Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Lá da cidade de Américo Brasiliense, recebemos
do santista José Antonio Lourenço, profundo conhecedor do futebol, uma bonita
foto de uma seleção amadora de Araraquara de antigamente. Nela está um jogador
que fez sucesso jogando no futebol suíço de Garça. Estamos falando do
Adalberto de Arruda Botelho, que começou sua carreira no futebol na “Morada do
Sol”, primeiro na várzea, depois nas equipes de base da Ferroviária.
A seleção amadora (foto),
que calculo ser do final dos anos de 1970, foi reproduzida no blog do Gil, “O
Milton Neves de Araraquara”, tendo a seguinte escalação. Em pé, da esquerda, para
direita: Adalberto, Carlito Cruz, Jacaré, Nardinho, Amendoin e Djalma; agachados: Walter, Joel, Tainho, Deniz e Betinho.
Desde esta época o Adalberto
já era reconhecido como um grande jogador e com futuro no futebol. Até porque
ser convocado para integrar a seleção amadora de Araraquara não era pra
qualquer um. Haviam fortes times e ótimos atletas, numa cidade
reveladora de jogadores. O Adalberto despontava como uma verdadeira promessa,
atuando de quarto zagueiro. Tanto é verdade que integrou as equipes de base da
Ferroviária. Só que, paralelamente ao futebol, priorizava os estudos, se formando em Farmácia e Bioquímica em Araraquara, sua terra natal.
Surgiu a oportunidade para
vir trabalhar em Garça, decidiu abandonar o futebol. Aqui foi proprietário do Laboratório de
Análises Clínicas, que funcionava dentro do antigo Hospital Samaritano. Por um
certo período, comandou também o laboratório no Hospital São Vicente em Gália.
Nas horas de folgas e lazer,
desfilava seu exuberante futebol no futebol suíço, época do `terrão´. No
Independente jogou por mais tempo, até quando o time encerrou as atividades no
ano de 1993.
Veja uma das formações do Independente, posando no campo de pelada do Garça Tênis Clube. Em pé, da esquerda para direita: Luizinho Andrade, Toninho Peres, Adib, Nim, Telêmaco e João Peleteiro; agachados: Adalberto, Jair Lopes, Lealzinho e Jair de Marchi.
Ainda jogou na Farinha Deusa
e Fitotécnica, até que faleceu prematuramente no dia 5 de setembro de 1999, com
apenas 45 anos de idade. Quanto a títulos, foi bicampeão pelo Independente, em
1982/1983 e Fitotécnica, em 1984 e 1986.
Mas fez uma bonita trajetória no futebol suíço garcense. Como bem nos relatou, seu colega de time e ex-treinador, o Dr. Ricardo Luiz de Paula Martines (foto): “O Adalberto sabia jogar bola, atuava no meio de campo. Sempre de cabeça erguida ele dominava o meio de campo. Tinha boa colocação e um bom passe, firme no desarme. Sem falar que era um líder em campo, orientando os demais jogadores. E completou: “Uma pena que faleceu muito cedo, era para ainda estar entre nós e “batendo” aquele bolão”.
PELÉ NAS ALTURAS: Quando o Adalberto estava na base da Ferroviária, foi chamado para compor o banco de suplentes, num jogo contra o Santos de Pelé. Segundo ele, foi um dia inesquecível, ainda mais por ter a oportunidade de ver de perto o “Rei do Futebol”. Quem sabe, até a chance de enfrentá-lo. Este sonho não foi possível. Mas um lance durante o jogo, o Adalberto jamais esqueceu, e sempre falava para os amigos: “O Santos foi para o ataque, a bola alçada na área pelo alto. O Pelé armou o bote, subiu, testou e estufou as redes. O estádio foi a loucura, aplausos de todos”. Na saída para o intervalo, o zagueiro da Ferroviária, estava com a camisa rasgada, na altura do pescoço e com a marca do cravo da chuteira, falando para todos: “Foi o Pelé na hora do gol de cabeça, o `Negão´ subiu nas nuvens”. Todos, é claro, abismados, imaginando altura do voo do Pelé.