Por Wanderley `Tico´ CassollaNas edições passadas a
coluna mergulhava no carnaval, a maior festa popular do Brasil. Tudo era só alegria
e muita folia. O futebol tupiniquim parava e recordávamos um pouco dos grandes
e inesquecíveis carnavais garcenses. Hoje nem o futebol tupiniquim para mais,
por conta do calendário maluco de jogos
E sobrou até para o
carnaval, que já não andava bem das pernas, e sofreu o duro golpe da pandemia
do Coronavírusus. Em nossa programação das
colunas para este ano, uma já estava reservada para falar do carnaval. Mas
infelizmente ainda não vai dar. No ano que vem, talvez. Em que pese o brasileiro estar mais
consciente e precavido, aliado ao avanço da vacinação, ainda não foi possível
derrotar o terrível adversário, matreiro e letal. Estamos passando uma fase
difícil, perdendo familiares e muitos amigos. Agora é hora da cautela, temos
que ter muita calma e paciência. É a vez de jogar na retranca, e numa tacada de
mestre liquidar definitivamente o vírus. Logo a vitória chegará, a vida voltará
ao normal. Em 2.023, o folião vai “soltar a franga e cair na folia do rei momo”.
Afinal de contas, sempre é carnaval.
Para ir matando um pouco da
saudade dos grandes carnavais da cidade, recordamos os foliões que sambaram a
noite inteira nos dois principais clubes da cidade, o Grêmio Teatral Leopoldo
Froes e o Garça Tênis Clube (fotos do Memória Garcense). O carnaval começava na
sexta feira e só terminava ao raiar do sol da quarta feira de cinzas. Haja
pernas e fôlego.
No primeiro flagrante, de
meados da década de 70, os jovens foliões posaram para a posteridade no Grêmio.
Alguns foram identificados: Binho, Celsão Travençolo, Sarará, Zé Luiz
Português, Wilson, Rosana Certo, Italino Sitta, Lilian Sganzella, Ana Basílio,
Rosinha Piola, Gilmar, Ana Acre, Marinho e Benê.
Na outra foto um grupo
fantasiado no carnaval infantil do Tênis, na década de 50, bem mais difícil de
identificar a garotada.
Tal como no futebol o
carnaval vem sofrendo o impacto do mundo globalizado, que gera um certo
distanciamento entre as pessoas. A cada ano que passa a tradição vai perdendo
seu encanto e charme de antigamente.
Basta lembrar que Garça já
teve até desfiles de ruas, na passarela da Carlos Ferrari. O carnaval dos
clubes, principalmente do Tênis e do Grêmio era um dos melhores de toda a
região. Saudades também do Clube José do Patrocínio, do `Forróval´ da Terceira
Idade, do Garcinha e do Kai-Kan, da colônia japonesa. Bons tempos que não
voltarão jamais. Sem falar do famoso “Panelão”, que fervia pra tudo quanto é
lado de tanta animação.
Uma alegria sem fim, com as
marchinhas que jamais serão esquecidas pelos foliões de antigamente: Jardineira, Mamãe eu Quero,
Cabeleira do Zezé, Saca-Rolha, Cachaça não é água, Turma do Funil, Transplante
de Corintiano, Caiu na Rede, Índio quer Apito, Marcha da Cueca, Me dá um
dinheiro aí, Allah-la-o, Teu Cabelo não nega, Maria Sapatão, Máscara Negra,
Cidade Maravilhosa, Tristeza, Sassaricando, Quem sabe, sabe, Teu Cabelo não
nega, Recordar é Viver, Tá Chegando a hora e tantas outras. Dos bons tempos que
não voltam jamais. Afinal de contas, o carnaval sempre foi sinônimo de
celebração e diversão.