quarta-feira, 31 de março de 2021

Começando abril, outrora o `mês das notícias´


Até 2019, o pontapé inicial da Copa de Futsal garcense sempre acontecia em abril

Chegamos ao quarto mês do ano de 2.021, ainda vivendo uma pandemia, situação nunca imaginada por todos nós.

Há mais de um ano enfrentamos um inimigo, por vezes mortal, que é invisível e com poder de devastar as famílias - quantas não estão vivendo este drama?

Porém, voltando ao segmento esportivo, fiz questão de escrever estas mal traçadas linhas, para lembrar uma época muito boa do esporte garcense: o mês de abril.

Para quem não sabe, desde que o blog foi ao ar, em julho/11, abril sempre foi caracterizado como o mês que tivemos o maior número de matérias publicadas. Você sabia disso?

Os campeonatos de futebol oficiais do município em suas rodadas iniciais e começando a `pegar fogo´, a Copa de Futsal iniciando sempre com quase duas dezenas de participantes, as copas organizadas pelas TV´s regionais já com grande movimentação do futsal masculino e feminino, ligas regionais de basquetebol e futsal em andamento com diversas categorias, Jogos Abertos da Juventude em sua fase sub-regional, definições sobre os Jogos Regionais (modalidades e alojamento), futebol de areia da comunidade Araceli/Beira-Rio, futebol rural da Venda Seca, certames regionais de futebol de base, primeiros julgamentos e penas por indisciplina nos certames municipais, além de matérias sobre pedestrianismo, ciclismo, natação e outros esportes ou destaques do segmento que merecem divulgação.

Mas nada disso vai acontecer neste mês de abril. Infelizmente. Tudo o que citei cederá lugar aos cuidados sanitários que nos acostumamos neste período e pela torcida para que a vacina esteja ao alcança da população em número cada vez maior.

Uma triste realidade, que tem que ser enfrentada por todos nós, com muita disciplina e atenção, sem se esquecer de uma dose exagerada de esperança.

Quem sabe, em abril/22 tudo esteja dentro da normalidade. Inclusive o nosso blog!

sexta-feira, 26 de março de 2021

Recordar é Viver: "A Bola no Gol, a Chuteira no Alambrado"

 






Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Nos quase 25 anos correndo atrás da bola, vivenciamos grandes momentos. A maior parte foi no futebol amador e três temporadas no futebol profissional jogando no Garça. Aí sim foi “pauleira”. A diferença entre o futebol amador e profissional é tremenda. Mesmo assim, guardamos boas recordações, que dariam um bom livro.

Como integrante de um grupo de ex-jogadores de Adamantina, dias atrás nas postagens, veio a lembrança do zagueirão Claércio Lodetti, do Clube Atlético Penapolense, quando soube do seu falecimento. Com ele tivemos um lance, ao lado do grande Osmar Silvestre, que jamais vou esquecer: um gol e uma chuteira nos alambrados. Tudo ocorreu em meados de 1.977/78, num jogo entre Garça x Penapolense. Não me recordo se foi amistoso ou válido pelo campeonato.

Naquela época todo time tinha um `zagueirão´, no melhor estilo “xerifão”, um líder com a jaqueta 3, que não só chegava junto, como também jogava com a braçadeira de capitão para impor respeito. 

Se no Garça era o Pedroso, no Marília, o Britão, no C.A. Penapolense, era o Claércio. Eles eram respeitados pelo arbitragem. Por exemplo, o Pedroso, era conhecido e famoso no interior, a ponto dos juízes o chamarem pelo nome completo, José Pedroso. Por mais que chegava junto, era difícil ser penalizado com um cartão. No “Platzeck”, expulsão, nem pensar.

Quando joguei contra a Penapolense, o Claércio, já era meio “veterano”, porte físico avantajado,  comandava tudo na zaga. Praticamente gritava o jogo inteiro.

No jogo em Garça, o “Azulão” ganhou de 1 a 0, na pressão. No final, escanteio, chuveirinho na área, o Pedroso veio, subiu de cabeça, indo goleiro e bola para rede. O `juizão´ validou o gol sem pestanejar, correndo para o meio de campo.

