Por Wanderley `Tico´ Cassolla
O assunto predominante na
mídia esportiva desde o último dia 25, está sendo a morte do ex-craque da bola,
Diego Maradona. E são muitas as controvérsias, que estão e vão continuar dando
muito “pano pra manga”, para o já considerado “maior jogador argentino de todos
os tempos”. Um gênio dentro dos gramados, com
“la pelota” nos pés, porém, fora muita polêmica e bicudos na bola.
E como os assuntos aqui se
resumem ao esporte, “bola pra frente”.
Na semana passada falamos quando o goleiro garcense Waldir Peres anulou o
craque argentino no jogo Brasil x Argentina, na Copa da Espanha, em 1.982. Hoje
recordamos o primeiro triunfo de Maradona em cima da Seleção Brasileira, que
curiosamente teve dois jogadores marilienses envolvidos: Márcio Rossini e
Jorginho Putinatti. Ambos possuem grandes vínculos com a “boleirada” garcense,
inclusive Márcio Rossini, foi técnico do Garça em meados dos anos 90.
Pois bem, segundo o
jornalista Marcel Rizzo, a primeira vez que Maradona enfrentou o escrete
canarinho, foi num Brasil x Argentina, no dia 31/01/1.979, jogo válido pelo
Campeonato Sul-Americano Sub/20, realizado no Uruguai.
O xerifão Márcio Rossini teve a incumbência de parar Maradona, juntamente com o outro zagueiro Wagner Basílio, do Corinthians. Os dois sofreram um bocado. O técnico Mário Travaglini pediu uma marcação cerrada. Não foi fácil não: Segundo Márcio Rossini: “O Maradona estava acabando com o campeonato e sabíamos que já tinha jogado pela seleção principal (estreou no ano de 1.977, com apenas 16 anos). Era uma época que não tinha muitas informações como hoje, mas tínhamos essa referência”.
A
nossa defesa teve muito trabalho para marcar o baixinho. O Maradona já era um
jogador diferente. Ficava rabiscando ali
no meio, pra lá e pra cá. Uma hora aproximei do lateral Lotti (Athlético/PR) e do
volante Deinha (Santa Cruz) e falei: “olha, vamos chegar junto. Quando ele cair
aí na direita, caímos de pau. E lá fomos nós, ele chegou perto da bandeirinha
de escanteio, o Lotti e o Deinha foram, eu dei aquela chegada por trás, errei
feio. Saiu não sei por onde, que estamos procurando até hoje”. Veja Márcio
Rossini na seleção. Em pé, da esquerda para direita: Batista e Márcio Rossini;
Agachados: Careca e Pita.
O outro mariliense Jorginho
Putinatti (foto), recém negociado com o Palmeiras durante o Sul-Americano, mais
comedido, também comentou o jogo: “Eu vinha me destacando, pelos gols. O
Maradona era o cara do campeonato. A estratégia definida pelo Mario Travaglini
foi tentar colocar o Deinha, um volante forte, no homem a homem com o Maradona.
Não deu certo. Todo o esquema foi feito para tentar para o Maradona e não deu.
Ele estava num nível bem acima de todos os jogadores do campeonato”.
A Argentina venceu por 1 a
0, gol de Hugo Alves. No final do torneio o Uruguai terminou como campeão. A
Argentina vice, o Paraguai ficou em terceiro. O Brasil terminou em quarto e
ficou de fora do Mundial da FIFA daquele ano, disputado no Japão. Maradona foi
considerado o melhor jogador, onde outros craques também despontaram: Romerito
(Paraguai), Ramon Dias (Argentina) e Rubén Paz (Uruguai). Em seguida o craque
argentino brilharia novamente no Japão, já como capitão, levantando a Taça
Mundial Junior.
Avançando mais no tempo,
chegamos no dia 24/06/1.990, na Copa da Itália, onde Maradona venceu novamente
e “despachou” o Brasil, em outro lance genial. No Estádio Delle Alpi, em Turim,
jogo válido pelas oitavas de final, vitória da Argentina 1 a 0. Maradona pegou
a bola antes do meio de campo e avançou, driblou Alemão, Dunga e Ricardo Rocha,
e mesmo caindo, deu um passe magistral com o pé direito para Caniggia, que
livre, driblou o goleiro Taffarel e marcou. Brasil eliminado. Não podemos
esquecer que neste jogo teve o famoso
caso da “água batizada”.
No total Maradona enfrentou a Seleção Brasileira (principal) em 6 jogos, com 1 vitória, 2 empates e 3 derrotas. Marcou somente um gol, no empate de 1 a 1, na Copa de Oro dos Campeões Mundiais, ou “Mundialito”, de 1.981, disputada no Uruguai. No outro flagrante os ex-craques da seleção brasileira, quando estão com a agenda livre, não perdem a oportunidade de jogar no times master do Pé de Cana. Da esquerda para direita: Jorginho Putinatti, Tico e Márcio Rossini, em jogo amistoso disputado na cidade de Lucianópolis.