Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Na última terça feira (14) nossa
cidade sofreu mais um duro golpe: a notícia do falecimento do Celso Travençolo,
esportista que marcou época na década de 70. Celsão, como era mais conhecido, não jogou
bola por muito tempo, mas o pouco que “correu atrás da bola” sempre esteve em
evidência. Depois que encerrou a prematura carreira, se tornou um próspero
comerciante, comandando o Bar e Restaurante Odeon e o Hotel Plaza Odeon,
juntamente com o irmão Omar, herdando o dom do pai, o “seo” Geraldo Travençolo.
Nas horas de folgas era um grande apaixonado
por pescarias.
Mas voltando ao futebol,
ainda garoto o Celsão jogava no Clube Atlético Ipiranga. Não demorou muito e
foi treinar no Garça. Acabou sendo contratado. Um zagueiro forte e vigoroso, e
um porte físico avantajado. Canhoto, era firme no desarme e tinha o ponto forte
o passe da bola. Constantemente fazia lançamentos da intermediária e colocava
os atacantes na cara do gol. Além do que batia faltas, com potentes chutes, não
dando chances ao goleiro de defesa. Uma das formações do Garça, temporada
1972/73. Em
pé, da esquerda para direita: Paraná, Chiquinho, Pedroso, João Luiz, Abegar e
Celsão; Agachados: Índio, Grillo, Pulga, Foguinho e Escurinho. O Celsão também
jogou no time do Tiro de Guerra, comandado pelo Sargento Adib Mures Saker e
ainda nos Veteranos do Garça, do técnico João Folguieri.
Lembro que numa ocasião,
quando defendia o Ipiranga, eu estava no banco de reservas. Era o jogo semi-final da Copa Lions ano de
1972. 0 jogo estava 0 a 0. Eis que surgiu uma falta nas proximidades da grande
lua, no campo de defesa do Ipiranga. O Celsão chegou e arrumou a bola. O
goleiro adversário (não botando fé) nem barreira pediu.
O Celsão se aproximou e desferiu um portentoso chute. A bola foi praticamente
em linha reta e entrou no ângulo (quase furando as redes), no gol do fundo do
“Platzeck”. Foi o gol de falta mais longe que tive a felicidade de ver "ao
vivo".
Recordamos o Ipiranga, no jogo
inaugural do Campo da Escola Agrícola, quando venceu o Barol, pelo placar de 1 a 0,
gol do ponta-esquerda Claudião. Em pé da esquerda para direita: João Truzzi (técnico), Mamede (diretor),
Bertinho, Cripa, Ademir, Béia, Buzega, Celsão Travençolo, Jaime Nogueira
Miranda (Interventor federal em Garça) e Nelsinho Carvalho (diretor);
Agachados: Ali Darhouge, Zé Santana, Tofóli, Siri
Santana, Cláudião e Davi.