No jogo de volta em Penápolis, o Garça vinha segurando o empate. Eu estava no banco de reservas, ao lado do Osmar Silvestre (foto), que gripado não aguentaria os 90 minutos. O Osmar passando Vick Vaporub  no nariz, e um lenço de pano,  para descongestionar. Até que ele comentou: “o lateral direito da Penapolense, só da carrinho estabanado. Se entrar no jogo, deixo ele no chão e cruzo para você marcar”. 

Por volta dos  30 minutos da etapa final, o técnico Juvenal Barbeiro, fez duas substituições, colocando eu e o Osmar. No primeiro lance, o Osmar pegou a bola próximo da linha de fundo. O lateral veio e carrinhou. Osmar tocou a bola por cima e pulou. O lateral foi parar na  pista de atletismo. Até que o Cláercio veio pronto para matar a jogada. O Osmar deu um toque no meio das pernas dele, que ficou estático, a bola sobrou para mim na marca do pênalti, toquei fácil no canto. O Cláercio gritou “Tá impedido”. O juizão falou: "`Seo´ Claércio, negativo, é gol, bola veio da linha de fundo e validou. Aproveita e vai buscar o seu lateral que tá caído na pista, fingindo de machucado”.

Pois bem, jogo correndo, o Penapolense na pressão buscando o empate. O Garça vai para o ataque, e fui lançado em profundidade, peguei a bola quase em cima da risca lateral. Adivinha quem vem no meu encalço? O Claércio veio e “deu o bote”, toquei a bola na frente e pulei. Só ouvi o barulho, a “pancada” acertou meu pé, e a chuteira voou e enroscou no alambrado no “Tenente Carriço”.

Acho que no futebol de hoje, seria lance para cartão vermelho, ao menos o amarelo. Rapidamente o Claércio levanta e, antes do `juizão´ chegar, correu, pegou a chuteira no alambrado, puxou o cadarço e o arrebentou. O `juizão´ chegou perto do lance, eu caído com o tornozelo doendo, o Claércio falou: “O garoto aí não sabe nem amarrar a chuteira direito, por isto ela saiu do pé dele”. O `juizão´ pegou a chuteira e o cadarço  das mãos do Cláercio e deu uma dura, para eu fazer a amarração direito. Fiquei estarrecido. Pra variar não demorou muito o `juizão´ marcou dois pênaltis, a Penapolense virou o placar 2 a 1. Eu terminei o jogo com a chuteira num pé desamarrada. O Garça não vivia um bom momento financeiro, e não tinha outra chuteira, ou ao menos um cadarço para trocar. 

Após o apito final, o Claércio, educadamente, cumprimentava todos os jogadores. Ao me abraçar disse: “Preciso garantir o bicho da rapaziada e o leite das crianças, por isto dou umas chegadinhas de vez em quando. Uma boa viagem de retorno para Garça, a terra do café `bão´”.

Veja uma das formações do Clube Atlético Penapolense, da temporada de 1.973. em pé da esquerda para direita: Baiano, Marcos Moreira, Selmi, Marcão, Cláercio e Macarrão; agachados: Zezo, Pingo, Jesus, Nei e Eliseu.

O Claércio começou jogando na várzea em São Paulo. No profissional defendeu o União Bandeirantes do Paraná, a Esportiva de Araçatuba, e o seu querido C.A.  Penapolense, time onde fez história e virou ídolo. Tinha um nome respeitado no futebol do interior paulista. 

Claércio faleceu no dia 27 de janeiro de 1.991, com apenas  45 anos de idade. De outro lado, o Osmar Silvestre, se estivesse vivo, estaria com 73 anos, completados na ultima quinta feira. Entretanto, faleceu muito jovem, no dia 30/10/2.001, aos 52 anos de idade.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Estado divulga calendário oficial de competições de 2.021, mas...


Crédito: tjce.jus.br

Mesmo em plena pandemia, a Coordenadoria de Esportes e Lazer do Estado de São Paulo divulgou o calendário de competições para 2.021. A publicação consta do Diário Oficial do último dia oito de fevereiro, Poder Executivo - Seção I (131 (26) – 39).

Foi uma mera publicação protocolar, pois todos sabemos que, devido às restrições impostas pelas autoridades governamentais, nada poderá se tornar realidade e o que é pior: sem qualquer previsão.

