Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Recentemente o
futebol garcense perdeu dois grandes jogadores
que marcaram época nos anos 60/70: Admir Carlos Martineli e José Augusto
de Almeida. Eles formaram uma das mais famosas duplas de zagueiros e defenderam os melhores times da época, o Admir como central e o Zé Bituca, como era mais conhecido o Zé Augusto, como quarto-zagueiro. Ambos
nos deixaram num curto espaço de tempo, faleceram quase que no mesmo dia.
No ano de 71 comecei a jogar no Clube Atlético
Ipiranga, meu primeiro time do futebol amador, cuja zaga era formada pelo Admir
e o Zé Bituca. Lembro que naquele ano o Ipiranga estava passando por uma completa
remodelação. Mesmo assim, o time teve a defesa menos vazada do campeonato. Veja
uma das formações daquela temporada.
Em pé, da esquerda para
direita: Faruk Salmen (treinador), Nelson Carvalho (dirigente), Broginho,
Buzega, Admir, Takashi Kitamura, Agrião, Zé Bituca, Bertinho, Sérgio Stéfani
(dirigente da CCE) e Pedro Krusick (diretor de árbitros). Agachados: Bidiu,
Alcir, Fabrão, Tico e Carlinhos Tocilo.
A partir daí acompanhei a
carreira deles, que por vários anos estiveram entre os principais jogadores dos
certames promovidos pela então CCE (Comissão Central de Esportes).
O
Admir Carlos Martineli (foto) ajudou a fundar o Clube Atlético Ipiranga no
início dos anos 60, juntamente com os garotos, Nelsinho Carvalho, Mário Zapata,
Celso Cassemiro, Takashi Kitamura, todos moradores no Bairro Labienópolis, nas
proximidades do Hospital Samaritano. Era o capitão da equipe e irmão do meia
direita Serginho Morto. O Admir sempre
jogou no Ipiranga, também foi diretor, e ao longo dos anos, formou uma grande
zaga ao lado do Broginho, com quem atuou por mais tempo.
Já o
quarto zagueiro Zé Bituca, foi um zagueiro clássico, e que sabia utilizar sua
perna esquerda,não só no desarme, como na armação das jogadas. Firme na marcação
e que constantemente ia para o ataque. Tinha uma facilidade para o cabeceio e
marcou muitos gols na cobrança de escanteio. Dentre os principais times que
jogou, além do Flamengo, está o
Flamengão, de Vila Rebelo, Jambo, Frigorifico Barol e SASP. Curiosamente, um dos melhores parceiros
que atuou a seu lado, foi o Broginho, atualmente morando na cidade de Matão.
No
futebol suíço, defendeu o forte time do Kussumoto “A”, na época dos campos de
terra, onde a modalidade era disputada atrás do Hospital São Lucas. O Zé Bituca
costumeiramente executava uma jogada que era a sua marca registrada: a
bicicleta. Não tinha um jogo sequer que ele não dava uma bicicleta. Mas um
lance jamais vou esquecer: o gol de cabeça do Zé Bituca, marcado do meio de campo, do circulo central.
Isto mesmo. Na época ele defendia o SASP, e o goleiro adversário era o Otacilio,
do Rodoviário. Para mim foi o “gol do
século passado”, já retratado numa matéria anterior. Na outra foto, veja o Zé Bituca juntamente com
seus familiares, os filhos Ricardo e Miriam e os netos Giovana e Vítor.
Depois
que encerraram a carreira no futebol a amizade entre o Admir e o Zé Bituca não
parou: viraram grandes pescadores. Hoje devem estar “correndo atrás da bola”
num plano superior.
