segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Sem receber há dois meses, elenco do Marília faz greve às vésperas do Paulistão


Elenco do MAC ameaça greve antes do início do Paulistão

Por Futebol Interior 

O retorno à elite do Campeonato paulista depois de seis anos não é motivo para festa no Marília. Pelo contrário. A torcida está apreensiva com o momento do clube. É que o elenco mariliense completou, nesta segunda-feira, seu terceiro dia de greve por falta de pagamento dos salários.
Nesta segunda feira (19), os jogadores tiveramm uma reunião com o presidente Ednaldo Souza, o gerente de futebol Nei de Paula e representantes da Sprimg Sports, empresa que gerencia o futebol do Marília. Como não houve acordo para os dois meses de salários atrasados, a greve continuará até esta terça-feira, quando haverá novo encontro.
Caso não haja acordo, nesta nova reunião, o jogo-treino contra o Oeste, agendado para a próxima quarta-feira, em Itápolis está ameaçado de não acontecer. Para que isso não ocorra, os jogadores exigem o pagamento de pelo menos um mês.

PROMESSA É DÍVIDA
O advogado da Sprimg Sports, Adilson Pagoço, garantiu que o Marília quitará parte dos débitos até o final desta semana. Para isso, os dirigentes aguardam o pagamento da primeira parcela da cota de R$ 2,4 milhões das transmissões da TV do Paulistão. 

A parcela gira em algo em torno de R$ 600 mil. Metade está bloqueada pela Justiça do Trabalho de Marília, por conta de dívidas anteriores. Os demais R$ 300 mil seriam destinados para abater a dívida com o elenco atual. 

Apesar da promessa de pagamento, Pagoço lamentou o fato de a notícia ter repercutido negativamente na cidade. “Tudo isso criou um clima de falta de confiabilidade da comunidade da cidade de Marília, que parece não acreditar no time”, afirmou.

ERRO DE PLANEJAMENTO
Esta foi a segunda greve em menos de 30 dias, já que no final de 2014 o elenco do Marília também se recusara a treinar por falta de pagamentos. A nova confusão acontece a 13 dias da estreia do clube no Paulistão, quando enfrentará o Corinthians, na Arena Corinthians, no dia 1.º de fevereiro. 

As greves neste período curto de trabalho são fruto do erro de planejamento da administração do futebol do MAC. Hoje, o clube é gerido pelo presidente Ednaldo Souza em conjunto com Sprimg Sports, presidido pelo casal Sérgio Melle e Regiane Melle. 

Na tentativa de “sair na frente” dos concorrentes, o Marília iniciou os treinamentos para o Paulistão no dia 3 de novembro. O clube e a Sprimg Sports, contudo, esqueceram que iniciar o trabalho em novembro acrescentaria dois meses de salários na folha e sem o clube estar jogando.


O resultado disso é uma dívida de cerca de R$ 1,2 milhão com jogadores, funcionários e fornecedores, somente neste período em que os trabalhos recomeçaram. Considerando a dívida acumulada, hoje o MAC deve um total de R$ 36 milhões.

Devido aos processos trabalhistas já executados, o Marília está com as contas bloqueadas. Qualquer dinheiro, seja de patrocinador ou de cota de TV, que entrar será destinado a pagar estas dívidas. A diretoria, porém, segue trabalhando para fazer um novo acordo com a Justiça.