No D.O.E. constam todas as competições que o esporte garcense normalmente marca presença, porém, um fato chamou a atenção: na maioria deles, não está definida a cidade-sede, o que é um fato absolutamente normal pela atual conjuntura e que confirma o que dissemos, sendo meramente uma divulgação sem nenhuma condição de cumprimento.

Mantendo contato com a Delegacia Regional em Marília, recebemos a notícia quer sabíamos com antecedência: tudo parado. Sem previsão. Infelizmente. 

SEJEL apresenta novidade aos garcenses



Vivendo um período de pandemia e sem qualquer previsão para o retorno das atividades no município, o segmento esportivo enfrenta um período de dificuldades e pralisação. 

Porém, usando da criatividade, a Secretaria da Juventude, Esportes e Lazer confirma o início de um novo projeto: Família Saudável. A novidade  foi apresentada pelo secretário Júlio César Martins. Segundo ele, "O projeto consiste na oferta de exercícios às pessoas que estão impossibilitadas de praticar esportes no momento. Em reunião com os professores, chegamos à conclusão que poderíamos levar um pouco de atividade às famílias dentro de seus lares. Serão aulas funcionais, sempre às segundas, quartas e sextas, com transmissão pela página oficial da SEJEL no Facebook, sempre a partir das nove horas".

Martins acrescentou que "Quem não puder acompanhar ao vivo, essas aulas ficarão disponíveis para poderem ser feitas a qualquer dia e horário. É uma forma que a gente tem de levar um pouco de atividade física para toda a população da cidade".

O `Família Saudável´ já começará nesta segunda-feira (22), começando às nove horas. De acordo com a demanda, poderão ser criadas novas sessões, em diferentes horários.

Para maiores informações acesse: 

https://www.facebook.com/watch/?v=343677440373846

Recordar é Viver: "O jogo da Seleção de Craques em Garça"

 




Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Do palmeirense Gilmar Francisco Mantovanelli, lá da cidade de Americana, recebemos uma bonita foto de uma seleção de férias, que jogou no Estádio Municipal “Frederico Platzeck”. Até ficamos na dúvida se já tínhamos publicado a foto ou não. Pesquisamos em nosso arquivo em não encontramos nada. Então achamos por bem  utilizá-la na coluna de hoje, até porque nela está o Paulo Roberto Gonçalves, o nosso “Pelezinho”, ou Paulo Garça, como ficou conhecido no cenário esportivo brasileiro, e que faleceu no último sábado.

Antigamente era comum a reunião da boleirada em jogos festivos de fim de ano. Nos anos 70/80 muitos jogos aconteceram no “Platzeck”, para a alegria dos torcedores. Um dos grandes incentivadores foi o ex-técnico, Juvenal Hilario do Nascimento, o conhecido “Juvenal Barbeiro”, que tinha um carisma fora de série para trazer os jogadores.

Diferente da comunicação dos dias atuais através da net, na época, a propaganda era via rádio ou cartazes (foto) espalhados pela cidade chamando os torcedores. “Uma sensacional tarde esportiva entre duas seleções de renomados craques profissionais: Seleção de Garça x Seleção de Lins. O jogo aconteceu num domingo, dia 30, às 15h30. Na preliminar: Ipiranga x Rodoviário. Pelos jogadores que estiveram em ação, o ano deve ser o de 1.971, talvez 1.972.

Dos considerados “times grandes da capital” vieram: Valdir Peres, Paulo Garça e Piau, do São Paulo, Leivinha e Mário, do Palmeiras, Nelson Lopes, do Corinthians. Além dos craques do Garça, da várzea foram convocados alguns dos melhores jogadores, dentre os quais, o Robson “Pezao”, goleiro Roberto, os irmãos Edson e Helinho Tercioti. Um dos destaques foi o garcense e eficiente zagueiro Cidão, na época, atleta do Sport Recife.

Veja a formação da seleção garcense. Em pé da esquerda para direita: Índio, Cidão, Bô, Manduca, Abegar, Pedroso, Robson “Pezão”, Valdir Peres e Roberto; agachados: Helinho Tercioti, Varlei, Paulo Garça, Gilmar Mantovanelli e Edson Tercioti. O último não conseguimos identificar. Veja ao fundo a arquibancada coberta do “Platzeck” completamente lotada de torcedores, que assistiu um grande espetáculo. Quanto ao placar final não conseguimos descobrir (empate?), o resultado mais comum nestes jogos. Mas com certeza muitos e belos gols aconteceram, além de jogadas de efeitos. 


