Por Wanderley `Tico´ Cassolla
No último dia 17 estivemos prestigiando, no Teatro Municipal, a solenidade de diplomação dos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos para os anos de 2025 à 2028. Uma solenidade `show de bola´, comandada pelo dr. Felipe Guinsani, juiz eleitoral responsável pela 47ª zona, que engloba as cidades de Gália, Álvaro de Carvalho, Fernão, Alvinlândia e Garça.
À medida que o candidato era
chamado para receber o seu diploma, eram aplausos e mais aplausos, uma
verdadeira “festa nas arquibancadas”, ou melhor, nas cadeiras da “Sala Miguel
Mônico”, todas tomadas.
De todos eleitos, um nos
chamou a atenção em especial: Tiarin Giovani Nobre Gonçalves, vereador eleito em Álvaro de Carvalho. Um garoto que praticamente vimos nascer, um “verdadeiro”
Tiarin, legítimo até nome. Tudo graças à amizade que tivemos com seu pai, o
Heitor “Tiarin” Gonçalves, onde jogamos bola juntos no Ipiranga e no Garça,
nos anos de 1970 à 1980. O Tiarin Giovani nasceu aqui em Garça e atualmente mora
em Álvaro de Carvalho, trabalhando na Penitenciaria daquela cidade. Ficamos
sabendo que no mês de março de 2000 sofreu um grave acidente automobilístico. Desde
então é portador de necessidades especiais/cadeirante. Também gosta do futebol e é torcedor do São
Paulo FC.
Em se falando de política, o Tiarin foi candidato a vereador em 2004. Conseguiu uma boa votação, foi o quarto mais votado. Entretanto não foi eleito, devido ao coeficiente eleitoral. Não desanimou jamais, seja na vida pessoal ou na solidariedade junto à comunidade carvalhense.
Desde o ano de 2011, faz um belo trabalho, ajudando as
pessoas mais necessitadas daquela cidade, principalmente no Natal. Neste ano de
2024, decorridos vinte anos, resolveu novamente sair candidato a vereador. Não
deu outra, sendo eleito com 153 votos, o quarto mais votado ao Legislativo. Agora
já visualiza um novo desafio pela frente, que com certeza, irá enfrentar sempre
de cabeça erguida, como um verdadeiro guerreiro, e com aquela bravura, tal como
seu pai, o Heitor, demonstrava nos campos de futebol. Como sempre dizia o
saudoso Carlão da Eletrônica, com suas frases enigmáticas: “Que os atuais
políticos eleitos, sejam bem melhores dos que estão saindo. E piores dos que irão
assumir em 2029”. A população agradecerá, com certeza.
DIA 19/08/1979: Neste dia, um domingo, o Ipiranga enfrentou o
Paulista, jogo válido pelo Campeonato Amador, marcado para começar às 8 horas, no “Platzeck”. Estávamos nos
vestiários se trocando, e o técnico Jair Cassola, dando as primeiras
instruções. O massagista Lourenço já distribuindo as camisas. Meio que em cima
da hora, chega o Heitor, chuteiras debaixo dos braços, pronto para jogar. Todo
empolgado, pede o material e fala: “hoje estou contente, nasceu meu filho”, por
isto, peço uma vitória de presente para ele. Estou chegando do hospital, passei
a noite lá. Depois nós vamos na casa dos meus pais, para comemorar. Alegria
geral, e uma salva de palmas. Até que o Sarará, pergunta: “E como o menino vai
chamar?”. O papai mais fresco da época, responde de pronto: “Tiarin”, e
explicou porque. “Não adianta eu pôr o nome de Roberto Carlos (cantor) ou
Wanderley Cardoso (cantor), ou Rivelino (jogador), que todos vão chamar de
Tiarin. Então eu vou registrar como Tiarin e pronto. Mais festa nos vestiários.
Quanto ao jogo, vencemos fácil, 4 a l, 2 gols deste articulista, Chico Ramalho e Toninho Marques. E ainda tivemos um pênalti a favor. Adivinha que foi o escolhido para cobrar? Ele mesmo o Heitor, para fechar com `chave de ouro´. Ajeitou a bola, esperou o apito do `juizão´ Moises Rodrigues Santana, e chutou. A bola caprichosamente bateu no travessão, voltou e o goleiro Zé Reinaldo agarrou. Talvez foi a noite mal dormida, ou a felicidade pelo nascimento do filho. Olha que sempre foi um bom batedor de pênaltis. Após o jogo, o time inteiro foi para a casa da família Gonçalves (ou Tiarin) comemorar, à rua Júlio Prestes, no começo da Vila Salgueiro. Um porco no tacho já estava sendo preparado no fogão a lenha. A festa durou por todo o domingo.
HEITOR “TIARIN”: Foi um jogador polivalente, pois atuava em várias posições. Na defesa era um verdadeiro “carrapato’ na marcação. Na frente marcava gols. Foi o artilheiro do Campeonato Amador de 1975, desbancando grandes atacantes da época. Lembro que o Heitor jogou no Tupi, Ipiranga, Araceli, Vasquinho. No Ipiranga foi campeão amador em 1976. Além, é claro, de defender o Garça FC. Nos anos de 1976, 1977 e 1978. Veja uma das formações do Garça, do ano de 1976. Em pé, da esquerda para direita: João Azevedo, Pedroso, Joãozinho, João Luiz, Abegar e Jair goleiro; agachados: Heitor, Cláudio Belon, Osmar Silvestre, Tico e Tonho Nego.
O Heitor foi casado com a
Isabel (já falecida) e o casal teve três filhos: além do Tiarin, as gêmeas
Sophia e Suelen. O Heitor faleceu no dia 13 de junho de 1995, em Álvaro de
Carvalho, com apenas 41 anos, mais deixou um legado que jamais será esquecido e
ficou eternizado. Quanto ao apelido não descobrimos ao certo a origem. Mas era
assim que era chamado o patriarca da família, o sr. Orlando Gonçalves, por
causa da origem italiana.
O Heitor é um dos poucos esportistas que tem o nome perpetuado em duas cidades: em Garça, num dos campos do futebol suíço no Conjunto Poliesportivo “Manoel Gouveia Chagas”, e em Álvaro de Carvalho, no Ginásio Municipal (fotos). Para você um feliz e próspero ano de 2025 !!!