sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Recordar é Viver: "Polaco x Didi, um reencontro após 45 anos"


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

No feriado de terça feira estivemos no aniversário do primo Reinaldo Rossini, que festejou os sessenta e três anos muito bem vividos. Uma data especial, junto dos familiares e também onde o Polaco teve a oportunidade de reencontrar o amigo Didi, depois de 45 anos. Ambos jogaram no Maquinho, entre os anos de 1.976 e 1.978. Depois cada um seguiu o seu destino e nunca mais se viram. 


Ultimamente vinham mantendo contatos pela internet, até que o Didi, que está morando na cidade de Tupã, veio cumprimentá-lo. Para completar o “time” também chegaram: Jorginho Putinatti, Márcio Rossini e o Ditinho “treinador de goleiros (foto). Foi um dia especial, pra lá de agradável. Afinal de contas rever um amigo dos tempos de juvenil, depois de um longo tempo, não é fácil não. 

A resenha correu solta. Muitas recordações dos tempos quando sonhavam ser um jogador profissional. Dos planos, das dificuldades de morar sob a arquibancada do “Abreuzão”. Também das amizades e das boas lembranças  dos técnicos e “professores” Pupo Gimenes e Valter Zaparolli. Dos treinamentos para se firmar como titular e também deixar o Maquinho cada vez mais um time forte e competitivo no interior paulista. Enfim, muitas histórias e causos foram revelados, alguns até hilários. 


Num cálculo aproximado, a dupla Didi e Jorginho marcou mais de 100 gols, e o Márcio Rossini salvou uns 20 gols, com a bola em cima da risca.  Já está combinado um próximo encontro, ou melhor, um segundo tempo, para continuidade do jogo. Para matar saudades, recordamos uma das formações do Maquinho. Em pé, da esquerda para direita: Marinho, Sérgio, Márcio Rossini, Zé Ivan, Paulo César, Polaco e Valter Zaparolli; agachados: Jair, Roberto, Adilson, Edinho e Didi.

A CARREIRA: “Ainda bem criança, dando os primeiros passos em casa, eu pegava um novelo de lã, chutava e falava “Gol do Didi”. Desde esta época, na cidade de Tupã, sua terra natal, o Vandir Gimenez Serra, já imaginava que seria um atacante goleador. E acertou na previsão.  O apelido o acompanha desde a infância. Começou a curta carreira no Tupã. Se destacando entre os demais jogadores, foi treinar no Santos, mas não deu certo ficar na Vila.                            

No ano de 1.976 chegou no MAC, que na época era um clube de referência nas categorias de base. No Maquinho jogou ao lado de grandes jogadores, entre outros o Jorginho Putinatti, Márcio Rossini e o goleiro Paulo Cezar, que fizeram sucesso na carreira, defendendo grandes clubes (e até a seleção) do futebol brasileiro. No ano de 1.978, decidiu ir para o Noroeste de Bauru, e depois de uma rápida passagem pelo juvenil se profissionalizou. Em 1.979 foi contratado pelo Garça e disputou só esta temporada. No ano seguinte, o Didi acabou indo para o Guarani, de Adamantina. Segundo o amigo Kakinha, no Guarani o Didi teve um grande desempenho e marcou muitos gols. Até que voltou para o Tupã, e por decisão própria, encerrou a carreira ainda jovem, com apenas 24 anos de idade.


NO GARÇA
: O Didi chegou no “Azulão” por indicação do treinador José Carlos Coelho, que o conhecia dos tempos do Noroeste. Nos jogos preparatórios para o campeonato, o time perdeu os três amistosos: Rio Branco (Ibitinga), Novorizontino e Jaboticabal, e o técnico José Carlos caiu. O presidente José Antônio Fernandes, decidiu pela contratação do garcense Plínio Gonçalves Aredes Dias, que ficou pouco tempo no cargo, logo sendo substituído pelo conhecido Valeriano. 

Na época o “Azulão” integrava a 2ª divisão, e com poucos recursos, montou uma equipe mediana, sem chances de brigar pelo título. Na abertura do campeonato, no dia 10 de junho de 1.979, o Garça recebeu a visita da Internacional (Bebedouro) e ganhou por 2 a 1, gols marcados pelo Didi. O Garça jogou com Garosi; Luiz Carlos, Lúcio, Ely e Wanderley; Romeiro, Didi e Gerinha; Peri, Ricardo e Jair. Com um elenco limitado, o Garça cumpriu uma péssima campanha e acabou na última colocação do grupo “B”.

 De acordo com o regulamento, teria que disputar com o último do grupo “A”, o Monte Negro (Osasco), quem seria rebaixado. O vencedor deste confronto, ainda disputaria com o vice-campeão da 3ª divisão (Jaboticabal), o direito de permanecer na mesma divisão. Foram dois jogos dramáticos contra o Monte Negro, que terminaram empatados: em Osasco: 0 a 0, em Garça: 2 a 2. Numa prorrogação histórica, o Garça fez 3 gols, todos marcados por Didi.

No outro duelo para garantir a permanência, o Garça foi até São José do Rio Preto, enfrentar o Jaboticabal, cujo zagueiro era o Cidão Bernardes, revelado em nossa várzea. Com arbitragem de Dulcídio Wanderley Boschila, o Garça perdeu de 4 a 1, não só foi rebaixado, como encerrou as atividades. Só retornaria ao futebol profissional na temporada de 1.984. 

Um jogo que o Didi quer esquecer, até porque segundo ele, coisas “extras campo”, influenciaram no resultado negativo. Até hoje ele tem as marcas na canela, de uma trombada com o goleiro do Jaboticabal, quando tentou marcar um gol. No ano seguinte, o Didi acertou com o Guarani, de Adamantina, onde disputou um bom campeonato, segundo o Kakinha, seu colega de clube. Em seguida voltou para o Tupã, para encerrar a carreira ainda jovem, por decisão própria, com apenas 24 anos de idade.

Depois de “pendurar a chuteira” trabalhou por 17 anos na antiga Tupã Auto, concessionária Ford, e atualmente tem uma corretora de seguros. É casado com a Esmeralda, e tem três filhos: Tatiana, Bruna e André Luis, além de cinco netos.  O Didi ainda acompanha o futebol, um ilustre torcedor do Palmeiras. Mas faz questão de ressaltar que o futebol vive um outro momento, bem diferente dos tempos que foi jogador. “Acho que os times estão passando por uma fase de estruturas, pois a evolução privilegiou mais a força física do que a técnica. A ausência de talentos e dos craques, está deixando o futebol mais chato, tá difícil assistir”