PALMEIRENSE FANÁTICO:
Apesar de ter nascido em Vera Cruz, o Gilmar Francisco Mantovanelli, veio morar em Garça com apenas um ano, cidade onde fez um grande círculo de amizade, principalmente nos meios esportivos. Era um atacante de bons predicados técnicos, com um excelente preparo físico. Gostava de jogar na meia ou ponta direita, e também de centroavante jaqueta 9, onde marcou muitos gols.  

A paixão pelo futebol vem desde a infância, quando o seu pai, Angelim Mantovanelli, montou o Garcinha, time que representava o Bairro Labienópolis/Cavalcante. O “seo” Angelim era o técnico e reuniu uma boa garotada da vila, onde estavam o goleiro Titão Manflin, João Azevedo, Tonho Nego, Róbson “Pezão”, Tiguinha, Gininho, Nivaldo, Valdir da Volks, Carlinhos Tocilo e vários outros. 

Depois o Gilmar jogou no Frigus, Gartec, Bezerra de Menezes, Casa Ipiranga e Guanabara. Neste foi campeão amador em 1.983. No âmbito regional jogou no Santa Cruz, de Vera Cruz, no Bradesco de Marília e ainda no Ocauçu, onde se sagrou campeão regional no difícil campeonato promovido pela Liga de Futebol de Marilia.  

Também chegou a disputar alguns jogos pelo Garça, atuando na ponta direita. O professor Gilmar saiu de Garça nos idos de 1.996, em busca de novos horizontes. Atualmente está residindo em Americana. A sua grande paixão no futebol continua sendo o glorioso Palmeiras. Ainda recentemente, visitou a Arena Allianz Parque (foto) e teve a oportunidade de ver as glórias e troféus palmeirenses.  

Assim como “matou” a saudade de rever os lances de jogos, gols, e pôsteres dos imortais jogadores: Dudu, Ademir da Guia, Leão, Leivinha, Cesar, Luiz Pereira, Rivaldo, o garcense Roberto Carlos, Edmundo, Rinaldo, Zinho, Alex, Djalma Santos, Evair, goleiro Marcos e tantos outros.

quarta-feira, 17 de março de 2021

Categorias de base: jóia do futebol garcense é aprovado no Novorizontino

 

Orgulhosos, os pais tem dado grande apoio ao talentoso jovem


Phelipe, quando foi conhecer o estádio do Novorizontino


Garcense já participou dos treinos em Novo Horizonte e aguarda a liberação das autoridades sanitárias para o retorno


Com gigantesco futuro pela frente, Phelipe defendeu o CHG até 2020

Muito talentoso e com um futuro enorme pela frente, Phelipe Del Rio da Costa, já faz parte da categoria sub/11 do Grêmio Novorizontino, atualmente, um dos clubes com melhor infraestrutura no estado e no país.

O jovem garcense, de apenas 10 anos, iniciou sua trajetória na modalidade defendendo as cores do CHG, escolinha de futebol acostumada a revelar grandes valores.

Phelipe foi descoberto por um observador gremista durante um treinamento do CHG. Na ocasião, ele chamou muito a atenção ao atuar como lateral-esquerdo.

“O interessante é que ele foi chamado para a lateral, mas se destacou tanto na zaga como no meio-campo nos treinamentos em Novo Horizonte, onde ficou três dias, antes de ser aprovado”, relatou ao blog o orgulhoso pai, Tucura, bastante conhecido no suíço garcense, tendo defendido Juventude e Art Elétrica.

Devido à pandemia, os trabalhos estão parados na base novorizontina, aguardando a liberação por parte das autoridades sanitárias para o retorno.

Enquanto isso, o habilidoso Phelipe Del Rio vai aguardando em casa e tentando segurar a sua expectativa e ansiedade para as disputas do Campeonato Paulista sub/11, competição que também está na dependência de liberação por parte dos governantes.

