Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Hoje
a coluna recorda um atleta que marcou época no futebol profissional do interior,
e que inclusive envergou a jaqueta do tradicional “Garça Esporte Clube”, que
antecedeu o Garça Futebol Clube, no início dos anos 50.
Trata-se
de Paschoal Martucci, que nos meios futebolísticos ficou consagrado como
“Pavão”, justamente por sua forma inteligente e garbosa de atuar, que,
infelizmente, está cada vez mais escasso de se ver nos dias atuais.
Pavão
nasceu na cidade de São Manuel aos 26 de outubro de 1927, onde em 1948, com 21
anos, já se despontava na famosa e forte “Sãomanuelense”. Depois fez sucesso em
várias equipes, principalmente no Rio
Claro e no Cornélio Procópio, no norte do Paraná, além do Garça Esporte Clube.
Em
Garça, “Pavão” atuou em 1950, considerado
o “Ano Santo”, em virtude da expectativa da vitória da Seleção Brasileira, na Copa
do Mundo realizado no Brasil, o que também infelizmente não ocorreu diante do
revés para o Uruguai por 2x1, no Maracanã.
Atuando
como “ponta de lança”, Pavão jogou ao
lado de várias outras “feras” que também marcaram de maneira inesquecível suas
passagens por nossa cidade, como os estrangeiros Villalba e Martin Carvalho. Veja
o Garça da época. Em pé da esquerda para direita: O
dirigente Augusto “Alemão” Andreta, Fordinho, Máximo, Ferreira, Martin
Carvalho, Dias e Moura; agachados: Ferrari, Carlito, Paschoal, Ceci e Villalba.
O treinador era o Bilé.
Além
de funcionar como um verdadeiro “garçom”, servindo seus companheiros de ataque
após desconcertantes dribles e jogadas de classe, “Pavão” entrou
definitivamente para a galeria dos grandes goleadores ao assinalar, entre seus
tentos com a camisa do GEC, o primeiro gol de bicicleta. Um lance raro, imortalizado
por Leônidas da Silva, o
“Diamante Negro”, artilheiro do São Paulo Futebol Clube nas décadas de
1930/40.
O golaço
de bicicleta de Pavão foi marcado no antigo Estádio de Vila Williams, que
ficava defronte a atual Santa Casa de Misericórdia de Garça, e justamente
diante do maior rival do Garça: o São Bento de Marília, para delírio do grande
número de torcedores que acompanhavam aquele autêntico clássico do interior
paulista na época.
No
mês de dezembro de 2011, numa iniciativa
da Prefeitura Municipal de Garça, através da Secretaria de Esportes, “Pavão”
foi o convidado de honra nas festividades de encerramento daquele ano esportivo
em nossa cidade, sendo recepcionado pelas autoridades locais que lhe conferiram
um belíssimo troféu, entregue no palco do Teatro Municipal, onde o mesmo foi
ovacionado por todos os esportistas que participaram daquele emocionante
evento.
Paschoal
Martucci é casado em segundas núpcias com a sra. Ana Luíza, sendo que de seu
primeiro casamento com a sra. Maria Mercedes, já falecida, nasceram as filhas
Rita de Cássia, Tina, Mônica e o filho Chico Martucci, todos residentes em São
Manuel, onde goza de merecida aposentadoria como oficial de cartório. Com excelente
memória no auge de seus 87 anos, não cansa de contar suas peripécias e
malabarismos que fazia com a bola em seus pés, principalmente do gol de bicicleta contra o São Bento de
Marília, envergando a honrosa jaqueta do Garça Esporte Clube, na década de 50.
No flagrante Pavão aparece sentado no chão, no meio
de dois “becões” adversários, olhando a bola encobrindo o goleiro.