Por Wanderley `Tico´ Cassolla
A tradicional festa das
cerejeiras está completando 30 anos. Como bem diz o radialista e palmeirense
José Nello Marques: “a florada das
cerejeiras de Garça é a maior festa fora do Japão, são três dias de espetáculos
que acontece na capital da região metropolitana do centro oeste paulista”.
O
grande responsável por esta beleza da natureza e também do
bosque das cerejeiras é o imigrante
japonês Nelson Kosche Ichisato, natural da cidade de Oshima-Yamagutiken,
garcense nato por adoção. A primeira
festa aconteceu no ano de 1.986, meio que timidamente e um tanto que
desacreditada. Mas com a persistência do “seo” Nelson, o Pai das Cerejeiras”, e
a colaboração da colônia japonesa, a festa foi crescendo ao longo dos anos, e
hoje é sinônimo de sucesso, grandeza e beleza única. Convém salientar que é o
maior evento paulista voltado par a cultura oriental, além de fazer parte do
calendário estadual de eventos desde o ano de 1.992.
E pensar que tudo começou no
ano de 1.979, quando o “seo” Nelson plantou
as primeiras cerejeiras. No início foram 110 mudas adquiridas na cidade de
Campos do Jordão e distribuídas estrategicamente ao redor do lago. Naquela
época ele chegou a ser questionado, pois o clima garcense não seria propício.
Porém, todas as manhãs estava lá, acreditando numa florada. Com um balde pegava
água no lago e com a mais pura paciência oriental regava planta por planta. As
árvores foram crescendo (foto). Por pouco uma forte chuva quase pois tudo a
perder. Mas ele não desanimou, pelo
contrário, criou mais determinação e animo.
“Seo” Nelson adquiriu mais
plantas e não cansava de afirmar: “logo virá uma florada, pode acreditar”. O
principal adubo: o amor que ele nutria pelas cerejeiras (sakura). Bem o resto
não precisava falar mais nada. Hoje são várias centenas d espécie Serrula
Tamque, que dão um brilho todo especial a festa. Veja nas fotos a beleza da
florada das cerejeiras.
Em falando do “seo” Nelson
não podemos esquecer também do seu amor pelo futebol. Um grande corintiano, que
vibra a cada vitória alvinegra. No âmbito local era fervoroso torcedor do Garça
FC. Nos anos 70, não perdia sequer um jogo do “Azulão” no Estádio Municipal
“Frederico Platzeck”. Quando podia também acompanhava a equipe nos jogos no
campo do adversário.
Como grande esportista
montou, juntamente com o filho Nao, o memorável time da Quitandinha, na
modalidade de futebol de salão (futsal). A Quitandinha era a lanchonete do
“Seo” Nelson, que ficava no interior da Estação Rodoviária, cuja especialidade
era suco e vitaminas. Quanto ao time marcou época entre 1970/80, participando e
conquistando vários títulos nos campeonatos municipais. Sem falar que tive o
privilégio de ser o técnico. Recordamos a Quitandinha, campeã no ano de 1.979,
posando no Ginásio Wilson Martini. Em pé da esquerda para direita: Tico, Nao
Ichisato, Mário Funakawa, Joatan, Polaco, Tineu e Marcos Val (árbitro).
Agachados: Túlio Calegaro, Cabreira, Custódio e Serginho Fabrão. Um time que
entrou para a história do salonismo garcense. “Arigatô, Seo Nelson Ichisato, o
pai das cerejeiras