Imagino o quanto está sendo difícil para essa verdadeira jóia esporte, esperar a liberação dos treinos e jogos!

sexta-feira, 12 de março de 2021

Recordar é Viver: "Neca Marangão e o orgulho de ter sido motorista de um presidente do Brasil"

 








Por Wanderley `Tico´ Cassolla

No final do ano passado, recebo a ligação do garcense Renaldo Marangão, o fanático palmeirense Neca, que estava de passagem por Garça: “O Tico preciso te entregar uma foto, quem passou o seu fone foi a minha sobrinha Patrícia”, e já me perguntou: “Você sabe se algum garcense já carregou de “pé-de-bode” um presidente de Brasil? Respondi: "Não". Ao que o Neca, emendou: "Você está falando com ele. Como faço pra entregar a foto?" 

Combinamos o encontro no centro da cidade. Orgulhosamente, mostrou a foto. Foi por ocasião de uma das duas visitas que Jânio Quadros fez em Garça. Batemos um longo papo, sob os olhares da esposa Vanda Marangão. Apesar de residir em Bauru, notei quanto o Neca Marangão, gostava de Garça, onde viveu grande parte da vida, em especial a juventude. 

Disse que era fã da nossa coluna, e de recordar os grandes times do Garça que viu jogar. Lembrando dos tempos de Altamiro Gomes, Carlito, Agamenon, Ceci, Haroldo, e mais recentemente quando viu o Waldir Peres “nascer no gol do Garça”, do Bô, Cláudio Belon, Itamar, Rogerinho, Osmar Silvestre e tantos outros. Bom, peguei a foto, que estava prejudicada, e falei “vamos tentar restaurar” e fazer uma matéria em cima. Nos despedimos, ele partiu e viu a cidade pela última vez. 

Passado um tempo, levei no Foto Reportagem Líder, do  palmeirense Júlio Gonçalves,  e o trabalho de restauração ficou perfeito. Pois bem, em janeiro comecei a enviar uns "zaps" para o Neca Marangão para pegar alguns dados com ele, e nada de responder. Até que encontrei o Ângelo Marangão, ele me falou que o Neca estava internado no hospital com o Covid/19. Pouco tempo depois, a triste noticia do seu falecimento. Nos últimos dias, a outra triste notícia: a sua querida e adorada esposa Vanda, falecia pelo mesmo motivo. 

Foi um golpe duplo, duro de aceitar. É meu amigo Neca Marangão, conversamos por tão pouco tempo, e parecia que nos conhecíamos bem mais. Infelizmente não foi possível fazer a matéria pra você ler aqui. Peço-lhe minhas desculpas e também aos seus familiares, aos filhos Ricardo, Renaldo e Ronnie.

Mas Neca, pode crer, virei seu fã, por suas palavras elogiosas a nós, e principalmente, pelo amor e carinho demonstrando pela nossa querida Garça. Hoje, finalmente, a coluna saiu. Espero que goste, onde estiver.

J.Q. NO PÉ DE BODE:  Mostrando a foto, o Neca Marangão contou como tudo aconteceu. Eu estava na cidade, quando me avisaram para pegar o “pé de bode” e ir ao aeroporto buscar uma pessoa. Imediatamente dirigi até a casa do meu tio, que não se encontrava, peguei o “pé de bode” e parti pro Aeroporto. Assim que chegou o avião, dei conta que era o governador Jânio Quadros. 

Extremamente educado e solícito, ele entrou no carro e o conduzi até a prefeitura. Veja na foto: Neca Marangão (óculos escuros), a seu lado deve ser Luis Carlos N. Armando. No banco de atrás: Pedro Valentim Fernandes, Jânio Quadros, um integrante da comitiva. Ao fundo está o Toninho Mônico. Em seguida foi levar o “pé de bode” na casa do tio, e quase apanhei dele, por ter pego o carro sem sua autorização.  

Naquela ocasião, Jânio Quadros foi assistir um jogo do Garça, e deu o pontapé inicial (foto), num belo chute de esquerda. O flagrante foi no antigo campo de Vila Williams, onde se vê ao fundo o Hospital São Lucas em construção.

