sexta-feira, 13 de junho de 2025

Recordar é Viver: "Heitor Tiarin, 30 anos de saudades"



Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Há exatos trinta anos falecia o esportista Heitor “Tiarin” Gonçalves. No dia 13 de junho de 1995, com apenas 41 anos, ele deixava os gramados terrestres para ir jogar nos campos celestiais. Deixou um grande vazio nos meios esportivos, não somente em Garça, como também em Álvaro de Carvalho, onde estava residindo.

Pertencente à tradicional família de nossa cidade, é uma das poucas pessoas homenageadas em duas cidades. Em Garça dá nome a um dos campos do futebol suíço no Conjunto Poliesportivo “Manoel Gouveia Chagas”. No flagrante o irmão Luiz Arnaldo com o sobrinho Guilherme, filho do mano Pepê. Na vizinha Álvaro de Carvalho tem o nome eternizado no ginásio de esportes municipal.

O Tiarin foi um jogador polivalente, atuava em várias posições, seja na defesa ou no ataque. Era o tipo de jogador “raçudo”. Com ele não tinha bola perdida. Um jogador tático, fazia o que o treinador mandava, principalmente quando recebia a missão de marcar o adversário. Na frente vestia a jaqueta 9 e sabia marcar gols. Tanto é verdade que foi artilheiro do Campeonato Amador na temporada de 1974, desbancando os atacantes, os centroavantes favoritos da época: Edgar, Viola, Natal, e este articulista.

Também tinha duas particularidades: jogava sempre de meias abaixadas e não usava faixas/ataduras para proteger os tornozelos. Sempre falava “Aqui é pé de ferreiro, aguenta pancada e não quebra”.

A outra era durante o jogo: quando desarmava um contrário, dominava a bola e dava o passe certeiro, comentava: “Aqui é o Roberto Dias”, numa alusão ao grande jogador e ídolo que defendeu o São Paulo FC entre 1960 à 1973.

Atuou em alguns times do amador, Tupi, Araceli e  Vasquinho. Por último defendeu o Ipiranga onde foi bi-campeão em 1976 e 1979.

No flagrante, quatro jogadores de destaque de antigamente, posando no lendário “Platzeck”:  Em pé, da esquerda para direita: Roberto Castanha, Zé Walter e Tiarin. Agachado: Spigolon.

O Tiarin também jogou no Garça em três temporadas, de 1976 à 1978, quando o “Azulão” já não vivia um bom momento. Com dificuldades financeiras em montar um bom elenco, a briga era pro time não cair. Mesmo assim, o Tiarin balançava as redes adversárias. Estreou no dia 11 de junho de 1976 em Araçatuba, na derrota por 3 a 0. Depois marcou o primeiro gol, no dia 4 de julho, na vitória sobre o Barretos, por 2 a 1. De acordo com o livro Trajetória do Futebol Profissional do Garça – 1950 à 2004, do professor e corintiano Luiz Mauricio Teck de Barros, na temporada o Tiarin marcou 5 gols, na Penapolense, Araçatuba (jogo de volta) e Votuporanguense 2.

Era homem de confiança do treinador Walter Zaparoli, principalmente quando o “Azulão” jogava fora de seus domínios e precisava trazer um bom resultado, no mínimo um empate. Um verdadeiro “coringa” onde o treinador o escalava, ele dava conta do recado.


Recordamos uma das formações do Garça FC, posando no “Platzeck”. Em pé, da esquerda para direita: João Azevedo, Pedroso, Joãozinho, João Luiz, Abegar e Jair Proença; agachados: Tiarin, Cláudio Belon, Osmar Silvestre, Tico e Tonho Nego.

O Heitor “Tiarin” fez história e deixou seu nome eternizado no futebol garcense e carvalhense !!!!