jogavam em campo grande e o “bicho pegava”. Depois tudo terminava em festa, afinal de contas ninguém melhor do que eles pra festejar entre churrasco e cerveja, em especial na data dedicada a eles.


Hoje recordamos o bom time do Banco do Comind, do final dos anos de 1960. Em pé, da esquerda para direita: Alcides Vaz, Alfredinho Ribeiro, Nóla, Philadelfo Foganholo, Paulo Beibe e Portelinha; agachados: Dario Malheiros, Alcides Nicocheli, Mazola, Adecildo Alves e Regis Lecci.


Também recordamos o competitivo time do Bradesco, do início dos anos de 1970. Em pé, da esquerda para direita: Jair Galvão, Adalberto, Sérgio Cabreira, Kleber Fagoti, Osvaldo Herédia, Libá e Rui Pinheiro (organizador); agachados: Madeira, Roberto Garcia, Armando, Laércio, Sasso e Rabudinho.

REGIS LECCI x ROBERTO GARCIA: Além de dedicados e competentes funcionários, foram dois bons jogadores entre os bancários. O Regis trabalhou no Banco Comind entre os anos de 1963 à 1976, jogava como ponta esquerda. Dizem que no melhor estilo Rivelino, driblava fácil e chutava forte pro gol. Sem falar nas cobranças de faltas, onde a maioria estufava a rede. Várias vezes integrou a seleção dos melhores do campeonato. Um grande e entendido de futebol, é um fiel corintiano e tem como ídolos no futebol dois eternos craques alvinegros: Sócrates e Rivelino.

Já o palmeirense Roberto Garcia, que trabalhou no Banco Bradesco entre os anos de 1971 à 1975, se destacava mais como um meia atacante avançado pelo lado direito. Gostava mais de preparar as jogadas para os companheiros. Entretanto, quando a bola sobrava na área, finalizava com precisão. Numa ocasião, durante a semifinal de um torneio, o jogo Bradesco x Comind foi para os pênaltis, em cobrança de três alternadas. O Robertinho cobrou seis, marcou todos, dando a vitória do Bradesco por 6 a 5. Ele tinha um futebol refinado, parecido com o Ademir da Guia (ex-craque do Palmeiras), seu ídolo no futebol.

DIA DOS BANCÁRIOS: Você sabe porque o dia dos bancários é comemorado no dia 28 de agosto? Foi nesta data que no ano de 1951, a categoria se reuniu e fez uma histórica greve, jamais vista até então. A greve foi um marco para a categoria, pois levou a uma mobilização nacional e resultou na conquista de melhores condições de trabalho e aumento salarial. Os bancários cruzaram os braços por 69 dias, numa época em que a lei da greve, apesar do nome, não garantia este direito aos trabalhadores. Pelo contrário, restringia as paralisações e criava mecanismos de controle pelo governo. A luta demonstrou a força da união dos trabalhadores, estabelecendo um precedente importante para futuras negociações coletivas. Ao final da mobilização, conquistaram heroicamente um reajuste de 30% nos salários, quando os bancos queriam dar apenas 20%. A partir daí foram surgindo os sindicatos em todo Brasil.

A escolha do dia 28, portanto, é uma forma de lembrar esta vitória e reforça a importância da solidariedade entre os bancários. Segundo o jornalista André Lucas, o dia do bancário não é comemorado somente no Brasil, mas também em alguns países da América Latina, porém, em datas diferentes. Na Argentina é no dia 6 de novembro, no Uruguai, dia 17 de abril, todos compartilhando o objetivo comum de valorizar e reconhecer a importância dos trabalhadores da categoria.