J.Q. EM GARÇA: Jânio da Silva Quadros, nasceu em Campo Grande/MS. no dia 25 de janeiro de 1.917 e faleceu no dia 16 de fevereiro de 1.992. Foi o 22º presidente do Brasil, eleito com 5,6 milhões de votos (recorde), comandando o País no período de 31 de janeiro de 1961 até 25 de agosto de 1961, quando renunciou à presidência. 

Ocupou importantes cargos políticos, de vereador, prefeito e governador de São Paulo, deputado estadual por SP e federal pelo Paraná. Sua meta principal era o combate a corrupção e tinha com símbolo a vassoura “para varrer tudo”. Na infância Jânio Quadros viveu em Garça. Quem nos revelou foi o corintiano Antônio Augusto “Tonhô” A. Castro. O fundador de Garça, Labieno da Costa Machado, tinha amizade com o pai dele, o Sr. Gabriel Quadros, que era médico, e foi convidado para trabalhar aqui. A família morou numa casa no Bairro Labienópolis, localizada atrás da Escola Maria do Carmo, o “Grupinho”, onde depois funcionou o Corpo de Bombeiros. 

Nos idos de 1.955, Jânio Quadros, como governador de SP, visitou Garça, e recebeu a casa em doação, onde morou. Segundo o são-paulino Dr. Caio de Almeida, que com sua memória invejável, ainda lembra parte do brilhante discurso de improviso do J.Q. em agradecimento, ao receber as chaves do então prefeito Pedrinho: “Morava eu nesta bela cidade de ruas poeirentas, sem guias e nem sarjetas. A cidade era menina e eu menino então. Aqui ao meu lado está o Pedrinho, prefeito desta cidade e que está me dando o terreno da casa onde morei, mas ao mesmo tempo já me comunicou sobre os impostos que vou ter que pagar. Agradeço o presente e já estou comunicando meu secretário para providência um projeto de um posto de saúde que mandarei edificar”. 

Segundo o Dr. Caio, Jânio Quadros tinha ótimas relações com a cidade, especialmente com o Dr. Jathyr Mafud, Victor Neubern e João Miguel Chaves, dentre vários outros.  

segunda-feira, 8 de março de 2021

Um ano sem futebol por causa de um inimigo invisível, perigoso e, por vezes, mortal


Há um ano, Levi´s e Art Elétrica faziam o último jogo oficial até o momento no futebol garcense

Exatamente neste oito de março, quando comemoramos o `Dia Internacional da Mulher´, também chegamos a triste marca de 365 dias sem nenhuma competição esportiva oficial em Garça. 

Em 2020, que tinha tudo para ser um ano marcante no segmento esportivo planaltino, foi justamente num domingo de muito sol e calor, que aconteceu a última partida oficial, quando o Levi´s derrotou o Art Elétrica, 5 x 1 (3 x 0, no 1º tempo), para conquistar o Troféu Antonio G. R. Filho, o `Cobra´. 

Naquela festiva manhã, onde também tivemos Flamengo e Juventude vencendo os outros troféus em disputa nos Torneios Preparatórios para o suíço, ninguém, mas absolutamente ninguém ali presente nestes confrontos, imaginava o que estaríamos prestes a enfrentar. 

Não demorou muito e foi decretada a pandemia, ainda naquele fatídico mês de março. No início, achávamos que tudo passaria rapidamente. Porém, estávamos errados. E como!

Na época ainda estava eu prestando serviços na SEJEL e me recordo bem, como começaram a indagações sobre o retorno. Talvez de forma inconsciente, a certeza que tudo voltaria à normalidade num curto espaço de tempo, era uma só voz no esporte.

Mas o tempo passou, os problemas aumentaram, o desespero tocou alguns e o que vimos foi um período negro de nossa história ganhando forma e prolongando por um ano. E vai mais tempo, tenho certeza disso. Estou apenas sendo realista, apesar do meu otimismo.

Não adiantam as reclamações, os desabafos em redes sociais: o que importa mesmo são as nossas vidas. Por isso, não penso, no momento, no retorno esportivo, mas sim, na vacinação em massa e nos protocolos sanitários que devem ser seguidos à risca.

