sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Recordar é Viver: "Ernesto Kagueiama, um esportista fiel e bairrista"







Por Wanderley `Tico´ Cassolla


O tempo passa. Como sempre falava o saudoso locutor Fiori Giglioti, nos potentes microfones da Rádio Bandeirantes de São Paulo, nas tradicionais jornadas esportivas de antigamente.

E a medida que vai passando, grandes esportistas e amigos próximos vão caminhando para um nova jornada. Ainda recentemente quem partiu para os campos da eternidade foi o nosso grande amigo Ernesto Naokiti Kagueiama. Uma notícia que chocou nossa comunidade, principalmente entre os esportistas. Eu, particularmente, via no então presidente da AABB – Associação Atlética Banco do Brasil -, um abnegado desportista e um tradicional garcense bairrista, daquele que gostava de divulgar o nome de Garça, por ocasião dos tradicionais jogos entre as AABB’s, seja no âmbito regional, estadual ou nacional. Além do que o Ernesto era fiel leitor da coluna e um exímio “conferente” dos assuntos. Era só darmos uma “pisada na bola” ou cometer algum erro, que ele me ligava ou parava nas ruas pra conversar: “olha você escreveu errado, ou esqueceu de falar daquele jogador ou time. Eu de pronto já o questionava, num tom meio que provocativo. Mas ele provava por “a” mais “b” que estava certo. Assim eram os nossos encontros. 
     
A minha amizade com o Ernesto vem desde meados dos anos 70. Na época estudávamos na Escola Técnica de Contabilidade, situada na Avenida Brasil (atual Av. Dr. Rafael Paes de Barros), esquina com a Rua 27 de Dezembro. Lembro que transcorria a Copa do Mundo de Futebol na Alemanha. A Seleção Brasileira era favorita para ser campeã. Até que caiu de forma inapelável para a Holanda, com seu famoso carrossel.

O clima na escola entre os alunos ficou bem desanimado. Até que num bate papo informal surgiu a idéia de se organizar um torneio de futebol de salão (hoje futsal) entre as classes, mas era precisar chegar no diretor, o Sr. Luiz Yamauchi. O Ernesto falou em alto e bom som “deixa comigo”. Conversou com ele, elaborou o regulamento e conseguiu toda a premiação no comércio. Resultado: uma semana de jogos noturnos no ginásio “Wilson Martini”, sempre com casa cheia. Pra não ficar de fora, o Ernesto foi goleiro dos professores. A partir daí, o torneio virou tradição e foi promovido por muitos anos.

Depois ele ingressou no Banco do Brasil e sempre colaborou com o time de futebol suíço. Ultimamente chegou na presidência da AABB, onde reativou o esporte no local, montando equipes de várias modalidades para disputar os jogos da JERAB, JESAB, em várias cidades, como por exemplo, Marília, Bauru, Ribeirão Preto, Joinvile (SC), Belo Horizonte (MG), dentre outras.

Veja nos flagrantes, um dos times de futebol suíço; recebendo a premiação do presidente da JESAB, e por último com o atleta Tamura (a dir). Na outra foto em jogo festivo de final, aparece ao lado de consagrados atletas: Emerson, Xuxa e Alemão (futsal).

Acompanhei a AABB em algumas competições, e nelas notava a alegria do Ernesto em cada jogo, sempre falando: esta vitória é da AABB, é de Garça, cidade que estamos representando com muito orgulho, vê se faz uma matéria legal, hein? Assim era, assim viveu entre nós o palmeirense Ernesto Naokiti Kagueiama.