Enquanto isso, o esporte garcense em geral pode esperar!

sexta-feira, 5 de março de 2021

Recordar é Viver: "O bom time do Tiro de Guerra de 1967"







Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Hoje voltamos no tempo 54 anos, para mostrar o bom time do Tiro de Guerra, formado pelos atiradores no ano de 1.967. Assim como homenageamos o sargento Adib Mures Saker, que faleceu no mês de dezembro do ano passado. A belíssima foto nos foi enviada pelo amigo e são-paulino Ari Marino, também atirador da turma, mas que não era jogador: “Eu era o motorista da perua Kombi, que levava o time para jogar nas cidades da região. Era difícil o nosso TG perder. Na maioria das vezes era só espetáculo e sonoras goleadas”.

Veja os craques/atiradores, que orgulhosamente serviram a Pátria no ano de 1.967, posando para a posteridade: Em pé, da esquerda para direita: Sargento Adib, Osni Rodela, Carlos Bonfim, Maganha, Ramires, Mário Massuda, Chiquinho Voss e Alberto; agachados: Herédia, Mussi, Paulo de Toledo, Rôla Cassola e Niltinho. Esta equipe está entre as melhores que o TG já montou na cidade.

Entretanto, a melhor de todas, sem sombras de dúvidas, foi a dos atiradores do ano de 1.955. Composta por  uma verdadeira seleção dos melhores  jogadores da cidade, sob o comando do sargento Olivério Passos Del Rio. Sem falar que participou do campeonato varzeano daquele ano, conquistando o título de campeão. Entre os destaques estavam o  Silvio "Goiano" Peres, Eloy, Antonio Maceloni, Quito, Dinho Serafim, Malange, Hélio Correa, Aníbal Bonfim, João Trinca e Armando Leal.

Veja como estão os ex-atiradores de 1.967, que conseguimos encontrar na net. Mussi, o quarto zagueiro, que parava tudo lá atrás e o lateral Carlos Bonfim, já um grande apoiador, ia na linha de fundo e só “cruzava de rosca, sempre de três dedos, no melhor estilo Marcelinho Carioca”. Só que num mesmo jogo, o Bonfim conseguiu a proeza de marcar dois gols contras, no guapo Osni. Como “castigo”, o Sargento Adib o brindou com duas guardas no domingo. O Mussi está morando em São Paulo, enquanto o Bonfim está em Garça, virou um bom pescador, churrasqueiro/cozinheiro de mão cheia e ferrenho torcedor do Dinos no futebol suíço.

Na outra foto: o lateral Chiquinho Voss, que arquitetava a maioria das  jogadas do time. Continua residindo em Garça, exercendo a função de engenheiro arquiteto. Já o Paulo Toledo, está morando em Cuiabá, a grande capital do Estado do Mato Grosso. Era atacante e o goleador do time, com ele não tinha bola perdida. Como bem lembrou o Ari Marino: “Com o Paulo em campo, não tinha placar em branco”.

TIRO DE GUERRA EM GARÇA: O Tiro de Guerra nº 19 de Garça, foi criado pela portaria nº 8.747, de 31/10/1945, do Exmo. Sr. Ministro de Estado e Negócios de Guerra. Nesta mesma data foi extinto o TG. nº 446, através do Decreto-Lei nº 7.343, de 06 de fevereiro e com o art. 2º do regulamento, aprovado pelo Decreto nº 19.694, de 01 de outubro, ambos de 1.945. 

A carga desse TG, extinto, passou para o TG. nº 19, ora criado. As atividades do TG-019 tiveram início em 14/02/1.946, com a matrícula de 50 convocados de classe de 1.925. Em 1.979, através da portaria Ministerial nº 878, de 27/03/1.979, o Exmo. Sr. Ministro de Estado do Exército, de acordo com o Art. 82, do Regulamento para os Tiros de Guerra e Escolas de Instrução Militar (R-138) e parecer do Estado Maior do Exército, deu nova numeração a este TG, que passou assim de TG 02-019 para a atual numeração TG 02-014. O primeiro instrutor foi o 1º Sargento Osvaldo Ramos do Rêgo. A atual sede é localizada à rua Professor Edson José Puga nº 260, na Vila José Ribeiro. Anteriormente a sede ficava à Rua Júlio Prestes, nº 322, Vila Williams, onde hoje está o Museu Municipal. O aniversário do TG é sempre comemorado no dia 31 de outubro, data de sua criação.